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Madelaine. 20.07.2011

(reescrito)

Completaram as primeiras 24h sem sua presença. Diferente das outras vezes que escrevi cartas para suprir a saudade essa é para aliviar a sua falta. Deste da ligação informando sua morte não parei de chorar, sinto a mesma sensação que sentir quando desliguei aquele telefonema.

Madelaine. 23.07.2011

(reescrito)

Seu corpo foi cremado um dia após o acidente, demorei a libera-la desejando que os dois dias de esperar acalmassem o turbilhão que havia voltado. Suas cinzas foram despejadas em Avignon. Aquele tempo chuvoso que sempre gostou, estava presente e o cheiro de terra molhada acompanhou sua partida. Mandei queimar suas flores favoritas, pois sei que sempre gostou de margaritas.

Madelaine. 29.06.2014

Esses bilhetes que reescrevi foram os únicos salvos do incêndio que ocorreu em Thornhill. Optei reescrever para que permanecesse sempre nessa carta, são os únicos relatos da sua morte que guardarei para caso alguém que queira se lembrar dos antigos residentes da casa. Estou morando em um pequeno cômodo que não foi atingindo pelo fogo. A vista da janela é para o grande estúdio de artes que arrancava horas da sua vida, as plantas já escondiam a entrada e tinha aparência de algo largado. Tentei cuidar nos primeiros anos, porem a dor sempre me jogavam o mais longe possível e era impossível não sentir sua presença naquele espaço.

Estou sempre pedindo para ficar perto de você, mal espero a hora de reencontrar os brincos de perola tão memoráveis e abraçá-la o mais forte possível. Espero que não fique magoada pela minha tentativa fracassada de superar essa dor e em tentar viver até supera-lá.

"Ronnie amava tanto estrelas, que decidiu virar uma das mais bonitas...".


One shot L:(VEOnde histórias criam vida. Descubra agora