⅞🖤

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Madelaine.

Meus batimentos cárdicos aceleravam cada vez que olhava para a placa de "pare" na grande cerca de ferro. Por algum motivo algo fazia parecer necessário que eu adentrasse no que parecia ser um cemitério particular. Um forte vento empurrou o portão enferrujado fazendo um barulho tão alto que algum animal soltou barulhos assustados. Me aproximo das covas lendo os nomes nas sepulturas, não demoro muito para perceber que estava no grande cemitério da família Blossom.

Sento no chão sentindo o suor frio começar a surgir e minha respiração falhar com as memórias voltando de forma violenta a cada fala que se repetia na minha mente. Viro para trás lendo o tumulo que apoiava as costas e me afasto rapidamente ainda mais assustada ao ler o nome da minha noiva cravado naquela placa coberta de poeira.

- Querida...

Sussurro sentindo as lágrimas molharem minhas bochechas, agarro o broche que estava no meu casaco e desabo sobre o mármore rachado sentindo cada vez mais a dor do dia que soube do seu acidente.

- Me desculpe por não ter conseguido seguir em frente - Apoio na sua cova novamente e coloco as mãos em volta do corpo. - A solidão de perder um grande amor sempre machuca, afinal esse "tesouro" surgi de século em século para pessoas específicas. O resto é só uma forma superficial de levantar outro sobrenome sobre o seu diante a sociedade, não importa o sentimento e sim não viver sozinho. Nunca a culparei por ter partido, sei que todas as histórias precisam de um fim não tão feliz para não serem clichês. Só é difícil saber que não poderei dançar na chuva com você novamente, estressa-la sobre os votos de casamento ou até ouvir inúmeras histórias que só o amor pode explicar como achávamos interessantes. O especial é não termos como explicar porque nos amávamos, já que era um misto tão bom de sentimentos que se tornava algo único. Sei que onde estiver ainda aparecerá um sorriso no seu rosto por ter vivido tudo que viveu e não ter tido um final de vida tão clichê quando temia.

O turbilhão que acontecia já havia se acalmado, junto com as lagrimas de dor que haviam se transformado em lagrimas de saudades por ter vivido tudo isso em tão pouco tempo. O fato de ter sido a protagonista de um romance em tão pouco tempo já era o suficiente para me fazer percebe que minha história havia chegado ao último capítulo naquele instante. Sempre guardava um canivete no bolso do casaco, o mesmo que Veronica havia me entregado no dia que contei dos constantes assaltos que estavam acontecendo na rua do meu trabalho. Ela ficou com medo que eu fosse a próxima e me entregou um pequeno canivete afiado que comprou numa viagem de negócios para o Texas. Dou uma olhada no tumulo relembrando todos seus sorrisos, seguro com mais força meus punhos cravando as unhas e fecho os olhos me concentrando no som de umas das suas histórias sendo repassadas na minha cabeça enquanto a dor aumentava.

"Amávamos tanto as estrelas, que decidimos virar uma das mais bonitas."

FIM

47.

One shot L:(VEOnde histórias criam vida. Descubra agora