Gulf despertou de repente, com o som de algo sendo quebrado. Por um momento sua mente se manteve lenta do sono, enquanto ele coçava o olho. No escuro, estendeu a mão na direção da cômoda para pegar seus óculos e colocar em seu rosto, neste tempo outro som de vidro sendo quebrado o despertou completamente.
Assustado, olhou para seu quarto, uma janela estava bem em frente na direção da cama, as cortinas brancas eram leves e tremulavam com o vento. A luz prateada da lua era a única coisa que iluminava seu caminho. Com medo, o professor pegou seu celular, levantando-se lentamente, caminhou até a porta e abriu lentamente. Outro estrondo o fez perceber que janelas estavam sendo quebradas, mas não era as suas janelas!
O professor foi até a janela da sala de estar, lentamente levantando a cortina, mesmo sabendo que não poderia ver nada, ainda podia observar se alguma luz fosse acessa dentro da casa ao lado. Com seu celular na mão, ele ligou para a polícia.
- Qual a emergência?
- Boa noite. – Ele disse com calma. – Tem alguém tentando invadir a casa do meu vizinho, estão quebrando as janelas.
- Tem alguém na casa?
- Creio que sim. – Ele pensou. – Ele tem viajado muito, mas não tenho certeza se está em casa.
- O senhor está seguro?
- Sim, por favor, venham rápido.
- Tranque-se em casa e não tente nada senhor. Mantenha o telefone na linha para que possamos nos comunicar.
- Okay. Okay.
Gulf sentiu seu corpo estremecer assim que abaixou o telefone depois de fornecer o endereço, preso no momento, continuou observando o muro cinza abraçado pela hera escondendo dentro de si a enorme mansão. Nenhuma luz foi ligada dentro dela, as pesadas cortinas continuavam a cobrir todas as janelas, nenhum som de alarme ecoou na noite, o que fez o professor franzisse o cenho. Seu vizinho não tinha nenhum alarme?
Pouco depois os sons das sirenes das viaturas encheram a noite, assustando todo o bairro. Duas horas depois a polícia ainda estava rodeando a casa, mas nenhum ladrão estava sob custódia, muito pelo contrário, o homem que estava sendo questionado pela autoridade era o dono da casa. Seu vizinho vestia um terno preto com bom caimento em seu corpo forte, ele parecia um advogado ou um mafioso com suas roupas pretas, os cabelos escuros penteados para trás fazendo os fios longos e retos descansarem sobre seu colarinho, dois brincos de prata enfeitavam uma orelha. Suas mãos bonitas estavam enfeitadas com anéis em seu dedo mindinho, indicador e polegar.
Gulf estava sentado nas escadas da varanda de sua casa, seus pés descalços dedilhavam sobre o chão frio, os braços em volta dos próprios joelhos enquanto observava seu vizinho se explicar as autoridades. Ele se sentia envergonhado por ter chamado a polícia pensando que a casa ao lado estava sendo invadida, quando na verdade era apenas o dono quebrando algumas coisas em um ataque de fúria. Pelo menos foi o que ele conseguiu escutar de onde estava. Seu pijama de tecido leve era uma fina barreira contra a brisa gélida da noite, mas o professor não conseguia se obrigar a entrar para dentro de casa, precisava pedir desculpas ao seu vizinho.
Assim que o homem terminou de falar com as autoridades, ele caminhou em sua direção, deixando o professor ainda mais nervoso. Aqueles olhos pretos estavam fixos em sua figura trêmula, as sobrancelhas juntas e a expressão intimidadora em seu rosto fizeram com que ele encolhesse em si mesmo um pouco mais. Seu Coração batia rapidamente, as palmas de suas mãos estavam úmidas apesar da noite estar fria, sua boca ficou seca e sua mente em branco, não sabia como reagir, apesar de ensaiar várias vezes o pedido de desculpa em sua mente, ter o homem tão próximo o deixou muito nervoso.
Mew Suppasit estava muito intimidador parado com as mãos nos bolsos, um olhar severo e os lábios franzidos. Ele era alguns centímetros mais baixo do que Gulf, mas sua estrutura corporal e seus músculos rígidos o faziam parecer mais perigoso e insaciável. Com um balançar de cabeça, o professor dispersou esses pensamentos e então se levantou, logo depois dobrando-se para pedir desculpas ao seu vizinho.
- Me perdoe Sr. Suppasit, não foi minha intenção trazer problemas. – Ele se desculpou. – Desculpe por ser um vizinho intrometido.
- Não precisa se desculpar, na verdade vejo que tem cuidado de minha casa em minha ausência e fico muito grato por isso. – Seu vizinho respondeu. – Por favor, me chame de Mew, já estabelecemos isso em nossos encontros anteriores.
- Oh, sim. – Ele suspirou. – Por favor, desculpe minha insolência.
Gulf então voltou a sua postura ereta, empurrando seus óculos de aro redondo para o devido lugar. Um sorriso tremulo enfeitou seus lábios na esperança de esconder seu nervosismo. Por mais que tentasse ter uma boa convivência com seu vizinho ausente, sempre que se encontravam Gulf ficava muito nervoso, e se atrapalhava completamente com as palavras, e até mesmo trocava os passos. Mew o observou por um tempo antes de tirar o telefone do bolso do casaco e desbloqueá-lo, logo em seguida estendeu o aparelho para ele, deixando o professor confuso.
- Adicione seu número, para que se algo assim acontecer novamente, você possa me contatar antes de chamar a polícia. – Mew sorriu, e seu sorriso era tão encantador quanto ameaçador.
- Okay, okay. – O professor forçou um sorriso, segurando com os dedos trêmulos o aparelho, antes de adicionar seu número como "Sr. Kanawut", então devolveu o aparelho para o dono.
- Está bem, qualquer coisa apenas me mande uma mensagem. – Ele sorriu, então ligou para ele, para que o professor pudesse salvar seu número também. – Me desculpe por atrapalhar sua noite de sono, tenha um bom descanso professor.
- Obrigado, o Sr. Também.
Gulf forçou seus joelhos trêmulos a o levarem de volta para dentro de casa. Depois de um banho e um chá bem quente, o professor voltou a deitar na cama, sentindo-se ansioso sobre algo. Seu vizinho era bonito e misterioso, com certeza ele deveria se manter bem longe, seu coração já reconhecia essa fachada, e não seria enganado mais uma vez por um tipo como esse.
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O vizinho ao lado.
FanficGulf é um professor universitário de história, com 30 anos, vive em um bairro importante e seguro em sua cidade, uma casa que ganhou de presente de seus pais. Sua rotina e sua vida são simples, com poucos amigos o professor mante-se focado no desemp...