15- Amigos ou amantes?

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Kanawut sentou-se em silêncio em seu lugar na mesa de jantar da mansão de seu pai. O genitor estava em silêncio, observando todos se ajeitarem em seus lugares. vestia um terno azul escuro, os cabelos grisalhos bem penteados para trás, pequenas rugas e linha de expressão se fazia visível em sua pele, não muito diferente do que Gulf se lembrava.

- Kana, que saudade de você! - Mild se aproximou, abraçando-o.

- Mild.. - ele sorriu torto, ansioso com o desenrolar do jantar.

Seu irmão o fez sentar ao lado do pai, que fingiu não vê-lo. Estava tudo indo bem, enquanto os três irmãos compartilhavam suas aventuras juntos, o que aprontavam quando eram crianças.

- Se você não tivesse escolhido outra vida ao invés de sua família, nós ainda seriamos felizes.

- Pai. - Mild interrompeu. - sabemos que Kana corre perigo de vida, e precisamos fazer alguma coisa.

- Não me interessa o que acontece com ele! Kanawut já não faz parte dessa família.

- Mas eu não estaria sendo perseguido, se não fosse membro dessa família! - ele se irritou, largando os talheres sobre a mesa.

Seu pai manteve a expressão desgostosa enquanto mexia no prato com uma colher. Os pensamentos que sondavam sua mente poderiam ser muitos, desde de castigos a uma provavel expulsão.

- Não entendo como pode nos abandonar por causa de um homem. - o velho ralhou. - tudo por causa de alguém que tentou te distorcer. Você era mais do que tudo aquilo, e importante para mim! JÁ fazem cinco anos, Kanawut, cinco anos que não tenho notícia do meu filho e nem ouço sua voz.

O professor abaixou o olhar, não queria ser duro com seu pai, mas não podia viver mais nesse mundo, e fazer todas as coisas que eles faziam, sua alma não suportaria mais, Taeng foi apenas uma gota em um oceano transbordante.

- Eu nunca gostei disso, pai. - ele engoliu em seco. - nunca gostei da violência, das mortes, intrigas, do poder ou do dinheiro. Nunca gostei de nada disso, Tae apenas me mostrou algo que eu poderia ter, se não estivesse infurnado nesse mundo.

Toda sua mágoa e ressentimento estava sendo expressado em sua voz, seus olhos estavam ardidos e úmidos por causa das lágrimas.

- Kana..- Up suspirou. - nos sabemos.

- Realmente, entendemos. -Mild interveriu. - mas você nos abandonou, para estar longe, e agora está aqui em busca de abrigo. Por que deveriamos realmente te manter aqui?

- Mild! - Up se levantou irritado. - qual seu maldito problema, Mild? Gulf é nosso irmão mais novo!

- Qual o problema? Ele tinha respeito e uma boa posição, porque raios ele teve que ir embora e se desvinciliar de todos nós?!

- Eu NÃO QUERIA! - Ele se levantou. Não queria fazer parte disso, de nada disso entendeu?!

- Já chega! - ordenou o velho. - houve um tempo em que sua voz era ouvida dentro desta sala, Kanawut, mas agora, você não é ninguém.

- Pai...por favor. - murmurou Up.

- Silêncio, Up Poompat. - ele ignorou o tempo todo o caçula ao seu lado. - não há nada para você aqui, Gulf, por mais que tente, não esquecerei sua traição.

Gulf levantou-se deixando o guardanapo cair sobre a mesa, seus olhos úmidos, não conseguiram disfarçar o quanto toda a conversa o deixou bagunçado sentimentalmente.

- Me ignore o quanto quiser, eu ainda sou seu filho, meu sangue ainda é o seu, e eu não vou deixar que seus inimigos o derramem por sua causa!

Ainda muito nervoso, ele abandonou a mesa de jantar.

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