Pimenta doce.

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- Shia! - ele exclamou assim que chegou a ilha da cozinha. Sua mente em um turbilhão tentava conciliar-se com seu corpo na esperança de não se tornar agressivo com as três pessoas intrusas que invadiram sua casa. - Eles poderiam ser vampiros! 

 - Mas você já me convidou para entrar Non Gulf. - A voz de seu vizinho o fez estremecer. 

- P' Mew! O que está fazendo aqui? Como entrou na minha casa? 

- A porta estava aberta. 

- Mas não é um convite.... 

- Eu estava observando você. - disse o mais velho, enquanto apoiava os cotovelos na bancada de mármore, ficando próximo. Gulf sentiu seus pelos se eriçarem, como quando ele estava sendo observado de longe pelo mesmo. Aqueles olhos pretos pareciam profundos, escondendo segredos inimagináveis, julgando-o e o devorando. 

- Phi... 

- Estava completamente desconfortável, pode perceber de longe, não sei como seus amigos não perceberam. - Mew o interrompeu. - como eles entraram na sua casa, resolvi vir te ver. 

- Obrigado... eu acho. - Ele balbuciou. - Eles não são meus amigos, apenas um aluno da Universidade. 

-Hm... realmente um aluno? 

- Sim. 

- Então por que ele te olha como se fosse devora-lo? - Mew levantou uma sobrancelha, sorrindo parcialmente. 

- Mai Chai! (Não), ele não me olha assim. 

- Acho que seu aluno deseja tê-lo não apenas como professor. Não percebeu como ele ficou possessivo quando cheguei? 

 Gulf franziu o cenho, pensando na forma como Luís o tratava, o fato de frequentar suas aulas sem a necessidade de cursar essa matéria, os convites recentes, o fato de procurar sua casa e o encontrar. 

- Você fica ainda mais bonito quando faz essa cara. - Mew sorriu enquanto passava o indicador entre as sobrancelhas franzidas do professor, que se afastou em um pulo ao sentir o toque suave em sua pele. 

 Empurrando os óculos redondos sob o nariz, o mais novo soltou um suspiro de frustração, pensando no quanto foi ingênuo ao não perceber as intenções de Luís. Então voltou sua atenção para o mestiço debruçado em sua bancada. Os olhos se fechando enquanto sorria, os dentes perfeitamente alinhados, os braços fortes e sua suave pele exposta com o moletom sem mangas que usava, os cabelos pretos e cheios caiam sobre sua testa. Ele era uma visão a ser contemplada, um homem muito bonito, com seu nariz reto e lábios bem desenhados. Gulf sabia que ele tinha gemidos deliciosos, e com certeza atrairia a atenção de Luís. 

- Pode me fazer um favor

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- Pode me fazer um favor. P'Mew? - ele usou sua voz mais manhosa e fofa possível, na esperança de convencer seu vizinho. A tonalidade da voz chamou a atenção do mais velho, que mudou completamente sua expressão sorridente. 

O vizinho ao lado.Onde histórias criam vida. Descubra agora