Capítulo 27

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Amren desvendou o código na tarde seguinte. A notícia não era boa.

- Para anular o poder do Caldeirão - disse ela, como cumprimento, conforme nos reuníamos em volta da mesa de jantar na casa da cidade, depois de voltarmos às pressas dos reparos que estávamos todos fazendo, tendo dormido muito pouco -, é preciso tocar o Caldeirão e dizer estas palavras. -

Ela as escrevera para nós, em um pedaço de papel.

- Tem certeza disso? - perguntou Rhys.

Amren sibilou.- Estou tentando não me sentir ofendida, Rhysand.

Encaro os dois pedaços do Livro dos Sopros reunidos e pergunto - O que acontece se juntarmos às duas metades?

- Não as junte - disse Amren, simplesmente - mal e bem e loucura; escuridão e luz e caos.- Se unir as partes - esclareceu Amren, quando Rhys lhe lançou um olharinquisidor -, a explosão de poder poderá ser sentida em todos os cantos e buracos da terra. Não vai apenas atrair o rei de Hybern. Vai atrair inimigos muito mais antigos e mais desprezíveis. Coisas que estão dormentes há muito tempo... e devem permanecer assim.

- Bom, boa sorte, Feyre. - digo

- Não ajuda - responde ela, com um sorriso nervoso.

- Então, atacamos agora - disse Cassian. - Como vocês não podem atravessar sem serem rastreados, - fala para mim e Rhys - Mor e Az atravessam com todos nós, Feyre quebra o Caldeirão, e nós partiremos. Entraremos e sairemos antes que qualquer um perceba, e o rei de Hybern terá uma nova panela.

Fico meio sem reação ao plano.

- Pode estar em qualquer lugar do castelo. - fala Feyre

- Sabemos onde está - replicou Cassian.

Azriel diz:- Conseguimos descobrir que ele está nos andares inferiores. - Por meio da espionagem, do planejamento para aquela viagem durante tantos meses. - Cada centímetro do castelo e da terra ao redor é pesadamente vigiado, mas não é impossível passar. Calculamos o tempo para um pequeno grupo de nós entrar, rápida e silenciosamente, e sair antes que saibam o que está acontecendo.

- Mas o rei de Hybern poderia notar a presença de Rhys assim que ele chegar. E se Feyre precisar de tempo para anular o caldeirão, e não soubermos quanto tempo, essa é uma variável arriscada - argumentou Mor.

Cassian rebateu:- Consideramos isso. Então, você, Davina, e Rhys atravessarão conosco até a costa; voaremos, e eles ficam.

- Calma ai, eles detectam minha magia da noite, não a mim, alguém vai me atravessar, e vou entrar com vocês já que Rhys não pode. Não podem ir sem nós dois.

- Você definitivamente não precisa entrar, precisamos ser cuidadosos, e de Feyre, você não vai se arriscar atoa. - rebate Azriel na hora.

- Olha, concordo com Az, mais gente é mais movimento. - completa Cassian.

- Viu - fala Azriel

- Mas eu acho que ela devia ficar do lado de fora do castelo, ela e Rhys nos atravessa metade do caminho, Mor atravessa o resto e eles esperam do lado de fora, se precisarmos de ajuda vocês vão estar lá. Rhys pode manter uma distancia há mais, não sabemos como esse rastreador funciona realmente- completa ele.

Azriel olha pra ele, como se aquilo não fosse realmente necessário.

- Bom se você, é o garoto dos planos hoje, então tudo bem, espero vocês lá fora. - falo para Cassian.

- Ótimo,- responde ele, e muda de assunto. - E quanto ao encantamento, é um risco que precisaremos correr.

Fez-se silêncio enquanto eles esperavam pela resposta de Rhys.

- É um plano sólido - insistiu Azriel

- Está me pedindo - disse Rhys, por fim, calmo demais - para ficar de fora enquanto minha parceira, minha irmã, e o resto da minha família entra na fortaleza do rei?

- Sim - respondeu Azriel, com igual calma, e Cassian se colocou levemente entre os dois. - Se Feyre não conseguir anular o Caldeirão fácil ou rapidamente, nós o roubaremos, enviaremos os pedaços de volta ao desgraçado quando terminarmos de destruí-lo.

- Acho que pode dar certo Rhys. - falo, também me levantando, não estava gostando da tensão entre os dois, algo me incomodava.

- Se quiser ir, então vão. - é apenas o que diz.

Vi o que Rhys viu nos olhos de Feyre quando diz.

- Você pode ser minha parceira - começou Rhysand. - Mas ainda é uma pessoa independente. Decide seu destino, faz suas escolhas. Não eu. Você escolheu ontem.Escolhe todos os dias. Para sempre.

- Vamos para Hybern - decidiu Feyre

Eu estava com medo, não admitiria para ninguém, mas estava.

...

Decidi dormir na casa da cidade aquela noite, bem longe do quarto de Rhys e Feyre. Tento dormir, mas não consigo de forma alguma, então alguém bate a porta.

- Por que, resolveu dormir aqui hoje? - pergunta Rhys entrando e encostando na porta.

- Não sei, mas qualquer loucura sexual que queira fazer com Feyre, por favor coloque um escudo. - respondo.

Ele ri: - Não é isso, é que, acho que seus instintos são realmente muito bons.

- Como assim? - pergunto.

- Preciso de você, mas ninguém pode saber.

Me sento na cama pronta a ouvir.

Ele me conta da ideia que tem, de casar com Feyre antes de ir. Ainda não tinha proposto estava avaliando a ideia.

- Acho que vocês deveriam, mas tem mais uma coisa que acho que deveriam fazer, talvez seja só eu, ou meu instinto, mas o que acha de também fazer algo novo, algo que nenhum outro Grão-senhor fez? - algo me falava que precisávamos de uma garantia.

- O que você esta pensando? - pergunta

- Grã-senhora. Lembra quando você era super jovem deu a ideia pro papai, e ele te deu uma surra? Então, eu achei o máximo, sua parceira, sua metade, sua igual.

- Nossa, você lembra até das palavras.

- Aquilo me tocou. - e tocou profundamente, foi naquele dia que percebi qual macho eu mais amaria na vida.- E com isso Feyre vai ter uma força a mais lá, porque provavelmente uma lasca do seu poder vai para ela, andei estudando sobre isso. Pense bem, mas eu quero que a decisão seja sua.

- Eu achei interessante, vou falar com ela agora, se der tudo certo você vai ser a madrinha das duas cerimonias. - diz, abrindo a porta.

- Mor vai morrer de inveja.

Ele ri e sai.

Levanto-me, visto um vestido simples azul-marinho, e espero.

...

Algum tempo depois, vejo os dois de frete para uma sacerdotisa fazendo seus votos, e juramentos de sangue. Também sou obrigada a fazer, como Madrinha de casamento, e também imediata.

É uma cerimônia super simples, mas ainda sim, é a coisa mais linda. Sou suspeita pra falar, mas nunca vi casal mais perfeito, agora além de perfeitos são iguais.

Princesa da Corte NoturnaOnde histórias criam vida. Descubra agora