Capítulo 04

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Quando cheguei no café, logo avistei pela vitrine que Niall já estava em uma mesa, mexendo no celular, bebendo um suco de laranja e me esperando. Era bom ver que pelo menos ele não tinha mudado muito coisa a não ser pelo fato de não estar vestido como uma tia rica e solteira de 50 anos de idade. Ele estava com uma simples calça jeans e uma camisa cinza um tanto quanto desbotada. Além disso, seu cabelo não estava loiro o que significava que aparentemente naquela realidade só eu voltei com meu cabelo de eras passadas.

— Graças a Deus, você já está aqui. — Me sentei na cadeira a sua frente, roubando o copo de suco de laranja das suas mãos para dá um gole, mas logo cuspindo tudo de volta no copo — Por que isso está com gosto de vodka?

— Porque eu coloquei um pouco aí dentro para dá um saborzinho especial.

— São 10 da manhã, Niall.

— Sim! Eu sei, eu tenho relógio.

— E você está bebendo vodka com suco de laranja às 10 da manhã?

— Ué, tem gente que bebe café de manhã pra acordar, eu bebo vodka.

— Essa comparação não faz sentido.

— Harry, você me chamou aqui para julgar meus hábitos matinais?

— Não, calma. É que eu… Você lembra da gente?

— Como assim?

— Eu tenho seu número, mas não tenho o do Liam, do Zayn, do Louis. O que aconteceu?

— Eu deveria conhecer esses caras?

— Droga! Você também não lembra de nada. — Gritei, assustando uma bebê que estava nos braços da mãe na mesa ao lado e começou a chorar — Eu sinto muito…

— Eu passei a noite acordada com essa criatura chorando e agora que ela estava quase dormindo, você resolve gritar seu louco imbecil. — Reclamou a mãe da menina, que evidentemente estava exausta, ela ainda usava pijamas e ela estava começando a chorar igual a bebê.

— Não foi minha intenção, Senhora. — Me aproximei da mulher, um pouco desesperado como se eu tivesse despertado um enxame de abelhas — O que eu posso fazer pra ajudar?

— Que tal encontrar o pai bêbado dela que sumiu no dia do nosso casamento? — Disse a mulher, me entregando a bebê que só aumentou o choro quando eu a segurei — Eu volto já. — E saiu da cafeteria correndo, me deixando totalmente perdido e estático com uma bebê nos meus braços que aparentemente não ia muito com minha cara, pois não parava de chorar.

E enquanto eu estava lá, quase começando a chorar também, balançando a criança desajeitadamente, Niall deu a volta na mesa, se pôs ao meu lado e tirou uma selfie dele rindo, fazendo arminha enquanto eu e a bebê definitivamente não estávamos muito felizes.

— Ai, essas coisas só acontecem com você, meu amigo. — Constatou, voltando para a cadeira dele, morrendo de rir — E eu acho que a mãe dessa criança não vai voltar.

— Eu preciso da sua ajuda. — Me sentei de novo na minha cadeira, ainda com a bebê nos braços, tentando falar mais alto do que o choro daquela pobre inocente.

— Com a criança? Nem vem. Se vira. — Gritou também mais alto do que o choro. Agora era como a nossa conversa ia ser, mais alto do que aqueles gritos que não pareciam perto de parar.

— Não, seu idiota, eu preciso saber como nós nos conhecemos aqui nessa realidade.

— O que? Perdeu a memória?

De Repente Apenas HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora