Capítulo 06

651 96 301
                                    


Então, após ser pego por Louis e Clifford, espionando a casa, tive que pensar muito rápido, o que certamente não costumo fazer muito, mas lembrei da estória que eu e Niall montamos horas antes para eu justificar o porquê eu menti lá na faculdade e juntando essa estória com algumas adaptações para aquela inesperada situação, eu comecei a me justificar enquanto sentamos lado a lado na escadinha da frente da casa dele, com Clifford deitado em nossos pés. 

— Primeiro, eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu na sua aula. — Falei, morrendo de vergonha só de lembrar — Acho que ficou evidente que eu não sou um dançarino. 

— É! Ficou meio que evidente. — Comentou ele, segurando o riso. Aquele desgraçado. 

— Não foi tão ridículo também. Eu até que mando bem na mexidinha de cabeça.

— Teve uma hora que eu pensei que você estava começando a convulsionar. — Riu abertamente, me fazendo corar e tapar o rosto com as minhas mãos. 

— Para! — Pedi, cruzando os braços e fazendo beicinho. Talvez minha irmã esteja certa e eu seja um bebêzão.

— Ownnnt! — Sorriu e colocou a mão no peito, como se aquela minha reação fosse demais para o seu coração — Adorável. 

— Assim você não vai me deixar explicar. — Sorri com a reação dele, mostrando as minhas características covinhas, mas evitando contato visual com Louis, pois provavelmente se eu o visse sorrir lindamente, formando aquelas ruguinhas em seus olhos, eu iria esquecer todo o plano e apenas pular no colo dele, me declarar e beijá-lo até ele chamar a polícia pra me prender. 

— Tá! Tá! Fala. Eu estou curioso. 

— Ok! Bem, eu na verdade sou um florista e naquele dia eu estava na faculdade para entregar uma encomenda de um garoto que queria surpreender a namorada na frente de todos, não sei. — Agradeço ao Niall por ser criativo nas mentiras.

— Hum! Interessante. Não fiquei sabendo disso. 

— Eu acho que não era na ala de psicologia. Para falar a verdade, eu nem sei como eu cheguei na ala de psicologia. Aquela faculdade é gigante e eu sou uma pessoa muito desorientada. Fiquei andando e andando, procurando uma saída até que passei na frente da sua sala. 

— E resolveu entrar?

— É! Eu meio que olhei pela porta e te reconheci. 

— Me reconheceu? Da onde? A gente já se viu antes? — Aquela pergunta quebrou um pouco o meu coração, eu queria tanto que ele lembrasse de mim — Harry, está tudo bem? — Perguntou ele, vendo que eu fiquei triste de repente. 

— Está sim, é só que… — Eu não sabia como explicar, então, só continuei a história — Eu te reconheci da foto que tem na parte do seu livro que fala do autor. E é por isso que eu também soube seu nome. — Agradeço ao Niall por ter a ideia de procurar trabalhos do Louis na internet. 

— Wow! Você leu meu livro? Eu pensava que só minha família tinha lido aquele livro. — Brincou ele, ficando um pouco corado. 

— Não! Na verdade, ele é muito interessante. Eu quase nunca vejo psicólogos discutirem as influências da música no comportamento humano e além disso, eu componho algumas músicas para vender para artistas. Então, achei interessante ler sobre isso. 

— Então, além de florista, você é compositor?

— Sim. Você gosta de músicas?

— Na verdade, eu amo. Também componho algumas músicas, mas elas ficam só pra mim. Nunca compartilhei elas com ninguém, nem com a minha família. E além disso, nos finais de semana, eu ensino piano para a filhinha da minha vizinha. Ela é um amor. Só tem 8 anos, mas tem um talento e tanto. 

De Repente Apenas HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora