Capítulo 14

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Quando cheguei no hospital, não pude entrar para além da porta da emergência por causa do Clifford. Foi desesperador, minha irmã chorando de dor e eles a levando para dentro enquanto tudo que eu pude fazer foi sentar na calçada, com Cliff aninhado nas minhas pernas e esperando alguma notícia. Além disso, não consegui criar coragem para avisar a minha mãe e eu só esperava que ficasse tudo bem ou ela nunca iria me perdoar. 

— Harry! — Ouvi aquela voz conhecida me chamando e vindo correndo do estacionamento até a mim — Como ela está? — Indagou Louis, me abraçando quando me levantei e também fui ao encontro dele. 

— Eu não sei. Não me deixaram entrar por causa do Clifford. — Respondi, encerrando o abraço e enxugando minhas lágrimas. 

— Desculpa. É meu cachorro, eu que deveria estar responsável por ele. 

— Não! Não se preocupe. Foi eu que quis levar o Cliff para o trabalho. Além disso, ele é uma ótima companhia. — Me abaixei por um segundo e o abracei, fazendo carinho atrás das orelhas dele. 

— Se você quiser eu posso ficar aqui com ele e você vai lá saber como estão as coisas. 

— Sinceramente… — Hesitei, começando a chorar muito — A verdade é que eu tô com muito medo de descobrir. 

Louis não esperou mais nem um segundo. Ele apenas me puxou para sentarmos na calçada e ficou lá, do meu lado, me abraçando até eu acalmar mais meu choro. Naquele tempo, ele não falou nada, apenas acaraciou meus cabelos e sussurrou repetidamente que ia ficar tudo bem. Como nos velhos tempos, eu poderia dizer, eu estava finalmente no meu refúgio favorito e ouvir sua batida de coração enquanto minha cabeça estava encostada em seu peito, era a música mais relaxante que eu poderia ouvir naquele momento. 

— Desculpa! — Pedi, me afastando e limpando minhas lágrimas — Aqui estou eu de novo, chorando no seu ombro. 

— E de novo pedindo desculpas por isso, sendo que eu já disse várias vezes que você não precisa. — Declarou, agradavelmente acariciando minha bochecha, enxugando alguns resquícios de lágrimas — Que tal se eu for lá dentro saber como as coisas estão e depois eu volto aqui e te conto tudo? Depois você decide se a informação que eu vou te dá é demais ou não para você lidar. Se for, a gente arruma um jeito de tornar tudo um pouco melhor, ok?

— Parece perfeito. — Respondi um pouco sem graça, mas com certeza mais tranquilo. 

— Tá! Volto já. — Avisou, me dando um beijo carinhoso na testa e entrando logo no hospital.

Quando Louis voltou, ele me avisou que os médicos o informaram que felizmente os vidros não tinham atingindo nenhum nervo e que eles só estavam limpando tudo e fazendo curativos, mas que não poderiam dá alta até ela passar por uma avaliação psicológica. Sendo assim, Gemma agora estava esperando em um quarto, um psiquiatra vir falar com ela. 

Com isso, eu finalmente consegui respirar melhor, agradeci Louis que entrou comigo no hospital logo depois que Calvin chegou e ficou com Clifford lá fora. Acontece que quando Niall recebeu minha mensagem, ele já estava saindo para uma reunião do AA e mesmo que o meu melhor amigo quisesse desistir da reunião para vir me encontrar, Calvin não deixou e prometeu que viria ao meu encontro e que informaria qualquer novidade para Niall. Certamente, eu não poderia estar mais agradecido. Se não fosse o Calvin, o Niall teria faltado na primeira reunião por minha causa. 

— Hey! Com licença. — Anunciei, entrando no quarto onde estava Gemma, um pouco sonolenta por causa de uns remédios — Como você está se sentindo?

— Quem é esse? — Perguntou, se referindo ao Louis que estava ao meu lado, me apoiando. 

— Esse é o Louis, o dono do Clifford que eu te falei que tá ficando lá em casa. 

De Repente Apenas HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora