• Everything we shouldn't do is better • (COMPLETO)

Capítulo 132

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Mariana P.O.V

Ver alguém com falta de ar é algo difícil. E mil vezes pior quando é alguém importante pra você. Assim que vi o Rafael encostado na parede, olhando para mim depois de provavelmente ouvir a minha conversa com o Ricardo, fiquei sem reação. Suas olheiras me contaram que ele não estava dormindo, sua palidez me mostrava que ele não estava comendo bem, e o seu olhar gritava que tudo estava errado. Fiquei preocupada, quando saí do quarto, fiquei o observando de longe, vendo que até a sua postura era outra.

Assim que entro no hospital com ele, permite que ele entrelace os nossos dedos, e não nego o arrepio delicioso que me tomou no mesmo instante. Não são só as mulheres que correm os olhos para ele, alguns homens também, coisa que sinceramente, já me acostumei. 

O instalei em um dos  melhores quartos do hospital, mesmo ele reclamando, dizendo não ser necessário.

- Eu não gosto dessa roupa..- reclamou puxando o tecido que não cobria o tudo na parte de trás. Segurei o riso, e o ajudei a se sentar na cama.

- Por isso disse para manter a cueca..- completo ajustando a altura da cama, tentando o deixar confortável - Você vai fazer um check up..- aviso, já sentindo o seu olhar em mim, mas nem o olho, checo meu celular. 

- Não precisa, já te disse que estou melhor..- tocou o meu braço.

- Não estou perguntando. Você vai fazer..- o encaro, e me perco na intensidade de sentimentos que seus olhos me transmitem, e me arrependo das palavras duras que acabei de usar - É para o seu bem. Me deixou preocupada te ver daquele jeito..- confesso baixo, e ele assente, sem discutir. 

O acompanhei em todos os exames. Não saí do lado dele, e quando não podia ficar ao lado, eu estava na mesma sala observando tudo. Hora ou outra nossos olhos se prendiam um no outro, e parecia que toda a raiva e decepção escorregavam pelo meu corpo, me fazendo esquecer tudo. 

- Doutora, as imagens estão aqui..- o enfermeiro me chamou, e eu me inclinei, observando as imagens, respirando aliviada ao ver tudo limpo, e em ordem. 

- Ótimo, muito obrigada..- toco o seu ombro, e sorrio agradecendo.

- Seu marido é muito simpático..- disse quando eu dava outra avaliada rápida, mesmo sabendo que os especialistas teriam acesso a essas imagens ainda hoje para uma análise melhor. 

- Deve ser por isso que algumas pessoas estão andando por aí com um brilho nos olhos, e se oferecendo para ficar com ele para que possa voltar ao meu trabalho..- digo, e vejo que o Rafael sorrir na sala a nossa frente, passo os olhos pela mesa, e vejo que o microfone está ligado.

- Mas ele só tem olhos pra você. Todos sabem disso..- ele diz, e eu sinto que o Rafael me olha pelo vidro, que permite que ele nos veja bem. Sorrio sem mostrar os dentes para o enfermeiro que devolve um sorriso simpático - Vai levá-lo para quarto? - perguntou, e eu assenti - Quer que eu chame alguém para ajudar?

- Não precisa, Luan. Muito obrigada! - agradeço, e vou até a sala onde o Rafa está - Vamos? - pergunto, e ele assente, ficando de pé, envolvendo meu ombro.

- Quando vou poder ir para casa? - perguntou assim que se deitou na cama, já no quarto.

- Você vai dormir aqui..- aviso, e ele franzi a testa - Não vamos discutir sobre isso, por favor. É a sua saúde, quero que passe a noite aqui. Virei te ver sempre que eu puder, não vou te deixar sozinho..- asseguro.