Capítulo 105

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Mariana P.O.V

Chego no hospital querendo cuspir fogo para todo o lado, mas me controlo. Me troco e começo a passar nos quartos dando uma checada nos pacientes.

- Bruna, me chama se houver qualquer mudança nesse paciente, por favor..- peço ao sair do último quarto. Ela concorda, eu sigo o meu caminho para o conforto e começo a estudar umas das novas técnicas que estou pensando em usar na minha próxima cirurgia.

Termino tudo que queria estudar e revisar perto das duas da manhã. Planejava tirar um cochilo, mas sou chamada sendo avisava que um trauma vindo. Corro até a emergência e me responsabilizo de uma mulher de quarenta anos.

Clavículas, algumas costelas, e braço quebrado. Inúmeros cortes pelo corpo, resultado dos estilhaços de vidro do carro.

- Chama o Felipe, por favor, vou precisar dele..- peço indo em direção ao centro cirúrgico.

Inicio o procedimento pelas clavículas, e logo o Felipe, o primo da Camila, entra no centro cirúrgico.

- Uau! - disse ao olhar para a paciente - O que houve?

- Carro contra carro..- conto o vendo se sentar em um banco e se aproximar do rosto da mulher.

- Alguém bêbado? - questionou e eu o olhei elevando as sobrancelhas - Sempre, não é? - captou a resposta.

- Pelo que a polícia disse ela cochilou e o cara do outro carro estava muito bêbado..- dou detalhe, e caminhamos em outros tópicos durante a cirurgia que durou algumas horas.

Caminhava até o conforto querendo me deitar, mas vejo a Duda correr na minha direção com uma expressão assustada. Entendo sem que ela precise me dizer nada, Corro com ela até o quarto do paciente que pedi para ser sempre atualizada.

- Merda, é o coração! Liga para a cardio, rápido! - falo começando as compressões - Traga o carrinho! - peço a enfermeira que entrou para me ajudar.

A jovem na cama não reagia.

- Liguei para a Dany, ela está vindo! - Duda grita e eu fico mais tranquila - Ela disse para continuar as compressões!

Obedeço e a minha amiga chega em menos de dez minutos.

- Cheguei, estou aqui! - ouço sua voz - Vamos, já tem gente no centro cirúrgico nos esperando! - ela diz ao ajudar a levar a paciente na cama - Muito obrigada, amiga, vá descansar.

Fiz todo o meu caminho até o conforto e me impressiono ao ver as horas. 06h10. Já está na hora de voltar pra casa.

Arrumo as minhas coisas enquanto tomo um copo médio de café para afastar o sono, mando uma mensagem para a Dany e ando até o estacionamento.

Bocejo por quase todo o trajeto, mas me mantenho atenta. Espero o sinal abrir e ando com o carro. Ouvi gritos, mas não consegui olhar na direção deles, fui atingida por algo grande e forte antes que eu pudesse piscar meus olhos.

Agarro o volante no reflexo e sinto o meu carro capotar algumas vezes. Os livros que levei comigo para o plantão acertam a minha cabeça, me fazendo gritar de dor. Sinto estilhaços me cortarem, mas minha visão escurece frações de segundos depois.

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Rafael P.O.V

Não dormi bem. Nem consegui dormir, na verdade. Tive um mal pressentimento, mas nada que eu fiz mudou esse sentimento.

Saio da cama cinco e meia da manhã, desço as escadas e preparo um café na cozinha sabendo que daqui a pouco a Mari vai chegar. Tento ligar para a minha esposa a cada cinco minutos, sei que ela não quer falar comigo, mas acredito em milagres

• Everything we shouldn't do is better • (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora