-Dela e de mais ninguém

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   Acordei no dia seguinte sentindo o calor de Scarlett ao meu lado na cama e aproveitei pra admirar sua beleza. Sentei meu corpo e fiquei um tempo parada alí, quase que literalmente babando. Cheguei meu corpo mais perto do seu e me deitei de lado passeando com minhas mão contornando sua cintura. Tive medo de acordá-la sem querer, então fui preparar o café da manhã, como Eliza havia me orientado, preparei uma bandeja farta, porém saudável pois sabia o quanto ela cuidava de seu corpo, e pus uma rosa no meio. 

  Voltei para o quarto e pus a bandeja em cima do criado mudo, ela estava na mesma posição, eu me abaixei à sua frente.

-Scarlett?- Sussurrei em seu ouvido.

-Oi.- Ela disse docemente esfregando seus olhos.

-Fiz o seu café.- Coloquei a bandeja na cama e me sentei.

  Ela se sentou e ficou em silêncio por alguns minutos, oscilando seu olhar entre a bandeja e eu.

-Fiz alguma coisa errada?- Perguntei preocupada.

-Não.- Ela hesitou- Acabei de lembrar que tenho uma prova importantíssima na segunda e preciso ir pra casa estudar.- Scarlett se levantou.

-Não vai comer?- Perguntei desapontada.

-Sim, claro.- Ela trocou sua roupa primeiro depois sentou na cama para tomar o café.

-Você ainda tem domingo pra estudar. Fica?- Disse quase implorando.

-É medicina. Você sabe como é dificil...

-Ok, não vou insistir.- Minha frustração e decepção eram notáveis.

  Scarlett não pareceu se importar comigo, foi completamente o contrário de quando viu Eliza, senti como se eu não estivesse alí. Ela não comeu tudo, mas uma boa parte, isso me deixou um pouco feliz. Depois se levantou e guardou seus livros que estavam no chão desde a noite passada.

-Estava ótimo, obrigada.- Ela sorriu, pegou sua bolsa e a pôs no ombro.

Então eu me arrumei e peguei as chaves do carro.

-Vamos?- Perguntei.

-Pra onde?- Ela disse confusa.

-Você não vai pra casa? Então, eu vou te levar.- Meu tom estava sério.

-Não precisa eu chamo um táxi.- Ela pareceu nervosa.

-Eu não me importo em te levar, faço questão.

-Eu prefiro ir sozinha.- Ela arrumou seus cabelos.

-Você que sabe. Mas vou te levar até lá em baixo.

  Scarlett assentiu e eu fiquei na porta do quarto esperando ela, assim que chegou até mim ela parou subitamente e voltou até a cama, pegou a rosa que eu havia colocado na bandeja, a guardou em seu livro e nós fomos para a sala. Aquele gesto vindo dela, por mais insignificante que pareça, foi maravilhoso para mim. Um sorriso imenso surgiu em meu rosto, mas quis escondê-lo para ela saber que ainda estava chateada por vê-la ir embora tão cedo.

-Queria mesmo ficar, mas hoje não vai dar. Nem vou trabalhar.- Nós estávamos no corredor.

-Não precisa se explicar.

  Nós descemos e assim que passamos pela recepção eu cumprimentei Eliza. A expressão de Scarlett se fechou instantâneamente, eu apenas a observei. Ela era difícil de decifrar.

  Havia um táxi na porta e eu olhei para Scarlett com cara de cachorrinho abandonado.

-Então, até mais.- Pus minhas mãos em meu bolso.

Vinte Noites com ScarlettOnde histórias criam vida. Descubra agora