13. Hate That I Don't Hate You

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Cooper

Angeline passou as mãos pelo rosto, irritada, enquanto Adalia esticava as pernas sobre o colchão da minha cama. Depois de tudo o que tinha acontecido no café, elas decidiram que passariam a noite na minha casa, não para passarem um tempo comigo.

A loira queria me trucidar, Adalia, por outro lado, queria ter a garantia de que Angeline não o faria.

Depois que neguei o pedido de namoro de Corey, meio sem jeito por ter que responder, na frente de todo mundo, à pergunta que ele fez sobre o porquê de eu não aceitar, Angeline praticamente me estrangulou mentalmente.

— Como você pôde fazer aquilo? — Perguntou entre os dentes. — Ele deve ter ficado arrasado. Foi na frente de todo mundo. Você simplesmente disse que não sente nada por ele!

— Mas eu não sinto! — Esbravejei, batendo as mãos nas coxas.

Parei de andar de um lado para o outro no quarto, virando-me para Angeline. Eu sabia exatamente o porquê de ela querer que eu aceitasse, não tinha a ver com sentimentos ou coisas assim, era só um passo mais perto de seguir em frente, mas eu não queria seguir em frente, não mais.

Depois de sentir novamente a pele de Daniel na minha, depois de ver seu sorriso virado para mim, depois de conseguir sentir que ele ainda sentia o mesmo que eu, eu não podia simplesmente seguir em frente como se aquilo não significasse nada.

— Allison, era a oportunidade perfeita para você seguir em frente, para você mostrar pra ele que está seguindo em frente! — Angeline me segurou pelos ombros, dando trancos leves para que eu caísse na real.

Adalia levantou-se rapidamente, se colocando entre nós duas e empurrando Angeline para trás.

— Já chega, Angeline — Repreendeu com a voz alta. — Você não pode tomar esse tipo de decisão por ela!

Angeline fechou os punhos, respirando fundo como se tentasse se controlar e evitar explodir ali mesmo. Ela afastou-se um pouco mais, com os olhos fechados, antes de abri-los novamente, enquadrando o rosto hexagonal de Adalia com labaredas que transbordavam por seus cílios.

— Você também não pode forçá-la a voltar atrás! — Provocou com um sorriso petulante. — Allison não pode viver pra sempre correndo atrás de um cara como ele. Sem contar que ela está se estabilizando por aqui novamente, e o que vai acontecer se ele decidir voltar com ela, hein? — Ela riu, desdenhando completamente de nós duas. — Ele mora no Michigan, agora. Não mudaria nada, o cenário que eles viveram quando ela foi para a Califórnia só se repetiria. É isso o que você quer, Allison?

Neguei com a cabeça, lentamente.

— Ele não largaria o sonho dele só por sua causa — A loira ergueu uma de suas sobrancelhas. — E o Corey é um cara muito mais decente que ele!

— Cala a boca — Bradei, puxando Adalia para trás antes que ela pudesse falar qualquer coisa em meu lugar.

Angeline hesitou, descrente.

Em todos os anos de amizade que tínhamos, poucas foram as vezes em que eu tive coragem de a rebater daquela forma, com tanta raiva e afinco. Angeline sempre fora muito mais alta que eu, além de que sua personalidade sempre se sobressaia à minha.

Ela sabia muito melhor como se impor, e todas as vezes em que eu tentei fazer algo parecido, ela parecia se ofender, simplesmente porque era inaceitável que alguém como eu, que nunca contestava nada, não concordasse com ela.

Eu sabia bem que não tinha uma personalidade marcante e dominante, que eu normalmente desaparecia nas conversas e nas rodas com pessoas que eram mais como Angeline, mas eu não queria que todas as coisas que eu pensasse e que todas as conclusões que eu tirasse fossem invalidadas porque minha voz era mais baixa, ou porque eu não dizia coisas como Angeline costumava dizer.

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