Final de outubro de 1999:
Eu fechei a gaveta do caixa com o quadril e entreguei a sacola com duas caixas de kit-mata-aula ao cliente.
- Obrigada. - Eu agradeci e sorri, sorriso esse que rapidamente se desfez assim que o cliente se afastou.
Tentei ao máximo não suspirar de frustração ao olhar para a longa fila que se formava diante da caixa registradora. Terei de ficar no caixa a manhã inteira e estou simplesmente morrendo de vontade de dar uma parada para ir na confeitaria do outro lado da rua comprar um muffin. Mas não tenho meios de escapulir já que Lino está de folga e provavelmente deve estar com a maior ressaca pela festa de ontem, e George abriu a loja e se trancou no escritório desde que cheguei, além disso tudo nem sinal de Fred, então fiz o que me restava: agarrei o produto do próximo cliente, retirei a etiqueta, registrei-o e o embrulho. Enquanto atendi os clientes no automático fui pensando no que aconteceu ontem e qual foi o desenrolar do triângulo amoroso dos meus dois chefes. Além da dor de cabeça insuportável, consequência das três cervejas amanteigas misturadas com algumas doses de Whisky de fogo, estou temendo que a festa de aniversário de Lino tenha trazido mais coisas ruins a tona. Fred parecia muito chateado ontem, e nem veio trabalhar, coisa que nunca aconteceu nesses dois meses em que estou na loja.
Depois de cerca de uma hora o sininho tocou quando a porta se abriu outra vez, talvez pela trigésima vez na manhã, só que invés de um cliente, quem passoi por ela foi o Fred.
- Bom dia. - Ele desejou com um tom que deixa claro que a última coisa que ele está tendo é um bom dia.
Quero dizer que ele parece péssimo, mas não seria muito delicado dada as circunstâncias.
- Está tudo bem? - É a única coisa que formulo perguntar.
- Pareço bem? - Ele ironizou, se apoiando no outro lado do balcão.
Certo, então além de visual completamente no estilo "levantei e não me importo com o que vesti" ele também está um pouco ácido. Finalmente me dou conta de que não desceu pelas escadas do seu apartamento no segundo andar, mas entrou pela porta da frente o que me leva a acreditar que ele não dormiu no apartamento esta noite. Minha língua coça para perguntar onde ele passou a noite, mas eu sabiamente me contenho.
- George está lá em cima. - Eu aviso com casualidade, mesmo que por dentro esteja analisando sua reação.
- Ele é a última pessoa que quero ver nesse momento, Lucy. - Fred assegurou, olhando a rua através da vitrine ao lado do balcão.
- Deveria conversar com ele. - Acabei soltando.
Fred está de pé, apoiado no balcão de madeira do caixa, e olhou distraidamente lá para fora.
- Hum? - Diz ele, muito distraído com os próprios pensamentos para formular uma
resposta mais coerente.- Deveria conversar com o George, ele também não pareceu bem. - Eu repito e ainda ascrento mais coisas por não conseguir controlar minha maldita língua.
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Trabalho Perfeito - Fred Weasley.
FanfictionLucy sempre quis trabalhar com logros e quando a oportunidade de se tornar funcionária de uma das lojas mais conhecidas nesse ramo aparece, ela não hesita, mesmo que isso signifique lidar com um ruivo mal humorado que acabou de levar um pé na bunda...