Peter Ratazana Pettigrew

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É uma conversa estranha e sutil. Quase não percebo que estou sendo chantageado. 

 Estamos nas arquibancadas, sentados em cadeiras dobráveis de metal, quando Peter Pettigrew diz:

- Li seu e-mail.

- O que? – Eu levanto o rosto e olho para ele.

- Mais cedo. Na biblioteca. Não foi de propósito, é claro.

- Você leu meu e-mail?

- Eu usei o computador logo depois de você – diz ele. – Quando acessei, entrou na sua conta. Você devia ter encerrado a sessão.

- E você deveria cuidar da sua vida! – me levantei irritado, mas logo voltei a me sentar, quando Pettigrew agarrou meu braço me puxando para baixo.

Fico olhando para ele, estupefato demais para falar qualquer coisa.

- Por que usar um nome falso? – pergunta, batendo pé na perna da cadeira. Eu queria matá-lo.

- Bem, eu diria que um nome falso serve justamente para impedir que pessoas como você fiquem sabendo de coisas que não dizem respeito a você.

Eu devo ser um idiota. Como não prestei atenção enquanto fechava a página. Durante todo o verão minha identidade secreta funcionou perfeitamente, porém, por causa de um pequeno erro, estava tudo ameaçado. 

- Enfim, achei que você fosse gostar de saber que meu primo é gay. – ele dá um sorriso. 

- Na verdade eu não me importo. – ele olha para mim, e eu sinto que algo de bom não está por vir –  O que quer de mim, Petter?

- Nada demais. Olha, não somos idiotas, sabemos que não há problema nenhum com isso além do constrangimento. – ele sorri de uma forma macabra – Enfim, é bem óbvio que você não quer que ninguém saiba deste seu segredo sujo.

Bem, acho que nunca é tarde para se tornar réu primário. Seria desastroso se alguém além deste idiota soubesse. A coisa toda de sair do armário me assustava. Não sabia como as pessoas reagiriam com essa informação. Talvez não fosse o fim do mundo, mas eu não estava 100% preparado para essa situação. 

Não consigo acreditar que estou tendo essa conversa com Petter Estúpido Pettigrew. De todas as pessoas que eu poderia está tendo essa conversa, ela infelizmente estava ocorrendo com um hétero super escroto que até ontem nem olhava na minha cara.

- Eu sei que você é amigo da Marlene McKinnon e eu queria que você

- É sério isso? Quer que eu te ajude com Marlene em troca de você guardar o meu segredo? Sério, cara? Você deveria ser mais inteligente. Ninguém vai acreditar em você. 

- Eu fiz uma captura da tela

- Você o que? – senti como se minha alma estivesse saindo do meu corpo – Espera você fez a captura da tela?! E ainda quer que eu te ajude! Você é doente, cara!

Quase dou uma gargalhada de histeria. Aquele fudido poderia colocar tudo a perder. E eu nem me importava tanto se ele mostrasse meu email por aí, eu poderia simplesmente fingir que era mentira daquele infeliz, mas o problema é que Padfoot saberia, não sei como seria a reação dele, se Peter contar sobre o email ou pior mostrar esse email para alguém, Padfoot poderia nunca me perdoar por um descuido como esse. 

 Meu Deus. Peter, para mim, era inofensivo. Um nerd e esquisito, para ser sincero, mas o cara era mais que isso, ele era um demônio. 

- Você vai mesmo me obrigar a fazer isso?

- Obrigar? Claro que não. Não é isso. Sabe, eu gosto da Marlene, você é amigo dela. Você poderia, sei lá, me convidar para alguma coisa quando ela estiver junto. Nada demais.

Com amor, Remus Onde histórias criam vida. Descubra agora