Remus Lupin

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Remus


Eu me apoio no travesseiro e olho para janela. Estou criando coragem para acessar o blog da escola. Depois de ser arrastado até a diretoria por Sirius e Alice, fiquei sentado sendo encarado pela secretaria com aquele olhar de pena.

Eu não conseguia acreditar que aquela merda estava acontecendo. Fiquei lá, sozinho e encarando por quase meia hora até Tia Euph chegar, a mãe de James era meu contato de emergência, eu jamais chamaria Hope.

Durante o caminho ela não falou nada. Eu agradeci por isso. Acho que se eu falasse algo acabaria chorando. 

– Tem certeza que quer ficar sozinho, meu bem? 

– S-sim. E-eu preciso.

Ela assente .

– Seu pai está na escola, assim que terminar ele vai vir. Me ligue se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo – diz me abraçando – Remmy, você não está sozinho nessa. Todos estamos aqui por você. E mesmo meus dois filhos sendo idiotas, eles jamais se afastarão de você por ser gay. Entende o que eu quero dizer?

– Hurum – um nó na minha garganta me impede de dizer qualquer coisa.

– Descanse, querido. Depois eu volto com seu almoço. E nem pense em negar. 

Eu balanço a cabeça lentamente em despedida. 

Não sei por quanto tempo fiquei deitado tentando absorver tudo que aconteceu. Acho que foi tempo o suficiente para preocupar alguém, sinto meu celular vibrar sem parar, mas não quero saber o que as pessoas pensam sobre isso.

Abro o blog da escola. A postagem ainda está lá.

CONVITE ABERTO DE REMUS LUPIN A TODOS OS GAROTOS

Queridos rapazes de Hogwarts,

Com esta missiva, declaro que sou completamente gay e estou aberto para negócios. Os interessados podem fazer contato direto comigo para discutir planos de sexo anal pelo cu. Ou bluequete. Mas não me façam ter dor nos ovos. Garotas não precisam se candidatar. Estou aberto também a sexo grupal. Isso é tudo.

Abaixo as fotos dos e-mails com Padfoot em anexo. 

Encosto a cabeça na cabeceira. Os minutos passam. Não sei o que pensar. Estou exausto, pensei que quando todos soubessem, eu me sentiria como se estivesse tirando um peso dos ombros. Mas está sendo estranho e surreal. Sufocante. Estou assustado. 

– Ei, Remmus. Vamos acordar – alguém me chama – Querido, já está tarde.

Me levanto assustado. Meu corpo está em estado de alerta. Dormi foi pior coisa que eu fiz, os pesadelos encheram minha mente. Pesadelos com minhas pessoas preferidas me atacando. Sirius me atacando.

Ali está meu pai, sentado ao meu lado. Seu olhar é cansado e triste. Uma mão está no meu cabelo e outra segura uma tigela.

– Está tudo bem. Sou eu. Trouxe um pouco de sopa – diz me mostrando a tigela – Euphemia esteve aqui o dia todo. Me falou que você passou o dia dormindo. 

Não consigo encarar seus olhos. O que será que ele está pensando? Talvez ele esteja com nojo.

– Suponho que não tenha sido você quem escreveu.

Com amor, Remus Onde histórias criam vida. Descubra agora