Capítulo 2

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Dono de uma Escola de Educação Infantil, Jeon JungKook é um homem no auge de seus 29 anos, independente e solteiro convicto. Ele não pensava em construir família ou mesmo manter um relacionamento fixo com alguém. Ao contrário de seu irmão, SeokJin casara-se há 8 anos com o Dr. Kim Namjoon, um médico neurocirurgião que hoje é reconhecido e respeitado em sua área devido ao amor e dedicação a medicina.

Como fazia todas as manhãs, Jeon dirigia seu carro pelas avenidas de Seoul com destino ao seu trabalho. Ainda era cedo, mas as ruas estavam movimentadas e ele dirigia na velocidade permitida daquela avenida. Jeon era adepto do politicamente correto. Gostava das coisas certas, era justo em suas decisões e atitudes.

Jeon se considerava com sorte aquela manhã, pois mais adiante, mais um farol estava aberto para si e isso significava chegar mais cedo ao trabalho, mesmo ele sendo o dono, pontualidade era algo que ele prezava muito. Ele só não espera que um jovem recém saído do Starbucks, provavelmente distraído com seus pensamentos e tomando seu café, não tivesse visto o farol fechado para pedestre e atravessaria a pista sem perceber que um carro ia em sua direção.

Jeon tentou desesperadamente frear seu carro, mas não conseguiu evitar a colisão com o rapaz. O choque frontal fez com que o jovem fosse lançado por sobre o capô do carro, batendo fortemente a cabeça no para-brisa e sendo arremessado para o asfalto quando o carro parou a alguns metros.

Desesperado, Jeon saiu do carro deixando o pisca alerta ligado e indo até o rapaz ao mesmo tempo em que ligava para a emergência notificando o acidente e a localização de onde ocorrera.

Ele não era médico como seu cunhado, mas sabia que a situação do rapaz não era das melhores. A posição da perna deixava nítido que ali havia uma fratura grave, mas o seu maior desespero foi ao notar o sangue que se acumulava no chão, próximo ao rosto do garoto, manchando de vermelho vivo os fios dourados de seus cabelos.

A ambulância não demorou a chegar, os socorristas estavam fazendo os procedimentos necessários ali no local para poder estabilizar o jovem e o levar o mais rápido possível paras o hospital mais próximo e que tivesse capacidade para atender um caso grave de emergência. Um dos socorristas informou Jeon para qual hospital estariam levando o rapaz, quando ele os questionou.

Após a ambulância seguir seu caminho, Jeon ligou para seu irmão, SeokJin, contando o que tinha acontecido, enquanto ele aguardava a polícia chegar.

Ali mesmo no local prestou as primeiras declarações e então fora encaminhado para a delegacia. Algumas horas mais tarde e com a presença de Jin, seu advogado, ele fora liberado. Um boletim de ocorrência foi registrado e investigações seriam realizadas. Ele sabia que a culpa não era sua, mas teria que passar pelos meios judiciais para provar sua inocência. Provas seriam procuradas e encontradas, pois câmeras de segurança estavam por todos os lados. Sua única preocupação no momento era ir até o hospital saber sobre o jovem e arcar com suas despesas médicas. Era o mínimo que poderia fazer naquela situação, além de tentar localizar a família após obter as informações necessárias para isso.

SeokJin o levou até o hospital indicado pelo socorrista da ambulância. Conhecia o caminho pois Namjoon trabalhara ali no início de carreira e muitas vezes era chamado para casos extremamente graves e complexos. Era um ótimo hospital, com bons profissionais e por isso acreditava que o jovem estaria em boas mãos. Usou dessas palavras para tranquilizar Jeon, pois sabia o quanto seu irmão era responsável e que mil coisas poderiam estar circulando por sua cabeça.

-Ei...vai ficar tudo bem Kookie. -Disse ao parar no estacionamento do local.

-Espero que você tenha razão Jin. Ele me pareceu tão jovem, não quero que nada de ruim aconteça com ele. Você me conhece, sabe que vou me culpar se algo pior acontecer. -Lamentava-se antes de despedir-se do seu irmão.

-Me liga se precisar de ajuda para qualquer coisa. Eu venho correndo e o Nam também pode ajudar.

-Jin...arruma um carro para mim. Vou precisar. -Pediu antes de sair do carro.

-Vou providenciar e trago mais tarde para você, se cuida. -Despediu-se fechando a janela do passageiro e seguindo seu caminho para dar sequência ao pedido do irmão.

Ali no estacionamento, Jeon respirou fundo como se mentalizasse uma prece em seus pensamentos e só então seguiu para a recepção do hospital. Ele não sabia o nome do jovem, não sabia nada sobre o rapaz, mas esperava conseguir informações dando as características do mesmo e assim ele fez ao se aproximar do balcão de atendimento.

-Por gentileza, eu gostaria de informação sobre o rapaz que deu entrada nesse hospital vítima de atropelamento.

-Qual dos rapazes Senhor? Hoje recebemos dois jovens nessa situação, sendo que um deles não resistiu aos ferimentos e veio a falecer ainda no trajeto para cá e o outro em estado grave está no centro cirúrgico.

Saber que um havia falecido fez Jeon se desestabilizar um pouco. Sua mão estava gelada e seu coração acelerado. Receber a informação dessa forma não havia sido nada gentil por parte da atendente, mas ele ainda tinha fé que o garoto fosse o que estava vivo e por isso se pronunciou depois de alguns segundos.

-Ele estava de calça jeans escura, camiseta branca e uma camisa xadrez de preto e amarelo por cima. É um jovem de cabelos loiro.

-O que o Senhor é do rapaz?

-Amigo. -Respondeu a primeira coisa que veio em mente.

-Só um minuto, vou falar com uma das enfermeiras do setor. O Senhor pode se sentar e aguardar. -Disse apontando uma das cadeiras do local próximo a parede.

JungKook afastou-se seguindo para o lugar indicado. Precisava esperar a boa vontade da mulher que mexia em alguns papeis a sua frente antes de pegar o telefone e iniciar uma conversa com alguém do outro lado da linha.

Alguns instantes depois, que mais pareceram uma eternidade, ela o chama novamente e lhe indica que direção seguir para pegar o elevador e ir até a sala de espera do centro cirúrgico, onde o paciente Park Jimin estava.

-Park Jimin... -Repetiu em seus pensamentos a primeira informação recebida sobre o rapaz. Agora ele tinha um nome para pôr em suas preces.

Tomando a direção indicada pela atendente não fora difícil encontrar a sala de espera. Sentou-se em um sofá e ali ficou por um bom tempo até que alguém sentou ao seu lado. Concentrado em sua prece, ele pedia a Deus que intercedesse por Park Jimin, que guiasse os médicos para que o rapaz pudesse ficar bem.

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