Poções

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Do teto do Salão Principal dava para ver a imagem do céu lá fora graças ao feitiço implantado. Era um azul apagado que quase não se via por trás das densas nuvens. Os alunos do sexto ano haviam acordado mais cedo, pois a manhã de segunda seria usada para acertarem com os diretores das respectivas casas quais disciplinas continuariam seguindo para tentar os N.I.E.M's (Níveis Intensamente Exaustivos de Magia), e se tinham alcançado N.O.M suficiente para cursá-las. John seguiu com Sally e Henry para a sala da professora McGonagall, o distintivo de capitão do time de quadribol reluzindo em seu peito.

– Sabe qual é o melhor lado disso? – questionou Henry, apontando para a insígnia – Agora você é como os monitores. Vai poder até usar o nosso banheiro. É muito melhor do que os de livre acesso.

– Os chuveiros são melhores? – perguntou o Watson interessado.

– Melhores? – Sally deu uma risada – Tem até uma banheira beeeem grande. Ah, avise quando começarem os testes.

– Pirou? Você não precisa de testes. É a melhor batedora que eu conheço!

– Você não pode começar assim, cara. Pode ter gente melhor do que eu fora do time. Boas equipes já acabaram mal porque os capitães simplesmente continuaram a jogar com caras conhecidos ou deixaram os amigos entrarem.

Eles se aproximaram da sala de Transfiguração bem na hora que dois sextanistas saíram de lá, os dois olhando para o jovem Watson. John fingiu que não notou e abriu a porta. Entrou na sala, seguido de Sally e Henry, e ouviu Witty Winter, uma colega de classe de pele negra, cabelos lisos e olhos amendoados, perguntar para a professora McGonagall se Firenze, "aquele centauro bonitão", continuava dando aulas de Adivinhação.

– O professor Firenze está dividindo as turmas com a professora Trelawney – respondeu Minerva, massageando a ruga do meio dos olhos como se buscasse paciência – Os alunos do sexto ano estão com a professora Trelawney. – esclareceu, voltando a pegar a pena e a esperar, ao que pareceu a John, a resposta ta aluna.

John, Sally e Henry - este último parecendo estranhamente desgostoso - sentaram-se nas carteiras mais distantes da mesa da professora e aguardaram o fim da organização dos horários de Witty. Quando ela terminou, acenou para os três e saiu da sala. A professora McGonagall fez sinal para John se aproximar da mesa e o aluno obedeceu.

– Bem, Watson, deixe-me parabenizá-lo pelo seu rendimento – disse a velha bruxa, consultando suas anotações – E devo dizer que fiquei satisfeita com a sua nota na minha matéria. Muito satisfeita.

Havia um claro deleite na voz da professora que fez as orelhas de John esquentarem.

– Vejamos o que escolheu – prosseguiu ela, olhando o formulário dele. – Feitiços, Defesa Contra as Artes das Trevas, Herbologia, Transfiguração... tudo bem. Mas por que não pediu para continuar em Poções? Por acaso deixou de lado a ambição de ser um Curandeiro?

– Eu posso cursar Poções mesmo não tendo um "Ótimo"?

– Ora, com o professor Slughorn ocupando a vaga, creio que alunos que tenham obtido "Excede Expectativas" sejam muito bem vindos a tentar esse N.I.E.M. Você quer continuar em Poções?

– Quero sim! – John respondeu depressa demais. Uma brasa de esperança acendeu em seu peito, todavia logo ameaçou a se apagar quando ele se lembrou de seu material escolar – Ah... mas... eu não comprei livro, ingredientes... nada.

– Tenho certeza de que o professor Slughorn poderá lhe emprestar o material. – ela tocou com a ponta da varinha no pergaminho e a grade escolar se organizou diante dela – Muito bem, Watson, aqui está o seu horário.

Potterlock - O Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora