Tom Servolo Riddle

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O frio penetrava até mesmo as paredes da sala da professora McGonagall e a lareira acesa não parecia fazer tanta diferença. A friagem fez John soltar um espirro fraquinho e inconveniente, descombinando com aquele clima de tensão em que todos se encontravam. Ele estava sentado numa cadeira ao lado de Sherlock, Henry e Witty, todos justapostos em frente à vice diretora e a Snape. O atual professor de Defesa Contra as Artes das Trevas levitava o belo colar de opalas com certa graça enquanto analisava-o. As pedras pareciam tão lapidadas que a tentação de tocá-las era grande.

– Então, Severo? – perguntou Minerva. – É mesmo um item das trevas?

O professor moveu a varinha e o colar pousou suavemente na mesa.

– Sim, imbuído de maldição corrosiva – respondeu ele, com voz solene. – Um único contato com isso e a vítima morre. Creio que a srta. Winter nos deve algumas explicações.

Witty Winter o fitou perdida e abalada:

– Eu... não sei bem... – a aluna tentava explicar. – Eu fui ao banheiro e tudo ficou leve e... e... eu acho que fui amaldiçoada com o Imperius.

– Você lembra para quem tinha que entregar o colar?

Ela encolheu os ombros e falou baixinho, como se o que estivesse prestes a falar fosse ridículo:

– Pro professor Dumbledore.

Ninguém conseguiu disfarçar o espanto. Alguns reagiram de forma mais escancarada, como John e Henry. Outros se esforçaram um pouco mais, como Sherlock e a professora McGonagall. Os lábios finos de Snape crisparam enquanto ele erguia o nariz sem tirar os olhos da moça, mas ele deixou que McGonagall fizesse a pergunta:

– Você sabe quem a azarou, srta. Winter?

– Não. A única voz que eu ouvi foi a da minha cabeça na hora da maldição.

– Chegou a ouvir algo suspeito, sr. Knight?

– Não – respondeu Henry, arrasado por não poder dar uma informação importante. – Ela... ela tava normal antes de ir ao banheiro, mas quando voltou trouxe um pacote e estava esquisita... e-eu disse que ela não deveria levar aquilo pra escola, mas ela não quis me escutar... então Sherlock apareceu.

McGonagall respirou fundo e massageou a ruga que se formou entre os olhos.

– Muito bem, sr. Knight – disse ela –, leve a srta. Winter para a enfermaria e peça à madame Pomfrey para dar e ela alguma coisa para o choque. Vocês dois podem ir.

Quando Henry e Witty se retiraram, a professora voltou sua atenção para o dois alunos restantes:

– Muito bem, Holmes. Como você sabia que a srta. Winter poderia estar carregando um colar amaldiçoado?

O corvino pensou em como deveria dar aquela resposta, no entanto John foi mais rápido:

– Ele recebeu um envelope com uma pista. Uma opala! Então achou que era um sinal.

Os professores fitaram, estáticos, o grifinório, e Sherlock se segurou para não olhar feio para o amigo.

– Interessante... – falou Snape, desconfiado – Por que achou que isso era uma pista, Holmes? Havia algo estranho na opala?

– Não. Era um opala normal – o corvino respondeu e tirou a pequena pedra do bolso do sobretudo para mostrar aos professores. – Só achei curioso um calouro me entregar isso num envelope e ir embora.

– Você lembra quem é o calouro? – inquiriu a professora.

– Não. Era comum demais. Sei que era da Lufa Lufa.

Potterlock - O Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora