A Festa de Slughorn

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Sherlock decidiu que não falaria da nova pista para John. Haviam se reconciliado a pouco tempo e não estava afim de envolvê-lo no jogo dessa vez. Por outro lado, o grifinório estava muito feliz com a vitória do seu time, e mesmo que o corvino tivesse um estranho affair pelo rapaz em estado de estresse ou confusão, gostava muito mais do John risonho e confiante que o acompanhava.

O tempo piorara desde a noite de ontem, e agora ir para baixo da faia era pedir pra voltar com uma forte gripe, então os dois foram para uma das salas desocupadas do primeiro piso e levaram as corujas de estimação que vieram trazer a entrega do dia num tempo ruim. Aproveitaram para ler as cartas da família Watson, da sra. Hudson e dos Holmes. Depois, Sherlock inteirou o amigo de todas as informações repassadas por Dumbledore.

– Então Tom Riddle era uma criança perturbada que veio de uma família perturbada, queria se achar especial e torturava os coleguinhas do orfanato – John resumia a história enquanto quebrava um petisco no meio para dividir entre Sentinela e Mercúrio. – Isso deveria ser surpreendente?

– Está se esquecendo dos detalhes. Os Gaunt tinham dois bens valiosos: Um anel, que ele dizia que pertencia aos Peverell, e um medalhão, que pertencia a Slyterin. O anel era igualzinho ao que estava na mão de Dumbledore e foi o que deixou a mão dele naquele estado. Isso é um ponto relevante.

Sentinela ameaçou dar uma bicada na corujinha atrevida que tentou tirar o petisco da sua boca.

– Sabe o que é estranho? – disse John, colocando a mão entre as duas aves e oferecendo novamente a comida que Mercúrio havia largado. – Por que Dumbledore colocaria um anel com magia negra no dedo? Digo, é o Dumbledore, sabe? É difícil engolir que ele foi enganado.

– Verdade – Sherlock abriu uma caixa de sapos de pimenta-hortelã – E que tipo de maldição era aquela? Ele não parecia amaldiçoado na mão de Gaunt. Outra coisa, Voldemort tinha uma mania de guardar objetos das outras crianças, como lembrança do poder dele sobre elas.

– Uma coleção bem macabra.

– E como – o corvino ofereceu a caixa para o amigo, que tirou um sapo de dentro. – Eu me pergunto se em algum momento Voldemort quis aperfeiçoar a coleção. Sabe, Dumbledore esteve sumido quando a Umbridge assumiu a diretoria. Ele poderia ter ido atrás do anel... e se estava atrás do anel pode também estar atrás do medalhão. De qualquer forma, ele não procuraria isso se não tivesse importância pra Tom Riddle.

John se encostou mais na cadeira, colocando um pé em cima do assento e dando uma generosa mordida no doce.

– Que pena que o celular ainda não chegou no mundo bruxo – comentou o Watson. – Seria só escrever "família Gaunt" ou "medalhão de Slyterin" ou "anel de Peverell" e saberíamos um pouco mais sobre eles.

Sherlock o fitou impressionado:

– Uma invenção trouxa faz isso?!

– Faz, mas precisa de internet. Um tipo de... rede de comunicação. Tipo a rede radiofônica. Dá pra ter acesso a ela pelo celular.

– Ensinaram que celular era uma variação de telefone.

– É muito melhor! Imagine uma mistura de espelho de dois sentidos com dueto com câmera fotográfica com rádio. E você pode levar pra qualquer lugar.

– ...Oh. – o corvino estava boquiaberto.

– O meu tá no meu malão e eu só uso pra ligar pros meus pais quando estou em Londres. Os artefatos trouxas com eletricidade quebram quando ficam perto de magia, e tem magia na escola inteira.

Mercúrio acabou se engasgando por tentar engolir um petisco grande demais, e Sherlock foi ao socorro do mascote, pegando a corujinha com as duas mãos e deslizando-a pela mesa até si.

Potterlock - O Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora