A Informação do Príncipe

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John havia dado um jeito de se livrar da temerosa herança do Príncipe Mestiço e até que agira bem depressa pois, a caminho do refeitório, deu de cara com Snape perambulando pelo sétimo andar juntamente com a professora McGonagall. Para evitar ser abordado, tratou de fazer Sally e Henry andarem mais rápido até a escada com a desculpa de que estava morrendo de fome. Como sempre, sobre o salão principal pairava o falatório matinal misturado ao barulho de talheres batendo nos pratos e jarras tintilando nos copos de vidro. John mal tinha colocado suco de abóbora em seu copo quando ouviu Sally comentar:

– Tá rolando um boato por aí...

E do jeito que a amiga falava, só estava esperando uma oportunidade para contar a fofoca.

– Foi a Janine que me falou – prosseguiu ela –, mas disse que ficou sabendo pela Adler, então não sei se é verdade.

– Sem rodeios, Sally – pediu Henry passando geleia de framboesa em uma torrada.

– Parece que Sherlock quase matou Moriarty usando magia das trevas.

Os rapazes mostraram-se surpresos, embora não pelo mesmo motivo. Henry provavelmente estava abalado com a possibilidade do corvino ter agido de forma cruel, já John calculava a rapidez com que Moran tratou de espalhar a notícia. O jovem Watson olhou para a mesa da Sonserina e viu Moriarty de costas, ao lado de Kitty Riley. A garota passava a mão pelos cabelos dele e falava algumas coisas. Com certeza Moran contara para Riley e ela acabou contando para todas as meninas da Sonserina que estavam dispostas a ouvi-la.

– Sem chances, ele não faria isso. – Falou Henry, embora estivesse inseguro. Então ele fitou John – Faria?

– Os dois duelaram – respondeu o Watson contra a vontade. Não queria relativizar a gravidade da situação, mas também não queria que pensassem que o corvino agira de propósito. – Sherlock usou uma maldição que viu num livro, mas não sabia que era magia das trevas. De qualquer forma, se Snape não tivesse chegado a tempo, Moriarty provavelmente teria morrido.

Sally revirou os olhos mal humorada:

– Tem certeza que ele não sabia que era magia negra ou foi isso que ele disse pra você?

– Ele pediu pra eu testar essa maldição nele, Sally. Com certeza não sabia o que ela fazia.

A garota não insistiu. John podia jurar que havia um pouco de alívio na expressão dela depois de ouvir a defesa.

Os três logo mudaram de assunto e passaram a falar de quadribol e dos melhores dias para marcar os treinos, pois se a Lufa Lufa ganhasse da Sonserina a taça já estava perdida pra eles, e os Harrison e Clara não estavam tão animados já que agora se empenhavam nos estudos para garantirem os seus N.I.E.M's.

Quando terminaram o café da manhã, levantaram-se para irem até as estufas. Como sempre, Sherlock estava esperando por John do lado de fora. Mesmo que fosse uma atitude rotineira, foi uma surpresa para o jovem Watson vê-lo. Poderia jurar que o corvino não o esperaria dessa vez por causa da discussão do dia passado. Mas não, o amigo estava lá, com um ombro apoiado num pilar enquanto aparentemente observava o jardim.

– Hei. Bom dia – cumprimentou o grifinório enquanto Sally e Henry seguiam seu caminho.

Sherlock se desencostou do pilar e se virou para ele.

– Bom dia. Você se livrou do livro?

É, seu melhor amigo não era uma pessoa de rodeios.

– Sim, ele é perigoso.

– Ainda acho que poderíamos manipulá-lo se eu tiver mais cuidado – falou o corvino num tom monótono enquanto descia as escadas de pedra. – Não reclame quando perceber que não será mais o melhor aluno de poções.

Potterlock - O Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora