As Escolhas de Dumbledore

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John sabia que estava rindo feito um idiota e que o clima era o de perigo. Sherlock provavelmente estaria em perigo e ele provavelmente estaria em perigo também. Ainda assim não conseguia parar de sentir a euforia percorrer a mais fina de suas veias. Colocou as mãos nas próprias bochechas como isso pudesse fazê-las parar de ficarem quentes. Também estava sem fome. Se antes estava pensando no jantar, agora sentia um formigamento engraçado no seu estômago.

Havia terminado de subir a escada quando se encontrou com Nick-Quase-Sem-Cabeça flutuando pelo corredor.

– Saudações, Jovem Watson!

– Oi, Nick. Tudo bem?

– Não mais que você, pelo que vejo. Parece bastante feliz!

– Pareço, é? Bom, motivos não faltam – o rapaz deixou escapar uma risadinha – Estou namorando o bruxo mais extraordinário do mundo!

Nick-Quase-Sem-Cabeça arregalou os olhos e abriu a boca numa expressão horrorizada.

– Pela Rainha, jovem Watson! Longe de mim julgar, mas... Você não acha um pouco errado um aluno como você namorar Dumbledore!?

Foi como se o fantasma tivesse lhe dado um tabefe.

– Que!? Não, Nick! Pirou? Eu to falando do Sherlock!

– Ah. A... Ahah... Ahahahaha! – Nick riu tão aliviado que a cabeça tombou para o lado, ficando pendurada no pescoço, e ele teve que colocá-la no lugar – Claro! Claro! O jovem Sherlock Holmes... Bem, é como eu sempre digo, trate sua donzela como uma pedra filosofal e você a terá para sempre. Bom, no caso, o seu donzel.

– É... Pois é. Hm... Nick, pode fazer um favor?

– Estou à sua disposição, meu rapaz. Se estiver ao meu alcance, naturalmente.

– Pode dizer pra Sally, Henry, Harry, Clara, Witty, Janine e os Harrison's me encontrarem no sétimo andar depois do jantar? Se puder falar com o Frei Gorducho e chamar pelo Greg Lestrade e Molly Hooper eu também agradeceria.

– Ora, é claro! Considere-se feito.

E, dizendo isso, o corpo do fantasma foi descendo até desaparecer sob o piso.

~O~

Sherlock estava com a mente inconvenientemente dispersa enquanto - por baixo da Capa da Invisibilidade - acompanhava Dumbledore até Hogsmeade. Havia mesmo feito aquilo. Havia beijado John. Bom, tecnicamente, John o beijou. Na verdade, John pulou em cima dele. Ou ele o agarrou? Tudo foi muito confuso. E eles também eram namorados agora. Isso não deveria ser estranho, certo? Eles viviam agindo como um casal mesmo. A única diferença é que agora podiam trocar uns beijinhos. Ou não. Namoro era algo sério e eles dois eram muito diferentes.

Ravenclaw... Algumas coisas precisavam ser conversadas depois que o passeio terminasse.

Foco, Sherlock.

– Professor – chamou o aluno baixinho –, vamos aparatar?

– Vamos. Você já sabe aparatar, creio eu.

– Sei, mas ainda não tenho licença.

– Não faz mal. Posso ajudá-lo novamente.

Eles chegaram ao vilarejo e viraram para uma rua lateral onde o letreiro do Cabeça de Javali balançava, rangendo suavemente, embora não houvesse brisa. O bar parecia estar completamente vazio.

– Não precisaremos entrar – murmurou Dumbledore, olhando para os lados. – Desde que as pessoas não nos vejam desaparecendo... agora, apoie a mão no meu braço, vou apenas guiá-lo. Quando eu contar até três: um... dois... três.

Potterlock - O Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora