A Taça e o Medalhão

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Era noite; a ala hospitalar estava silenciosa, as cortinas fechadas, as luzes acesas. A cama de John era a única ocupada. Sherlock, Harry, Sally, Henry e Lestrade estavam ao redor do leito, quase todos conversando sobre o que aconteceu. O corvino, no entanto, era o que menos participava. Depois de ter contado como salvara o amigo, permaneceu sentado na cadeira ao lado da cama, calado, fitando o paciente em um sono bastante conturbado.

– Pensei em enviar uma coruja pra mamãe e pro papai avisando – sibilou Harry circunspecta –, mas não sei como dizer isso.

– Ouvi a professora McGonagall falar que o próprio Dumbledore daria a notícia. – comentou Henry.

– Não sei se deveria. Meus pais não vão pensar duas vezes antes de querer convencer John a sair daqui, e ele gosta tanto da escola...

– Mas isso foi perigoso, não? – Sally questionou – Um professor deu hidromel envenenado pra ele!

– O hidromel seria para os três – asseverou Lestrade – e Slughorn parece sagaz, sabe? Não o tipo que acredita que Sherlock vai cair no truque de fingir beber o hidromel.

– Ele poderia ter posto alguma coisa na taça do John sem Sherlock ver.

– Mas por que Slughorn iria querer envenenar o John? E logo na frente do Sherlock? Não tem cara de crime perfeito.

– O alvo não era John – mussitou Sherlock abatido. – A garrafa seria um presente, provavelmente para Dumbledore já que ele foi o alvo dos dois primeiros ataques.

– Dois primeiros ataques? – inquiriu Greg – Que ataques?!

– Um foi com a Witty – respondeu Henry. – Usaram o imperius nela para entregar um colar amaldiçoado pro Dumbledore. Mas e o segundo?

– Uma animago entrou no castelo para matá-lo – aclarou o corvino. – John e eu estávamos presentes quando o diretor o derrotou.

John moveu-se de repente e começou a abrir a boca, como se buscasse ar:

– A... er... erli...

Todos se calaram, observando-o ansiosos, mas seu corpo relaxou, embora as pálpebras continuassem contraídas.

As portas da enfermaria se escancararam, sobressaltando a todos: Hagrid entrou e se encaminhou para o grupo, sua cabeleira salpicada de chuva, um arco na mão, deixando no chão um rastro de pegadas lamacentas.

– Passei o dia todo na Floresta! – ofegou. – Só me levantei para jantar agora há pouco, e a professora Sprout me contou o que aconteceu. Como é que ele está?

– Vai ficar melhor – respondeu Sally. – Madame Pomfrey disse que ele vai precisar ficar aqui por uns dias tomando essência de arruda.

– Não acredito... Simplesmente não acredito... olha só ele deitado aí... quem iria querer fazer mal a ele?

– É sobre isso que estamos conversando – informou Lestrade.

– Eu sei que sempre foi meio arriscado mandar um garoto para Hogwarts. Centenas de bruxos menor de idade trancados juntos, já é de se esperar algum acidente. Mas tentativa de homicídio? Isso é grave! Não admira que Dumbledore esteja aborrecido com o Sn...

Hagrid parou de repente, mas já era tarde. Todas as cabeças já estavam viradas na direção do meio-gigante.

– Quê?! – perguntou Sherlock depressa. – Dumbledore está aborrecido com Snape?!

– Eu nunca disse isso – protestou Hagrid, embora sua expressão de pânico não pudesse ser maior confirmação. – Olhem como é tarde! Já é quase meia-noite, preciso...

Potterlock - O Príncipe MestiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora