Capítulo 8

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Eu sentia meu coração palpitando fortemente contra as minhas costelas na medida em que meus pés caminhavam sobre a calçada do parque. O dia parecia ser o mais frio do ano e pequenos flocos de neve caiam sobre a grama verde, deixando punhados mínimos sobre o verde. Aquele clima deixava claro que o inverno chegou e eu sabia que em alguns dias seria quase impossível sair de casa sem um imenso casaco de neve.

Me sentei em um banco, o mesmo em que sentamos na primeira vez que o visitamos. Sentindo o meu traseiro molhado pela neve, fiz uma careta checando se mais nenhuma parte do meu corpo estava molhada. Logo adiante, ouvi o bater de saltos contra o chão. Graciosamente, a silhueta de Louise se formou cada vez mais próxima de mim, fazendo meu coração acelerar ainda mais.

Desde ontem, eu decidi seguir meu coração. Não havia nem dormido essa noite com a cabeça em um turbilhão. A confusão ainda me assustava, mas depois da longa conversa com Rose, senti que deveria me arriscar e encontrar Louise. Eu estava inquieta, jamais me senti assim em toda a minha vida. Podiam facilmente me comparar com uma adolescente que vai dar o seu primeiro beijo atrás da arquibancada da escola, mas mesmo com a ansiedade a mil, eu sabia que nossos assuntos pendentes eram muito mais intensos do que aparentava.

Louise sorriu tristemente, com lábios esticados e sem mostrar os dentes enquanto se sentava ao meu lado. Pude ver a careta surgindo ao perceber que assim como eu sentara no banco molhado. Segurei um sorriso e fitei meus pés.

- Obrigada por aceitar me encontrar - comentei sentindo o gelo e o suor sobre minhas palmas e ela apenas assentiu. - Me desculpe também por ter ido embora daquele jeito - seus olhos me fitaram por um momento, mas logo se desviando para um lugar qualquer.

- Estávamos muito bêbadas - comentou e eu prendi a respiração sentindo meu peito doer. Péssima ideia ter vindo aqui.

- É - indaguei sentindo meus olhos arderem, seus olhos permaneceram perdidos.

- Mas eu não consigo parar de pensar em você - sua voz pareceu tão próxima de mim do que realmente estávamos.

Me virei na sua direção vendo suas bochechas vermelhas. Ela sorriu como se tirasse um peso das costas e me fitou intensamente com seus olhos incrivelmente azuis. Eu poderia passar uma vida inteira olhando para eles.

- Eu não sei distinguir essa sensação, mas eu nunca me senti assim com ninguém - comentou fazendo o vapor claro sair de seus lábios pelo clima frio. - Como se mesmo se o mundo desabasse, eu ficaria feliz de passar os meus últimos momentos com você. Só com você - sorriu nervosa.

As palavras sumiram em minha garganta. Eu apenas fitei seus olhos mais uma vez antes de levar minha mão para o seu rosto. Escorreguei meu polegar por sua bochecha sentindo a textura macia de sua pele e a vi fechar os olhos por um momento. Desci ainda mais até tocar a superfície de seus lábios. Seus olhos se abriram rapidamente, as pupilas dilatadas quase sumindo com a cor azul por completo. Ela apenas negou, abrindo um pequeno sorriso e com as mãos agarrou o meu casaco, o puxando na sua direção. Nossos lábios chocaram sem delicadeza alguma, apenas sugando as peles e línguas se abraçando fervorosamente. Minhas mãos adentraram seus cabelos, os puxando levemente e Louise fez questão de mordiscar o meu lábio inferior enquanto sorria. Seu joelho encostou no meu enquanto ela mudava de posição e ficava de frente para mim por completo. Suas mãos passeavam por minhas panturrilhas e pararam nas minhas coxas, as pressionando enquanto erguia seu corpo para aprofundar a sensação em nossos lábios. Eu suspirei. O perfume inebriante dela me drogando e seus toques fazendo cada centímetro do meu corpo queimar.

Nossos corpos corpos queimavam na mesma frequência, exatamente como Rose descreveu. Corações descompassados e respirações ofegantes, era assim que nos encontramos após nos separarmos. Colei minha testa na sua e sorri.

- Por favor, não fique mais tão longe de mim assim - pediu acariciando minha bochecha e eu sorri ainda mais.

- Bem, nós moramos em cada extremo da cidade - exclamei e ela gargalhou. - Tem uma certa distância - ela negou fechando os olhos novamente.

- Nem se Nova York for tão distante de nós - ela suspirou e eu assenti.

Seus lábios colaram nos meus novamente. A mesma sensação voltou. O frio na barriga, o arrepio na espinha. Assim que conheci Louise, percebi logo de imediato que ela contagiava todos à sua volta. Ela se torna vital para qualquer em tão pouco tempo e eu não julgava Marcus por se apaixonar por ela. Eu estava enlaçada, abobalhada e perdida apaixonada por Louise. 

E SE NOVA YORK FOR TÃO DISTANTE DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora