[10] Perdão

29 5 9
                                    

“O mais triste era que eles se amavam

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

“O mais triste era que eles se amavam. Mas os dois eram jovens demais para saber amar. Cheio de dúvidas, ele fugiu.” – O Pequeno Príncipe

Ele não queria ser pessimista. Ele não queria entender. Mas era preciso. Era preciso entender que o amor quando dá errado pode ser perigoso, ele pode ser cruel, pode fazer mal e pode trazer cicatrizes irreversíveis.

 Ele devia ter entendido antes. 

Vovó Sunhee – por parte de pai – sempre declamava que se eu tivesse a sorte de ter um primeiro amor fraco ele poderia funcionar mais ou menos como uma vacina: ao ser exposto a ele meu coração dispararia rápido, eufórico e despreparado, minha cabeça giraria e meus pulmões seriam esmagados tanto pelo susto quando pela dor da picada. Eu estaria logo logo desenvolvendo uma imunidade que me protegeria enquanto a agonia de dizer adeus a única pessoa que não queria viver sem estrondava em meu corpo. E claro, também estaria protegido quando um amor mais forte batesse a minha porta. 

No entanto, se eu tivesse o azar do meu primeiro amor ser forte, ao ser exposto a ele, meu corpo estrondaria em aviso, meu coração dispararia, eufórico e despreparado, minha cabeça giraria e meus pulmões seriam esmagados tanto pela dor quanto pela picada. E enquanto fosse obrigado a dizer adeus a única pessoa que não conseguiria viver sem eu não desenvolveria imunidade nenhuma, porque o amor era forte e quando amores são fortes eles são fébris e tumultuosos, instantâneos. Meu corpo não teria tempo nem forças para criar uma imunidade. Era quando eu ficaria doente de amor.

 Ela dizia que esse era com toda certeza o pior sentimento. Jimin concordava com ela. Jimin lamentavelmente concordava com ela. 

— Acha que ele foi sincero? – Yoongi, com seus cabelos espetados e cor de menta, rompeu o silêncio do quarto. 

— Uma parte de mim quer acreditar que sim, mas outra grita que é só mais uma das brincadeiras que ele sempre fazia. Jeongguk sempre foi bom em enganar com palavras que não representavam exatamente o que formavam. – soltou o ar. 

— Quer que ele se humilhe? 

— O quê? 

— Você quer que Jeongguk se ajoelhe aos seus pés e peça desculpas? Que ele sofra tudo aquilo que você sofreu para então talvez perdoá-lo? 

— Como? Não, não, mil vezes não Yoongi. De onde tirou essa idéia? 

— Não faz o seu tipo de todo o modo. – deslizou entre a tensão do ar com um riso seco e sarcástico. — Se fosse comigo eu iria querer que ele perdesse toda a dignidade que lhe sobrou. Eu sou uma pessoa rancorosa Chim, para mim não há redenção quando não há um sofrimento palpável. 

O Park mirou brevemente alarmado para o amigo, por mais que soubesse que Yoongi fosse uma faísca fora do contorno não esperava tais palavras. Desejou jogar dramaticamente a cabeça para trás enquanto suas cordas vocais estrondavam em um riso mas sentiu que não se adequaria àquele momento. Sutilmente manteve a mesma expressão confusa e o retrucou. 

cor de mágoa.Onde histórias criam vida. Descubra agora