La cruel oscuridad | 16

200 22 13
                                    

Lost in your eyes é uma história muito importante para mim, é um uma construção de um enredo que sempre imaginei, por isso é uma honra ter vocês lendo e dando uma chance.

LIYE é um romance dramático, então se   preparem para dar muitas risadas mas também chorarem rios.

Quero trazer o melhor para vocês e por isso a demora, espero de coração que gostem do capítulo, porque sem dúvidas ele é a introdução para o relacionamento entre os nossos bebês.

Acho que a partir de agora todos os capítulos vão ter mais que 4k de palavras kkkkkkkk

Surtem com amor, deixem sua estrelinha e não se esqueça de comentar, isso me ajuda tanto ❤

Surtem com amor, deixem sua estrelinha e não se esqueça de comentar, isso me ajuda tanto ❤❤

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Oh, luzes se apagam
No momento em que estamos perdidos e encontrados

Eu só quero estar ao seu lado
Se estas asas pudessem voar

Oh, essas malditas paredes
No momento, temos três metros de altura

E como você me disse depois de tudo

Lembraríamos desta noite
Para o resto das nossas vidas
 
─ Birdy, Wings

Lembraríamos desta noitePara o resto das nossas vidas ─ Birdy, Wings

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

C a p í t u l o  d e z e s s e i s

"La cruel oscuridad"

Eleanor estava imersa numa noite tragicamente bela demais.
 
Algumas vezes, secretamente, a mente humana possui um limite, uma função significativa para detectar o perigo, uma espécie de sensação projetada em consequência da liberação de hormônios como a adrenalina, a resposta do organismo a uma estimulação física ou mental, cujo a função é prepara-se para uma possível fuga ou luta, denomina-se medo.
 
Se o risco, o desafio e a angústia eram os pilares que sustentavam aquele momento, e por mais que o desejo incendiassem seus corações e feriam dolorosamente suas razões, no fundo, ela queria que as chamas não fossem controladas.
 
Porque, mesmo escondendo-se em expressões previsíveis, a garota gostou, apreciou o prejuízo de apenas aceitar a presença dele.
 
Eleanor sentia medo por ter gostado daquilo, do toque quente em sua pele, a voz tão próxima ao seu ouvido e principalmente das palavras que marcavam sua mente.
 
Ela sonhava em fugir da realidade enquanto Taehyung a conduzia para uma proximidade cruel de anseios e impulsos.
 
Ali era apenas uma garota seguindo uma vida diferente, podia respirar sem ter medo de uma postura errada, não havia alguém controlando quando ela deveria falar ou quais seriam suas falas. A carga melancólica da mansão Davis demandava uma aflição sem fim, era respirar um ar poluente, caminhar sobre pregos finos e quase invisíveis e ser cego pela ganância que o poder trazia.
 
Por segundos sentiu-se calma até ele ficar sobre seu campo de visão novamente.
 
O fogo. A destruição. O estrago e a desordem.
 
Um conjunto de definições se aplicavam a Kim Taehyung, juntamente quando as pupilas profundas pareciam desvendar cada traço seu, com uma suspeita quase explícita.
 
Ambos pensavam a mesma coisa, quais as verdadeiras intenções e quais não se passavam de mentiras tão bem contadas que até rebuscadas sentenças não chegariam perto da complexidade, assim subitamente, a coragem de questionar tal fato dispersou suas ações.
 
Tudo sobre eles era feito inteiramente de incógnitas.
 
Taehyung notou o momento em que Eleanor ergueu seu olhar, contudo, parecia dispersa, as mesmas esferas que antes pareciam hesitantes, assemelhavam-se como se não pudesse enxergá-lo. Seus lábios pressionados um contra o outro, uma feição inexpressiva. Para Kim, a mulher estava estagnada, mostrando um lado seu controlado, enquanto tentava não transparecer sua teimosia, era engraçado o modo como a batalha de valores que acontecia em sua mete tornavam-se visíveis.
 
Ela parecia sempre querer não errar, discorrendo consigo mesma uma conversa mental sobre como tudo estava perigoso demais.
 
Em um instante era uma jogadora disposta e no outro uma garota inflexível.
 
─ Obrigada, por hoje.
 
A voz saiu num sussurro baixo, como se pronunciar tais palavras era um desafio difícil.
 
Eleanor suspirou, colando as mãos atrás do corpo, analisando a floresta como se tudo ao seu redor não tivesse uma escuridão encantadora, vê além da beleza da natureza, e quando Kim pareceu induzido na paisagem, as estrelas pareciam brilhar num firmamento entre sua persistente curiosidade e a sábia razão.
 
O rapaz encostou parte do corpo sobre o capô do carro, apontando com a cabeça para o lado, chamando-a. Tirou do bolso uma carteira de cigarros e acendeu seu vício, inalou a fumaça e deixou a nicotina adentrar por seus pulmões, alterar suas emoções, levando-o a euforia extrema, relaxando seus músculos rígidos, dominando cada frasco de resistência a substância em seu organismo e entregando-se completamente ao contínuo conflito.
 
Era o segundo cigarro usado e ainda sim não parecia o suficiente.
 
A dor não passava.
 
As lembranças continuavam ainda mais afiadas.
 
E, consequentemente o passado ainda parecia próximo demais.
 
Taehyung correu os dedos lentamente pelos cabelos castanhos, espalhando os fios naturalmente, organizando sobre a testa dos dois lados. Respirou fundo, encarando-a, a garota permanecia querer mais, parecia de alguma forma querer descobrir algo sobre ele, uma investigação com apenas suas interações rasas e falas impuras, como se quisesse adivinhar o problema e esquecê-lo amanhã, abraçar um segredo e se sufocar no emaranhado de despejo.
 
─ Pergunte o que quiser, você parece querer saber de algo. ─ suas sobrancelhas arquearam e a voz saiu numa mistura sutil de sarcasmo e diversão.
 
A morena não parecia notar que as vezes suas emoções eram tão evidentes que gerava uma parte humorística no rapaz. Fornecia em singelas doses suas adoráveis reações, beirando a curiosidade e entretenimento a ele.
 
─ Revelei algo sobre mim, agora me fale sobre você. ─ emitiu em um fio de coragem, vendo um sorriso presunçoso crescer nos lábios do rapaz.
 
Automaticamente ele fechou os olhos, com a força do som das palavras. Falar sobre ele, a vida inteira, apenas cometia ações passageiras, nunca se apegou a nada, sabia apenas dizer sobre suas atitudes, não conseguia boas motivações, e sem um raciocínio lógico. A imagem do rapaz podia parecer nítida aos outros, porém, somente ele sentia a distorção de quem realmente era, apesar de tudo, poderia falar sobre si sem ser relembrado das cicatrizes que carregava?
 
Então ele virou na direção dela.
 
Eleanor não soube o motivo daquilo ou a razão encoberta, em um movimento angustiado de acalmar seus nervos ansiosos, deu três passos para atrás.
 
Em uma distância segura ─ ao menos era o que ela achava ─, pensou que a fatídica ruína não estaria presente nele, irradiando por cada poro uma obscuridade cruel e esmagadora, alternou o olhar entre a estrada vazia até ele, e em um mínimo espaço de contato Kim mostrou profundezas lamentosas demais para suportar.
 
Seus olhos encontraram-se com os dela.
 
Mesclaram frases não ditas e desejos não concebidos.
 
Eleanor estava enganada quando pensou que ambos estavam no mesmo patamar de seus jogos provocativos.
 
Tremendamente enganada.
 
Porque, Kim Taehyung desde que a descobriu naquela festa de seu noivado, ele queria o impuro da forma mais crua e imoral, questionadora e obstinada, um segredo infernal de mais clemência aos seus toques. O homem despertava tantas sensações prazerosas e curiosas como parte de uma jogada, um tabuleiro de peças movidas ao seu comando.
 
Eleanor não conhecia aquela sua versão, uma parte atrevida que de alguma forma se encaixava na veracidade de Kim.
 
Por que aquilo parecia tão certo?
 
E por qual motivo todas as vezes que tentava falar de seu noivado não saía nada de sua boca?
 
─ Está tão curiosa sobre mim? ─ questionou casualmente. Apoiando o corpo sobre a parte frontal do carro, a luz refletia seus pensamentos, de canto, observou a mulher mordiscando os lábios, aquilo parecia um hábito nervoso seu que inconsciente fazia sem perceber. Tragou o tabaco, enxergando a neblina se dispersar na ventania.
 
O homem era um ótimo mentiroso, acostumando a mentir desde criança e ensinado a usufruir dos prazeres da vida sem preocupação com as pessoas, suas capacidades de dizer algo verdadeiro sobre ele eram quase nulas, afinal uma destruição arrebatadora era seu único abrigo, o seu reflexo.
 
─ Sim ─ retrucou de imediato ─ Você é como um enigma.
 
Ele parecia pensar. Analisar sua escolha de falas que poderia admitir ou o que optava por ocultar. E quando uma camada fina de fumaça escapou por seu nariz, junto com o cenho tranquilo, simplesmente deu de ombros.
 
Apenas sem aprofundamento algum.
 
─ Daqueles que são fáceis de resolver?
 
Seus devaneios são tomados pela surpresa repentina com seu comentário, como ele poderia ser tão cínico em tudo?
 
Acenou com a cabeça tentativa formular alguma resposta, era complicado conversar com Kim Taehyung, de uma forma que suas emoções instáveis não se descontrolassem, evitando ao máximo as suas cantadas descaradas e seus olhares intenso que pareciam querer tudo dela.
 
─ Não, está mais para os que são impossíveis de desvendar. ─ suas palavras soaram mais ríspidas do que pensou, antes que pudesse controlar.
 
Não demorou nem mesmo um segundo para que um sorriso ainda maior estivesse em seu rosto, ao responder:
 
─ Música, essa é a única coisa que precisa saber, sobrevivo apenas por ela.
 
Apenas uma confissão deixou claro seu desconforto ao falar sobre ele.
 
Por milésimos a garota almejou saber o porquê de tanta amargura em seu timbre ou a perdição envolta de seus olhos apáticos.
 
Contudo, a curiosidade durou pouco.
 
Até ele se aproximar.
 
A garota evitou encará-lo.
 
Antes que houvesse uma ação sua, sentiu os dedos gélidos erguendo seu queixo, deslizando por sua pele lentamente, em uma tortura frágil. Seus rostos a centímetros longe um do outro, o hábito quente acariciava suas bochechas frias, seus corpos emanavam calor quando próximos. Tão necessitados, tanto que seu coração esmurrava seus músculos com suas batidas frenéticas, preenchendo seus ouvidos com ruídos ansiosos.
 
A mulher oscilava em um ritmo descompassado de respiração, a adrenalina pecaminosa corria furiosa por suas veias.
 
─ Caos.
 
Eleanor soltou repentinamente, não tentou estabilizar seu tom e esconder o quão afetada estava. Suas íris forneceram a atenção somente nele, o desafiando prontamente, era tarde demais e nem mesmo se quisesse, poderia esconder o que Kim estimulava em seu corpo, ela sabia que era uma mentirosa e ele um excelente observador, capaz de capturar seu fôlego e juízo em acréscimos velozes.
 
─ O quê? ─ seus olhos se fixaram na face dela, inspecionando tudo que havia nele, dos detalhes mais delicados até as imperfeições. Extremamente perto, extrapolando os limites da atração, Taehyung olhou tão fundo dentro de seus olhos que a jovem estremeceu.
 
Demorou algum tempo até que reunisse força para procurar palavras boas ou significativas destrutivas. Ou talvez mergulhar na mera convicção de que tudo era passageiro.
 
─ É isso que você significa, Kim Taehyung.
 
Despejando de uma vez só, sucumbido ao instável e deixando-se entregar a uma explosão de verdades.
 
Kim a admirou silenciosamente, com as esferas brilhando ao fascínio. Era como se aquela simples palavra, tivesse despertado todos os sentimentos pressionados em um vazio nocivo.
 
Ele deixou escapar uma risada baixa, com a testa encostada na dela, e com os dedos acariciando seus lábios.
 
Suas orbes eram ondas marítimas fatais, ela os memorizou como um poema.
 
A mente arrastou-se lentamente até a recordação adocicada da sensação intensa do âmbar colidido com pequenos pontos cintilantes refletidos, a pintinha na ponta do nariz e textura macia dos fios escuros caídos em sua têmpora. Naquele segundo crucial, não foram necessários expressões ou falas, o fato de sua respiração quente acariciar suas bochechas rubras e o contato visual não ser quebrado, por nenhuma parte, foi a acolhendo em uma vasta matriz que impulsionava os  primeiros segredos.
 
Os primeiros segredos nos quais ela guardaria para si, com toda devoção.
 
Taehyung.
 
Entregou-se ao privilégio de repetir seu nome, senti-lo tomar sua língua e circular sua pronúncia apenas para possuir novamente a infinidade fragmentada das constelações que pairavam sobre suas cabeças na estrada vazia.
 
─ Preciso ir, eu realmente não deveria estar aqui.
 
Espero verte de nuevo, Eleanor.
 
O sussurro manifestou-se entre os nuances introduzidos em Kim Taehyung, ao “maldito chico” que trazia aroma dócil, da colônia de hortelã e do perfume natural de verões ensolarados. A estrutura alta e bonita, revestida por uma jaqueta de couro preta, deslocando a imaginação harmoniosa a lacunas proibidas de serem ultrapassadas.
 
Desajustando seu juízo, assegurou o pouco resquício de consciência e com ele sentiu-se vitoriosa.
 
Pois manteve seu coração a salvo de possíveis catástrofes que Taehyung levaria.

Lost in your eyes | KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora