Eu só posso ter você em pequenas doses, pequenas doses
Amar você é explosivo, você sabe disso
Eu só posso ter você em pequenas doses, pequenas doses
Amar você é explosivo, você sabe disso
Eu só posso ter você em pequenas doses
─ Bebe Rexha, Small DosesC a p í t u l o v i n t e e u m
"Ojos de encanto"Caótico.
Efêmero.
E imprevisível.
Essas palavras definiam bem Kim Taehyung.
Eleanor se considerava apaixonada pela infinidade, afinal refletia isso todas as noites pela vista do céu.
Todavia, até as estrelas possuíam um prazo e Kim Taehyung conseguia ser a definição de efêmero, um sopro de curto prazo com o máximo de intensidade possível.
Doses altíssimas do perigo desconhecido, proporcionando uma euforia instantânea, um nadar em rios profundos, onde os pés quase não alcançam a segurança e as pequenas ondas se moviam sobre o corpo.
Olhá-lo por tempo demais assemelhava-se ao fim da temporada de inverno, os raios solares começando a surgir em seguimento com a neve derretendo.
Taehyung era obscuro como uma noite deserta.
Todavia, podia por raros segundos enxergar a cálida emoção.
Era complexo.
E definitivamente ela não almejava mais complicações em sua rotina.
A jovem garota se entregava a cada resquício de emoção, apegando-se em coisas passageiras e entregando-se ao ápice das sensações em sua mente. Mas nenhuma reação se comparava ao fato de ter os olhos tempestuosos do garoto misterioso nela.
Em segundos, ela viu a face da sombria melancolia crescente prevalecer sobre as expressão facial do rapaz.
Em algum instante, os fios negros deslocaram-se com a brisa serena, e as íris enigmáticos pousaram na garota.
A respiração de Eleanor se condensou, ela inspirou o ar com dificuldade e brevemente sentiu todo seu corpo incandescente, era como se tudo fosse verão quando sentia as pupilas dele sobre ela e a ainda era a imensidão da noite que os escondia por debaixo da lua.
Mesmo que fosse passageiro, era uma memorável loucura inebriante.
Kim não deveria mantê-la nas profundezas.
Ele não deveria provocar tantas mudanças em tão pouco tempo.
Contudo, Eleanor falhava ao tentar afastar a curiosidade sobre o rapaz de esferas opacas.
Até onde ele poderia levá-la?
Ao pico do arrebatamento pragmático ou no desfecho de uma temporada glacial?
As curtas noites, atordoada, desejou explorar os limites, desvendar o fascínio que possuía por Kim.
Os lábios pressionados um contra o outro, a visão impiedosa parecia tensa.
Observou atentamente a imagem do homem, franzindo as sobrancelhas com a forma que seu olhar se suavizou por instantes ao vê-la.
Não tinha a certeza se Taehyung havia a reconhecido.
A dúvida martelava em sua mente, queria que ele se aproximasse?
As dúvidas simplesmente surgiam quanto o assunto envolvia Kim Taehyung.
Trajando o mesmo uniforme que os demais funcionários, deixando uma bandeja sobre o balcão, sua atenção em segundos permaneceu em Eleanor, apenas um vislumbro conhecido.
Porém parecia haver algo mais interessante para o garoto, rapidamente desviou seu rosto para o relógio ponteiro, como se de alguma forma o objeto fosse sua salvação.
Um passo foi dado.
E seguidos que fizeram a imagem do rapaz desaparecer de sua frente.
Deixando uma desordem em seus batimentos, nervosismo inconsistente em suas entranhas e a exaltação de apreciá-lo mais e mais.
Como um vício.
Como uma nova cor para sua tela branca.
E de repente a realidade parecia arrebatadora.
─ Você está bem? ─ Lorenzo perguntou em tom preocupado.
Eleanor piscou como se estivesse em transe, voltando sua atenção ao loiro, tentando esquecer as sensações abundantes que queimavam sobre sua nuca.
Ela tinha que esquecê-lo.
O mais rápido possível.
─ Sim, estou bem. ─ respondeu simplória, forçando a saliva descer por sua cordas vocais.
Lorenzo estreitou seus olhos em sua direção.
─ Tem certeza? Parece que viu um fantasma.
O garoto tocou delicadamente em seu rosto, passando os dedos sobre sua testa.
Lorenzo inclinou-se para frente, os lábios franzidos e olhar preocupado mexeram com a consciência da jovem.
Ela engoliu em seco e assentiu com a cabeça.
O peso no coração de Eleanor doeu, a culpa implícita ecoava ao seu redor. Seu noivo não havia notado sua desatenção, principalmente a demasiada comoção que Kim em poucos segundos havia trazido.
─ Pensei que tinha visto um antigo colega de escola, mas foi engano. ─ balbuciou, encarando-o com semblante desorientado.
O loiro pareceu avaliar seu comportamento por segundos até concordar em um sorriso.
Eleanor fechou os olhos, sua face quase transparecia o conjunto de emoções que escondia dentro de si.
Por que havia mentido?
Esse questionamento a fazia ficar confusa. A razão hipócrita pela qual havia discutido com Lorenzo por ele não dizer nada a ela sobre seu casamento.
“Mas Kim Taehyung não envolvia nada sobre seu casório.”
Seu subconsciente alertou, relaxou sobre a cadeira, o fato a fez voltar a realidade.
O rapaz não estava envolvido ou sequer podia atrapalhar seus planos, e embora sentisse uma pequena atração por Kim, era somente passageiro e momentâneo.
Não duraria para sempre ─, repetiu a si mesma diversas vezes, até que pudesse acreditar.
─ Meu pai irá fazer uma festa em comemoração ao nosso noivado, lá em casa ─ Eleanor mencionou após um longo silêncio com Lorenzo a observando com uma das sobrancelhas arqueadas
─ E eu irei organizar.
─ É sério que depois de todo esse tempo fazendo festas, eles ainda querem impressionar mais?
─ Sabe como nossos pais são, precisam mostrar o luxo para atrair os inimigos.─ divagou bebendo um gole de seu chá.
Lorenzo inspirou tão profundamente que um ruído saiu de seus lábios.
─ Que se dane aqueles idiotas! ─ o loiro resmungou, olhando para rua ─ Não passamos de bonecos para eles, uma forma lucrativa de ganhar mais dinheiro, tenho certeza se meu pai tivesse que escolher entre lucro ou a mim, não teríamos nem o mesmo sobrenome.
Lorenzo baixou os ombros e desfez a face irritada. Ele estava cheio de deveres, a empresa pegava todo seu tempo, acordava de manhã cedo e só voltava para casa perto da madrugada, os dias eram exaustivos e as noites estressantes por aguentar os caprichos do progenitor.
Estava perto da total posse da herança da família, e sabia que isso só aconteceria se o matrimônio fosse realizado, era cruel pensar que mesmo adulto ainda era controlado pelo próprio pai.
Eleanor suspirou, não conseguia inventar algo para manter Lorenzo longe das preocupações, sua mente estava cheia de pensamentos acerca da situação de sua família.
E inesperadamente, uma singela parte curiosa e determinada pensava no belo rapaz que havia sido uma das suas inspirações para a criação de um quadro.
“Por que havia pintado Kim Taehyung?”
“E justamente com tanta precisão como se estivesse cada vez mais hipnotizada?”
Eram tantos questionamentos que sua mente trabalhava incansavelmente em lógicas rápidas e simples. Todavia, todas as recorrências faziam se sentir pressionada entre o dever e o desejo.
Eleanor não era um anjo, ou o exemplo exemplar da perfeição, possuía tantas falhas que isso a assustava. Era irônico que nunca conseguia se desprender das expectativas que colocaram sobre sua imagem.
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Lost in your eyes | KTH
Fanfiction[Em andamento] ❝ Boas garotas não deveriam cobiçar a escuridão e achar que garotos maus podem ser anjos caídos prontos para a redenção.❞ | Eleanor tinha apenas um desejo: Conhecer o mundo e se aventurar nele. Contudo, ela não esperava que isso seria...