Detrás del caos | 17

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TW(aviso de gatilho): Violência psicológica, morte e menção a abandono parental.

Eu não vou, não vou, não vouCobrir minhas cicatrizesVou deixar elas sangraremPara que meu silêncioPara que meu silêncio não sejaConfundido com pazEu estou errado por querer que desse certo? ─ ZAYN, It's you

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Eu não vou, não vou, não vou
Cobrir minhas cicatrizes
Vou deixar elas sangrarem
Para que meu silêncio
Para que meu silêncio não seja
Confundido com paz
Eu estou errado por querer que desse certo?
 
─ ZAYN, It's you

Eu não vou, não vou, não vouCobrir minhas cicatrizesVou deixar elas sangraremPara que meu silêncioPara que meu silêncio não sejaConfundido com pazEu estou errado por querer que desse certo? ─ ZAYN, It's you

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C a p í t u l o  d e z e s s e t e

"Detrás del caos"

Estava respirando.
 
Lúcido a tudo que estava acontecendo.
 
Taehyung optou pensar isso quando passou pela porta de seu apartamento. Tirou os conturnos e colocou um sapato simples e confortável. Sua avó sempre lhe dizia que aquilo era para não deixar as sujeiras do mundo exterior entrar em seu lar. O hábito estava emaranhado nele, as vezes, aquilo lhe trazia a recordação do local onde nasceu e passou maior parte de sua vida.
 
Sentia falta de quem costumava ser naquela época.
 
A garota atrás dele fez o mesmo, inexplicavelmente também havia se acostumado com isso, apreciava o cuidado do moreno com o lugar.
 
Kim prometeu a sua halmeoni* que seria feliz, contudo, sem perceber não cumpriu sua palavra, foi visto como a desgraça pelos rosto inexpressivos, sujo de um sangue impuro e machucando pelo infortúnio, as marcas sobrepostos em sua pele eram um nítido rastro de memória fragmentadas pela dor e desgaste.
 
O amor que os livros pregavam com tanta veemência eram como um disco arranhado, e os romances que fantasiavam uma realidade alterada para ele não se passava da porra de uma mentira bem contada.
 
Nas penumbras de sua mente, o incômodo de  sucumbir a vantagem de um limite ultrapassado, era sua droga mais pesada, a sujeira deixada pelos sonhos não alcançados, porque sabia que assim que cedesse ao cigarro era seu fodido fim, era abdicar as recordações de instantes sóbrio e permitir guiar-se num paraíso, um infernal e vicioso paraíso.
 
Depois disso.
 
Eram flashes de imagens que voltavam.
 
E quando estava perto de ser entregue ao caos, havia apenas uma única salvação.
 
Apenas uma coisa boa.
 
A música fazia Kim Taehyung sobreviver a cada dia sem desistir de si.
 
A melodia levava um sopro de alegria para sua ruína de merda.
 
Deprimente.
 
Deplorável.
 
Projeções de sua natureza.
 
Ouvia desde criança que era um garoto problema, além dos clichês de filmes ou imaginação fértil, as pessoas que a princípio pareciam benevolentes, sussurravam de maneira maldosa o quão lamentável era o menino que foi abandonada pelos pais, os garotos mais velhos riam de Taehyung boa parte do tempo, sempre zombando da ausência parental do rapaz.
 
Era acostumado a ficar sozinho durante os intervalos, em vezes, dirigia-se a biblioteca da escola, entregava-se a mundo inteiro de aventuras desbravadoras, heróis corajosos e castelos poderosos, pensava que talvez se fosse como os protagonistas, viveria satisfeito.
 
Taehyung tentava controla-se toda vez que pegavam seus cadernos e escondiam, o encurralavam na saída, nos corredores, quando preferiam excluir sua presença na desculpa que uma criança sem pais era rebelde e poderia influenciar seus colegas.
 
Foi considerado uma ameaça.
 
Boa parte o evitava e outra não perdia a oportunidade de humilha-lo.
 
Por mais que fosse doloroso e angustiante, o garotinho tinha uma casa e uma pessoa que o amava mais que tudo.
 
Sua avó foi a eterna companheira e melhor amiga que podia ter.
 
Ela sorria quando o garoto sentia vontade de chorar, o confortava com carícias macias em seu cabelo e canções antigas do velho rádio.
 
Foi uma época boa.
 
Com saídas dos problemas.
 
Porém, quando a generosa bondade que o acomodava se foi, deu-se o início da tragédia.
 
Foi quando ele percebeu que a vida real era um ambiente hostil e cruel.

Lost in your eyes | KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora