Capítulo 05 • O Primeiro Dia No Castelo

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#botinhadecristal 🥾💎

Jeongguk levantou às 6h da manhã com disposição e coragem

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Jeongguk levantou às 6h da manhã com disposição e coragem. Os pés quentinhos tocaram o chão frio e ele tremelicou o corpo rapidamente, batendo os dentes pela onda gélida que o atingiu após sair de baixo das cobertas.

Saltou da cama, indo direto para o banheiro e tomando um bom banho quente, com direito a xampu de mel e sabonete esfoliante no rosto com poucas marcas de espinhas que sobraram da adolescência monótona. Em pouco tempo já estava vestido, com os dentes escovados e perfumado.

Havia escolhido a melhor calça jeans do seu guarda-roupa e uma camisa longa que batia na metade de suas coxas. A displasia de quadril, nome da doença que havia nascido com ele, era caracterizada, além pela forma de andar, pela deformidade que o mau encaixe entre o osso do fêmur e o quadril ocasionava.

Jeongguk sempre teve muita vergonha daquela parte do seu corpo, evitando, por vezes, se encarar por muito tempo no espelho do banheiro enquanto estava no chuveiro. Ele aceitava sua condição, mas ainda era difícil experimentar algumas calças, ou usar uma camisa mais curta que não disfarçava sua deficiência.

"Parece que uma parte de mim está faltando" dizia ele em dias de muitos pensamentos, pensamentos esses que nem sempre eram felizes.

Mas, naquele dia em especial, Jeongguk evitou pensar sobre sua deficiência ou sobre qualquer limitação que ele porventura pudesse ter. Não podia se deixar levar por ideias pessimistas, senão não conseguiria sair pela porta e pegar o ônibus; iria se abater antes de sequer tentar.

Respirando fundo, se olhou no espelho uma última vez antes de sair do quarto, achando-se até mesmo bonitinho. Quando chegou à cozinha, que em um primeiro momento julgou que estaria vazia, encontrou sua mãe já vestida para o trabalho, colocando uma tigela enorme de sopa de algas e outra menor com arroz de broto de feijão lado a lado.

— Venha, sente-se. Você precisa comer bem antes de sair — disse ela, enxugando as mãos calejadas em um pano de prato.

— Bom dia pra senhora também, mamãe — brincou Jeongguk, sentando-se à mesa.

— Bom dia, mocinho. Não me diga que passou a noite acordado.

— Por que eu passaria? — Com a boca já cheia de arroz, ele perguntou.

— Porque eu te conheço e sei como você é ansioso. Deve ter demorado horas até conseguir pregar os olhos.

— Eu não... — iria argumentar, mas percebeu em instantes que não tinha nenhum argumento, pois o que sua mãe havia dito era a mais pura verdade. — Tá, acho que peguei no sono de verdade lá pelas 3h da manhã.

— Sabe que você precisa ter uma boa noite de sono se quiser ser produtivo no seu trabalho, filho — disse Haesoo, os lábios pintados de um rosa clarinho movendo-se tranquilamente naquele tom maternal que sempre acalmava o coração de Jeongguk.

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