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Jeongguk não se surpreendeu nem um pouco quando sua mãe, curiosa como mais ninguém, o encheu de perguntas quando ele cruzou a porta.
Haesoo quis saber de cada detalhe, desde como se sentiu quando colocou o primeiro pé no hall de entrada até mesmo o motivo do filho ter chegado em um carro tão chique, em suas próprias palavras.
— Eles quiseram me ajudar, mamãe — disse Jeongguk na mesa de jantar. — Estava chovendo muito e eu iria ficar sozinho, foi só isso.
— Só isso? — Haesoo cruzou os braços, analisando os olhos desconfiados do filho.
Jeongguk podia tentar disfarçar, mas ele havia sido carregado por 9 meses dentro da sua barriga. Haesoo havia limpado aquela bunda branquela, então não interessava o quanto Jeongguk tentasse esconder algo dela; ela sabia quando ele estava omitindo alguma informação.
— O que mais poderia ser? — indagou Jeongguk, logo em seguida enfiando uma grande quantidade de broto de feijão dentro da boca.
— É o primeiro dia de trabalho e você já chega em casa de carro com seus patrões?
Jeongguk deixou os jeotgaraks ao lado da tigela de ensopado e deu de ombros, pegando a tigela menor que abrigava o arroz bem grudadinho do jeito que ele gostava. Enfiou uma colher inteira de arroz na boca e, enquanto mastigava com as bochechas infladas, sentia o olhar de Haesoo sobre ele.
— Essa história está muito mal contada — disse ela, levantando-se da mesa.
— Eu sou bom contando histórias — disse Jeongguk, despreocupado, afinal, não havia nada para se preocupar, uma vez que estava dizendo a mais pura verdade.
Jeongguk só havia aceitado uma carona dos patrões por conta da chuva, não havia nada além disso.
Nada além do sorriso cheio de charme de Kim Taehyung, nada além das risadas dentro do carro aquecido, nada além da forma como o que antes era "Senhor Kim" se transformou naquelas três letras:"Tae".
Nada além disso.
Tampouco, nada além das batidas frenéticas do seu coração sempre que lembrava do sorriso quadrado do jornalista.
Mas aquilo, definitivamente, não precisava ser dito na mesa de jantar enquanto ele devorava uma tigela de arroz.
— Manooo — ouviu a voz de Soobin vir da sala. Ele estava sentado no sofá com seu pijama comprido, abraçando uma almofada enquanto assistia "Pororo" na TV não muito grande. — Vem me botar na cama, mano. Eu estou com sono.
Jeongguk pegou a tigela de ensopado e bebeu o caldo temperado direto dela em vários goles seguidos, e foi só quando terminou de comer que percebeu o quanto estava faminto. Lembraria de levar um lanchinho na bolsa no dia seguinte.
