Long Distance

Início

Julie podia sentir seu corpo quase vibrando com felicidade, choque e um pouco de ansiedade. Andando de um lado para o outro no estúdio, ela se sentia um pouco como Alex. Era calmante de uma forma estranha.

Ao pensar no loiro, a menina se questionou o porquê dos meninos estarem demorando tanto. Eles tinham saído mais cedo para um compromisso e se recusaram a falar qual era, o que era impressionante. Reggie sempre foi péssimo em guardar segredos. Luke tinha mandado uma mensagem pedindo que ela o esperasse no estúdio, mas já fazia tempo o suficiente.

Flynn teve que voltar para casa, alguma coisa relacionada a vigiar seus irmãos, mas disse que voltaria mais tarde. Carrie estava em um ensaio de Dirty Candi; e Carlos a expulsou da sala porque, ao que parecia, a energia nervosa dela atrapalhava o jogo dele. Então Julie não podia fazer nada além de ser consumida por seus pensamentos porque seu namorado não tinha a menor noção de espaço de tempo.

Quando ela estava prestes a ligar para Luke, ele abriu as portas do estúdio.

— Por que você tá imitando o Alex? — Foi a primeira coisa que ele disse e ela sentiu vontade de jogar o telefone nele.

— Pensei que fosse disso que você gostasse. — Ele riu e entrou saltitando no espaço.

Julie aproveitou para analisar o homem. Ele exalava bom humor, tinha um sorriso enorme no rosto e seus passos pareciam mais pulos. A camisa roxa de manga comprida era uma surpresa, mas os jeans com correntes e os vans eram os mesmos de sempre.

— Por que você demorou tanto? Seu relógio é só enfeite e você não sabe calcular tempo? E cadê o Alex, o Reggie e o Bobby? — perguntou depois de avaliá-lo. Ela pode ter olhado por mais tempo do que imaginava, mas o namorado dela era gostoso e ninguém poderia julgá-la.

— Os meninos foram pra dentro da casa. Eu queria um tempo sozinho com você. — Ele parecia um pouco envergonhado, mas não menos animado.

O coração de Julie ficou aquecido. Ela o puxou para perto e juntou seus lábios em um beijo casto. Os braços dele circundaram sua cintura e ela apoiou as mãos nos ombros largos. Como se de forma automática seu corpo relaxou, abandonando um pouco da energia ansiosa.

— Eu tenho ótimas notícias. — Ele comentou quando se afastou só o suficiente para olhá-la. O sorriso quase rasgava seu rosto em dois e os olhos cinzentos brilhavam.

— Ah! Eu também. — Julie sorriu ao lembrar-se. Ela não sabia ao certo como se sentia ainda, mas um sentimento bom começava a aflorar em seu peito.

Ela devia ter uma expressão estranha no rosto, porque Luke batucou com os dedos em sua cintura para chamar sua atenção.

— Você tá bem? — perguntou com o semblante preocupado. Julie abriu um sorriso e assentiu. — Certeza? Porque eu sei que a minha novidade pode te alegrar a qualquer momento. Vai só consagrar o deus que eu sou. — Ela revirou os olhos com a arrogância dele. Às vezes o ego de Luke era maior do que ele podia aguentar.

— Você fala e fala mas não conta nada. Tô achando que nem é tudo isso — provocou. Luke afastou-se do abraço com uma falsa expressão ferida e Julie precisou de tudo para não rir.

— Tem que botar pra cima antes de contar, Jules. Você não sabia disso? A espera faz tudo ser melhor.

— Mas eu sinto que eu já esperei demais, principalmente porque você não sabe olhar a hora direito e fez o daqui a pouco se transformar em mais de meia hora. — A menina cruzou os braços na frente do corpo e olhou para o homem com um pouco de advertência. Luke encolheu os ombros em resposta. — Então você vai contar o que é essa ótima notícia ou não?