Mês 3

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O toque de Luke era suave como seda no braço dela. Os dedos calejados resvalaram na pele escura, subindo e descendo em uma carícia deliciosa. Julie sentiu um arrepio percorrer seu corpo e suprimiu um ofego sob a boca dele, enredando os dedos no cabelo castanho curto.

Ele perseguiu o caminho do braço dela até entrelaçar suas mãos. Os lábios macios e um pouco inchados dele se afastaram dos dela, ambos com a respiração difícil. Julie estava prestes a reclamar pela falta de contato, mas então Luke voltou sua atenção para salpicar uma trilha de beijos até o pescoço dela.

Quando ele se focou no ponto de pulsação dela com uma mordida certeira, a cacheada suspirou desejosa. A resposta pareceu estimulá-lo a seguir esse ritmo. A mulher desembaraçou os dedos do cabelo dele e soltou a mão entrelaçada, aproveitando para explorar o corpo dele.

A pele das costas de Luke era lisa e macia, os músculos definidos pela academia e pela força que ele fazia para se manter pairando sobre ela. Julie deixou as unhas arranharem as omoplatas dele, para então seguir para os ombros e os bíceps, traçando os músculos. Se o ruído do fundo da garganta dele fosse alguma indicação, as ações dela eram no mínimo muito agradáveis.

— Deus, você é maravilhosa — murmurou contra a pele do ombro dela e deixou a mão que não o apoiava vagar de forma lenta e suave pela lateral do corpo de Julie, em um toque quase fantasma. — Eu te amo.

Luke arrastou o nariz pelo ponto em que o pescoço dela se encontrava com o ombro. Essa ação, em conjunto com o calor da palma larga na pele nua da cintura dela, provocou um arrepio na coluna da mulher e um suspiro saiu de seus lábios.

De forma impaciente, Julie agarrou um punhado do cabelo dele e puxou forte o suficiente para desalojar a cabeça de Luke de seu pescoço. Seu grunhido foi abafado pelos lábios da mulher em um beijo faminto. Esse sinal pareceu ser o suficiente para que o homem deixasse a mão vagar para mais baixo. Mais baixo. Mais...

Um som estridente despertou Julie de supetão.

Demorou um momento para que a menina se localizasse. O quarto estava escuro, mas não o suficiente para que ela não distinguisse os objetos. A pele dela estava pegajosa e só um fino lençol a cobria. O chão estava coberto com almofadas decorativas e ela parecia ter chutado as outras cobertas para o outro lado da cama durante a noite. Uma cama muito vazia.

Julie enterrou o rosto debaixo do travesseiro e grunhiu de frustração. O som estridente continuou a reverberar pelo quarto, mas para a mulher era o destruidor de sonhos. Um sonho bem real, se a dor entre suas pernas quisesse dizer alguma coisa.

Ela tateou pela mesa de cabeceira até encontrar o telefone e o levou à orelha. Sua saudação ao atender foi um grunhido ininteligível.

— Jules! — Ela conseguia escutar o sorriso na voz de Luke, mas apenas resmungou em resposta. Não era o momento certo para a alegria dele. — Você sabia que aqui as pessoas dormem depois do almoço? Parece ser uma coisa bem normal. Eu saí pra ir na farmácia e tá tudo fechado.

— Por que você ligou?

— Oh, uau. Bem, eu não tive notícias suas faz horas e tava um pouco preocupado e com saudades — explicou Luke, surpreso com a pergunta direta de Julie. — Tá tudo bem, Jules?

Se ela não estivesse tão frustrada e sonolenta, talvez se sentisse mal por tê-lo interrompido, ainda mais com o homem parecendo tão animado. Mas ela estava e tudo o que queria era voltar a dormir e torcer para que retornasse ao sonho de antes. E uma Julie com sono e frustrada não tinha muito filtro em suas palavras.

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