Uma parte da história

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Lana Wilson e Steve Burns eram casados. A típica líder de torcida na high school havia se casado com o capitão do time de futebol da universidade. Patético. E não pensava assim por conta do que Burns me fez. Eu sempre achei que nós mulheres tínhamos o poder de dominar o mundo, principalmente quando tivemos potencial suficiente para para ingressar em uma faculdade da Ivy League. Em Yale eu aprendi a explorar meu potencial, desenvolvi minhas habilidades de persuasão, minha perspicácia e isso me fez ficar bem longe de caras parecidos com Burns. É certo que eu tropecei em Aldo e quase me tornei esposa troféu de um babaca, mas pelo menos eu tinha consciência disso e não sosseguei até me ver livre daquele pesadelo. O que não entrava na minha cabeça era a romantização do estereótipo da garota popular que conquistava o capitão do time e vice versa. No meu romance adolescente, a garota pisava no capitão troglodita que tentava a todo custo ficar com ela, ingressava na universidade e vivia feliz para sempre a frente da sua mega companhia, se tornando a primeira do ranking das mulheres mais poderosas do mercado de empreendimentos. Tudo bem se no meio do caminho ela encontrasse alguém, se casasse e tivesse um filho dele, contanto que o céu fosse o limite para sua ascensão. Eu nasci para ser foda, para ser tempestade, para chegar nos lugares e ser reconhecida pela minha postura de liderança, mas tudo bem pertencer a alguém que fosse tão foda ou mais que eu.

Lana Wilson me trouxe lembranças dolorosas da universidade, porém, houve momentos legais também, o que me arremeteu a lembra de Svetlana Petrova, uma russa de um metro de oitenta, olhos verdes, boca carnuda e um sexo inesquecível, capaz de me fazer esquecer aquele evento traumático- com a ajuda de terapia, claro- e também meu noivado algum tempo depois. Sim, eu fiquei com uma garota na universidade e de tempos em tempos me lembrava dela com muito carinho.

Steve Burns foi praticamente expulso do hotel pelos meus seguranças, injustamente talvez, mas Marcos jurou nunca mais permitir que ele se aproximasse de mim e fez o que achava melhor.

Eu também havia jurado para mim mesma, nunca mais questionar ou discordar de uma decisão dele.

Gael bem que queria me possuir durante o banho, mas aquela cama enorme e aqueles travesseiros confortáveis me pareciam mais convidativos que seu corpo divinamente atraente.

Dormi a noite toda e acordei com o sol entrando pela janela, sozinha na cama.

" Será possível que ele foi malhar, em plena lua de mel?"- pensei.

Mas meu marido estava do lado de fora, recostado no parapeito, completamente nu, observando o mar azul turquesa.

Seu corpo de costas também oferecia uma visão paradisíaca, ainda que a visão de frente fosse de tirar o fôlego. Aquela tatuagem, mesmo pegando suas costas inteiras, não escondia seus músculos volumosos e definidos, nem seus contornos esculturais. Sua bunda também era perfeita, definida e era possível ver cada músculo da parte interior das coxas.

Fiquei admirando a vista por alguns segundos, me levantei devagar, fui rapidamente ao banheiro para dar tempo de voltar e encontrá-lo na mesma posição.

Fui até ele sem fazer nenhum ruído e delicadamente, deslizei minhas mãos pelo seu tronco, abraçando-o.

Gael inclinou a cabeça para o lado e alcançou minha boca.

_ Bom dia, minha princesa!

_ Bom dia! Faz tempo que acordou?

_ Uns vinte minutos. Você dormiu bem?

_ Como um padre! Nem deu tempo de você sair do banho e eu já havia pego no sono.

_ Além de estar grávida, você estava cansada. Além do mais, temos uma semana inteira pela frente, com dias longos e um monte de praia pra transar! -Gael virou-se de frente para mim, me abraçando pela cintura.

Ao seu dispor- volume II- Mil e uma noites para vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora