Crise existencial

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Assim que terminou a cirurgia, Dr Caldas foi até a sala de espera e me deu a notícia de que Gael estava bem.

_ Deu tudo certo na cirurgia e não houve nenhuma intercorrência. Gael está na sala de recuperação e assim que acordar, será levado para o quarto.

_ Quando ele vai acordar?

_ Vai depender da reação dele ao sedativo. Ele recebeu uma dose considerável de morfina nos primeiros socorros, mais a anestesia e depois mais morfina então pode ser que só acorde na segunda-feira.

_ Eu posso ver ele? Uma olhada e eu vou embora. É uma promessa.

Dr Caldas coçou a cabeça e suspirou vencido.

_ Vem comigo.

Caminhamos lado a lado pelo corredor privativo dos médicos até uma espécie de alojamento.

_ Aqui é onde os médicos descansam. Coloque essa roupa, o gorro e a máscara, depressa.

Obedeci e vesti uma roupa por cima da outra o mais rápido que pude.

Continuamos pelo corredor onde apenas médicos transitavam até chegar na sala de recuperação.

_ Você tem cinco minutos. Eu cuido da porta.

Entrei na sala e logo vi meu amor. Gael estava dormindo, com uma máscara de oxigênio no rosto, eletrodos no peito e cheio de tubos.

Me aproximei lentamente e peguei sua mão que estava um tanto quanto fria.

_ Oi meu amor! Eu sinto tanto! Por favor me perdoa!

E dezabei a chorar, agarrada a sua mão, levando-a espalmada ao meu rosto, na esperança de sentir algum movimento. Minhas lágrimas eram tantas que pingaram na sua pele fria e de repente, como em uma cena de novela, seus dedos se moveram firmes em minha face. Abri os olhos e vi uma lágrima correr por sua face perfeita.

_ Gael...

Seus olhos se abriram devagar e tornaram a fecharam lentamente, como se ele se esforçasse para acordar.

_ Aliyah! Você precisa ir!

Acariciei seu rosto e posicionei sua mão de volta depois de beijá-la.

_ Descansa, meu amor! Eu vou estar aqui quando você acordar, ok? Eu te amo! Te amo muito!

Saímos da sala apressadamente. Fui tirando a roupa no caminho e de volta a sala de espera, entreguei tudo ao doutor.

_ Muito obrigada, Dr Caldas. O senhor não imagina o bem que me fez!

_ Não foi nada, Aliyah.

_ O senhor me avisa quando se ele acordar antes do previsto?

_ Sim. Descansa, menina. Você precisa estar bem para quando ele acordar!

_ Ok! Obrigada mais uma vez!

Saí do hospital junto com Carlos e meu pai. Marcos e Valter nos acompanharam e acharam melhor irmos para a minha casa.

Aldo estava preso, meu pai já havia dado seu depoimento a polícia, meu avô ainda estava internado no mesmo hospital que Gael e com a ajuda do Dr Caldas, isolado em uma ala onde só o corpo médico tinha acesso. Ele foi mantido sedado somente por um tempo e o Dr Caldas o liberaria para casa ao final da sedação.

Meu pai foi levado para o santuário de felinos e ficaria lá por tempo indeterminado, para sua segurança, já que seu depoimento incriminou Javier Santisteban até o pescoço.

Dobramos a segurança de Gael, tio Carlos e também a minha e mandamos Marcos para o santuário junto com meu pai. Ele não queria, mas precisava descansar, além do mais, eu não confiava a segurança de meu pai a mais ninguém.

Ao seu dispor- volume II- Mil e uma noites para vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora