CAPÍTULO TRÊS

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  Molly leu:         
               A partida dos Dursley

Será que eles vão ir embora por causa da guerra? - perguntou Sirius

Acredito que sim - foi tudo que Lili conseguiu dizer, no fundo, ela esperava que sua irmã ficasse bem, não importa o que Petunia fizesse, elas ainda eram irmãs e nada podia mudar isso

O ruído da porta da frente batendo ecoou escada acima, e uma voz gritou:
– Ei! Você!
Dezesseis anos ouvindo este chamado não permitiu a Harry duvidar que era a ele que o tio estava se dirigindo; ainda assim, não respondeu imediatamente.

Régulo de alguma forma se sentiu mal pelo garoto, mesmo sua família não sendo perfeita, ainda existia um pouco de amor entre eles, é claro que ele ainda tinha um pouco de esperança de que Sirius o ajudaria a fugir, mas sabia o que seu irmão pensava dele, ele era um covarde e seria incapaz de abandonar seus pais.

Continuou a contemplar o caco de espelho em que, por uma fração de segundo, pensara ter visto um olho de Dumbledore. Somente quando o tio berrou "MOLEQUE!", Harry se levantou vagarosamente e se encaminhou para a porta do quarto, parando, antes, para guardar o pedaço de espelho na mochila cheia com as coisas que ia levar.

Ele é afrontoso, não deixa que os outros mandem nele, meu afilhado parece incrível - disse um Sirius maravilhado

Snape olhava aquilo com desdém, é claro que o filho do Potter ia ser arrogante que nem o pai

– E vem se arrastando! – urrou Válter Dursley quando o garoto apareceu no alto da escada. – Desça aqui, quero falar com você!
Harry desceu a escada, as mãos enfiadas no fundo dos bolsos do jeans. Quando chegou à sala de estar, encontrou os três Dursley. Trajavam roupas de viagem: tio Válter vestia um blusão de zíper castor, tia Petúnia um elegante casaco salmão, e Duda, o primo forte, musculoso e louro, uma jaqueta de couro.
– Pois não? – disse Harry.
– Sente-se! – ordenou o tio. Harry ergueu as sobrancelhas. – Por favor! – acrescentou, fazendo uma ligeira careta como se a palavra lhe arranhasse a garganta.
Harry sentou-se. Pensou que sabia o que esperar. Válter Dursley começou a andar para cima e para baixo. Tia Petúnia e Duda acompanhavam seus passos com os rostos ansiosos. Por fim, o tio, com a cara larga e púrpura contraída de concentração, parou diante de Harry e falou:
– Mudei de ideia.
– Que surpresa – respondeu o garoto.

Os marotos começaram a rir, é claro que Harry seria um deles, ficaram felizes por isso.

– Não venha com ironias... – começou tia Petúnia com a voz esganiçada, mas o marido fez sinal para que ela se calasse.
– É tudo conversa fiada – afirmou ele, encarando Harry com seus olhinhos de porco.

Olhinhos de porco? Evans você precisa me levar para conhecer o namorado de sua irmã - pediu um Sirius que estava com lágrimas nos olhos de tanto rir

– Concluí que não acredito em uma única palavra. Vamos ficar aqui, não vamos a lugar algum.
Harry ergueu os olhos para o tio e sentiu uma mescla de exasperação e surpresa. Válter Dursley vinha mudando de ideia a cada vinte e quatro horas nas últimas quatro semanas, carregando o carro, descarregando-o e recarregando-o a cada mudança. O momento favorito de Harry tinha sido quando o tio, sem saber que Duda guardara os pesos de musculação na mala desde a última vez que fora descarregada, tentara colocá-la novamente no porta-malas e desequilibrou-se, soltando urros de dor e xingando horrores.
– Pelo que me conta – disse Válter Dursley, recomeçando a andar pela sala –, nós, Petúnia, Duda e eu, corremos perigo. Por conta de... de...
– Gente da "minha laia", certo.

Lendo Harry Potter e as reliquias da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora