CAPÍTULO VINTE

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Xenofílio Lovegood

Harry não esperava que a ira de Hermione se abrandasse da noite para o dia, portanto não se surpreendeu que ela se comunicasse principalmente por olhares indignados e silêncios contundentes na manhã seguinte.

Bem feito, ninguém mandou ele ir embora e voltar como se estivesse tudo bem - falou Penélope, uma aluna da lufa-lufa

Rony reagiu mantendo um comportamento anormalmente sério na presença dela, como um sinal externo de seu continuado remorso. De fato, quando os três estavam juntos, Harry se sentia como o único não enlutado em um enterro com poucos acompanhantes.

Além de vela, o Harry também é responsável por deixar o clima agradável agora, coitado - falou Frank só para Alice ouvir, ganhando um sorriso da namorada como resposta

Nos raros momentos que passava sozinho com Harry (apanhando água e procurando cogumelos no mato rasteiro), no entanto, Rony se mostrava descaradamente alegre.
– Alguém nos ajudou – ele não parava de dizer. – Alguém mandou aquela corça. Alguém está do nosso lado. Uma Horcrux a menos, colega!

Snape ainda não estava com 100% de certeza de que tinha sido ele, mas ao mesmo tempo, não conseguia pensar em mais ninguém e isso o deixava satisfeito, porque enfim estava fazendo algo bom para alguém

Estimulados pela destruição do medalhão, eles começaram a debater a possível localização das demais Horcruxes, e, embora tivessem discutido o assunto tantas vezes anteriormente, Harry se sentia otimista, certo de que outros avanços se seguiriam ao primeiro. O mau humor de Hermione não conseguia estragar o seu alto- astral: a súbita virada em sua sorte, a aparição da misteriosa corça, a recuperação da espada de Gryffindor e, principalmente, o retorno de Rony faziam Harry tão feliz que era até difícil ficar de cara séria.

O Harry gosta mesmo de ter a amizade de Rony, pensou James

No final da tarde, ele e Rony fugiram mais uma vez da presença negativa de Hermione e, a pretexto de procurar amoras silvestres nos espinheiros desfolhados, continuaram a interminável troca de notícias.
Harry conseguira finalmente contar ao amigo as várias viagens que ele e Hermione tinham feito até a história completa do que acontecera em Godric's Hollow; agora Rony estava pondo Harry ao corrente de tudo que descobrira sobre um mundo bruxo mais amplo nas semanas que estivera fora.
– ... e como foi que você descobriu a respeito do Tabu? – perguntou a Harry, depois de explicar as numerosas e desesperadas tentativas de nascidos trouxas para fugir do Ministério.
– O quê?
– Você e Hermione pararam de dizer o nome de Você-Sabe-Quem!
– Ah, sim. Foi um mau hábito que adquirimos – respondeu Harry. – Mas não tenho problema em chamá-lo de V ...
– NÃO! – berrou Rony, fazendo Harry pular para dentro das amoreiras e Hermione (de nariz enterrado em um livro à entrada da barraca) olhar feio para os dois. – Desculpe – disse Rony, puxando Harry para fora dos galhos espinhosos –, mas o nome foi azarado, Harry, é assim que eles rastreiam as pessoas! Usar o nome dele rompe os feitiços de proteção, provoca uma espécie de perturbação mágica... foi como nos encontraram na Tottenham Court!
– Porque usamos o nome dele?
– Exatamente! Você tem que dar a eles o merecido crédito, faz sentido. Somente as pessoas que se opunham seriamente a ele, como Dumbledore, é que se atreviam a usar o nome de Você-Sabe-Quem.
Agora que impuseram um Tabu ao nome, qualquer pessoa que o diga é rastreável: um modo rápido e fácil de encontrar membros da Ordem. Quase apanharam o Kingsley...

Que loucura, isso é mesmo possível? - perguntou uma aluna da Sonserina 

Infelizmente, acredito que seja - Respondeu Dumbledore

Lendo Harry Potter e as reliquias da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora