14 | give me a drive?

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A primeira pessoa que eu vi assim que pisei no campus foi Caleb. Ele veio diretamente até mim, deixando um beijo em meus lábios e andando comigo pelo gramado da universidade. Todo mundo olhava diretamente pra mim.

- Tem planos pra hoje a noite? - Ele pergunta, andando comigo debaixo dos seus braços.

- Hm, acho que não. - Minto, eu tinha. Mas pra ele eu estava livre. - Porque?

- Quer dormir lá em casa essa noite? - Ele pergunta, olhando para mim esperando uma resposta. Eu sabia que a última coisa que faríamos quando entrássemos lá era dormir, mas mesmo assim eu disse:

- Pode ser.

Ele sorriu, e assim seguimos para dentro do prédio. Andamos pelos corredores largos de Penn State e nos despedimos assim que a minha sala (a primeira) apareceu no nosso campo de visão.

Graças a deus, esse período Aidan não estava. Eu estava estudando direito penal, e Aidan também. Pelo que eu percebi, contando os anos que ele já está aqui, ele vai pra faculdade de direito antes de mim. Então é provável que daqui a dois anos eu nunca mais veja ele.

Meu professor de introdução ao direito começou a falar sobre a matéria. Era a minha segunda aula dele, então eu estava tentando me concentrar ao máximo e tentar anotar tudo o que ele falava (a lousa estava em branco, mas além dele falar muito, ele falava rápido).

Graças a Deus, meus quarenta e cinco minutos de Introdução ao Direito passaram voando, e às nove e meia eu sai da sala. Precisava encontrar alguém com carro, porque esse meu período era vago e eu queria comer alguma coisa.

- Millie, Millie! - Eu digo, ela estava de costas para mim, então eu estava andando rapidamente. - Você veio com seu carro hoje?

- Não, eu vim com Louis. - Ela diz. Eu até pediria o carro dele emprestado, mas eu mal conheço o cara. - Eu acho que Aidan veio.

Ótimo, porque eu não me surpreendia? Me virei novamente para Millie e voltei a perguntar:

- Você sabe onde Caleb está?

- Eles tem treino agora. - Ela diz, se virando pra mim. - Louis fazia basquete no primeiro ano. Era uma merda.

Porra, então a única opção restante era Aidan. Eu até que decidiria ir a pé se não estivesse um sol escaldante lá fora (mesmo no começo de outono, tinha dias que fazia muito calor ali. Aquele tempo era doido).

- Vou chamar Aidan pra você. - Ela diz, entrando na primeira sala que vê, e minutos depois, ela sai com o garoto, o segurando pelo braço. - Pronto, seu escravo.

- O que você quer, novata? - Ele pergunta.

- Quanta falta de educação. - Ironizo - Eu só quero uma carona até o Starbucks da cidade.

O campus de Penn State era tão grande que nem era considerada um Campus, e sim uma cidade universitária. Era mais caro morar fora do alojamento, então na cidade universitária era mais comum morar os jovens que trabalhavam pela cidade.

- Vamos logo, eu tenho psicologia no próximo período. - Momento errado para saber que vamos cursar a mesma coisa. Meu próximo período também era esse.

Saímos no estacionamento do prédio principal e Aidan me guia até uma BMW preta, estacionada bem à frente da entrada principal do pátio.

- Porque você escondeu esse carro de mim por tipo, duas semanas?

- Porque eu sabia que você ia pedir pra fazer isso. - Ele diz. Ótimo. Além de me achar dependente dele, agora eu também era interesseira. - Rápido, não quero me atrasar pra psicologia.

Ignorei o fato de que ele já tinha me falado aquilo e entrei no carro. Aidan arrancou da vaga cantando pneu e eu vi todas as pessoas ao redor do jardim do prédio principal pesarem seus olhares sobre mim. Momento errado para se ter um carro conversível que pertencia a Aidan Gallagher.

Mas por um momento, me senti importante, e tive vontade de gritar para aquelas garotas invejosas que começaram a falar de mim algo como "Isso mesmo que vocês estão vendo, eu estou do carro dele e transei com ele". Mas em vez disso, permaneci calada até chegarmos ao Starbucks da cidade universitária.

[...]

- sn!

A atendente do café gritou, e em um pulo sai da mesa e andei apressada até a mesa de Aidan. O café não tinha demorado muito, apenas uns 10 minutos. Ainda tínhamos 35 até voltar para o prédio.

- Tem certeza que não vai querer nada? - Digo, depois de me aproximar de Aidan. Ele já me esperava em pé na porta de entrada. Até me surpreende quando ele abriu pra mim e não disse simplesmente "se vira".

- Não, eu roubo um pedaço do seu.

Reviro os olhos e entro no carro sem ajuda dele. Coloquei o suporte de papelão em cima das minhas coxas, e comecei a comer uma das três rosquinhas que pedi. Gallagher, sendo o grande pau no cu que é, roubou o último pedaço da rosquinha de minhas mãos.

Não contestei, porque logo em seguida uma música que eu gostava muito começou a tocar no rádio. Era All I Want is You, do U2.

- Meu Deus do céu. - Digo - Aidan, aumenta o volume por favor.

Ele me obedeceu, e o som no máximo começou a estourar na caixa de som. Enquanto eu comia o restante das coxinhas e tomava meu frapuccino, surpreendentemente Aidan começou a cantar a música junto comigo.

Eu sorri, aumentando a voz junto com ele, até que em certo momento, nós dois começamos a cantar a letra da música como se aquela fosse a nossa única chance restante de cantar.

Como o carro era conversível, eu consegui levantar as mãos pro céu, enquanto meu cabelo esvoaçava no vento gelado de outono. Algumas folhas secas começaram a voar sobre a gente, e eu senti que aquele momento era mágico.

- Sabe o que podemos fazer agora? - Aidan diz, por cima da música alta que tocava.

- Matar a aula de psicologia. - Ele fala me olhando com um sorriso ladino nos lábios. - E ficar juntos no seu dormitório.

- Você quer dizer sexo? - Digo, e ele me olha espantando.

- Não necessariamente. - O moreno responde. - Se você quiser, quem sou eu pra negar. Mas podemos fazer outras coisas também.

Eu estava escutando isso mesmo? Aidan Gallagher queria ficar comigo no mesmo metro quadrado e não era necessariamente para sexo? Socorro, acho que vai cair um temporal hoje.

- Tudo bem. - Respondo em um sorriso. - Eu topo.

𝟱𝟬𝟱 ✗ aidan gallagher (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora