26 | rich boy

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- Qual é sn! - Aidan exclama, no lado oposto da porta. Estava encostada na mesma, de olhos fechados, pensando no que eu faria a seguir.

Merda merda e merda. Nossa, eu odiava esse garoto. Odiava ele com todas as forças do meu corpo.

Por fim, decidi abrir a porta. Ele estava lá, em pé, vestindo um jeans de lavagem clara e uma camiseta branca (isso mesmo, branca), os cabelos penteados para trás com só alguns fios caindo na sua face.

- O que você quer, Aidan?

- Você é surda ou o que? - Ele pergunta, irritado. - Eu perguntei se você quer fugir comigo.

- Sim, com você eu sou surda. - Falo. - Faria de tudo pra nunca mais escutar essa sua voz irritante do caralho.

- Sei que não é assim gata.

- Você se acha demais. - Rosno. - Pra onde você vai?

- Filadélfia. Uma noite. - Ele diz, se aproximando.

Respiro fundo mais uma vez, me encostando no batente da porta. Aidan coloca as mãos no bolso da calça jeans, e assim como eu, me encara.

- Porque você quer que eu vá? - Eu pergunto. - Você tem a Alabama, Aidan. Você já olhou pra ela e pra mim?

- E o que que tem? - Ele diz, se aproximando mais de mim. - Já ouviu a palavra tanto-faz?

- Você é um cretino mesmo.

Entrei no meu apartamento e escutei o barulho do tênis de Gallagher atrás de mim. Dou meia volta na ilha da cozinha e abro a geladeira, pegando uma garrafinha de água.

- Você não me respondeu ainda, sn.

- Oh, não faça isso. - Digo. - Não me chame assim achando que vai ganhar algo em troca.

Me viro para Aidan, que estava encostado na olha da cozinha, apenas me observando. Alguma coisa naquela imensidão cor de mel fazia com que eu voltasse pra ele. Toda vez. Todas as vezes.

- O que você está perdendo? - Em um sussurro, ele diz. - A vida é agora. Quando você vai ter a chance de fazer isso de novo?

Suspiro pesado, mandando um dedo do meio pra ele. Apesar de odiar Aidan com todas as minhas forças possíveis, eu adorava a sensação de perigo que ele me trazia. Eu adorava o fato de que meu sangue fervia de ódio e luxúria quando nós dois estávamos juntos.

Essa era a melhor sensação de todas.

Fui até meu quarto e peguei uma mochila. A enchi de roupas, e depois coloquei um pouco de dinheiro extra. Coloquei tudo o que eu queria e precisava, e uns 10 minutos depois ela já estava completamente pronta.

Afinal só teríamos um fim não é? Isso poderia terminar em um lindo paraíso ou coberto em chamas.

- Filadélfia, aí vamos nós.

[...]

Três horas. Viajamos três horas de carro.

No meio da viagem, Aidan parou para abastecer. Aproveitei e comprei algumas coisas para nós comermos, salgadinhos, energético, biscoitos.

Hoje ele não estava usando o carro da sua forma conversível. Até porque eu entendia. Fazia quatro dias hoje. Tudo que não queríamos era passar frio.

Aidan entrou na direção novamente instantes depois. Insisti em ir dirigindo, mas ele falou que queria que eu ficasse ao lado dele. Vai entender.

Faltava mais ou menos uma hora e meia para chegarmos na Filadélfia quando Aidan enfim decidiu iniciar uma conversa.

- Você disse que queria repetir.

- Repetir o que? - Respondi.

- A noite na biblioteca. - Ele diz. - Nós dois conversando. Nada de briga. E então em pensei em passar um dia na Filadélfia.

- Você é inteligente. - Ironizei. - Mentira, eu gostei disso.

Aidan em resposta só solta um sorriso, e volta a se concentrar na estrada. Depois de mais uma hora de viagem, chegamos a Filadélfia.

Gallagher dirigiu por entre as ruas agitadas da capital da Pensilvânia, indo em direção ao hotel que nós ficaríamos. Me assustei ao ver a estrutura do mesmo, toda luxuosa. Com certeza algo que eu não poderia pagar. Não tudo de uma vez.

- Você é rico ou alguma coisa? - Perguntei. Aidan me olhou e sorriu sem mostrar os dentes, entregando a chave do carro para o chofer.

- Mike, cuida bem dele tá? - Ele disse para o cara, e se despediu do mesmo com um tapinha nas costas.

- Seu pai é dono daqui? - Em um sussurro, perguntei.

- Porque você acha que eu viajei pro outro lado do país? - Gallagher responde, entrando no lobby do hotel junto comigo. - Não quero ser o filho riquinho.

Ele foi em direção a bancada de atendimento e não demorou nem 2 minutos para resolver tudo o que precisava resolver.

- Pros outros é um hotel. - Ele diz, assim que chegamos ao elevador. - Mas pra ele, o prédio é dele.

Não consegui conter o "O" que se formou na minha boca. Aquele prédio deveria ter pelo menos 30 andares ou até mais. Quando olhei para o numerador do elevador, minhas perguntas foram respondias. 35 andares de prédios.

O elevador foi aberto direto em um apartamento. A cobertura, presumi. Ele estava escuro, e com cara de que ninguém estava ali a anos. Engoli em seco, entrando com ele ao meu lado.

- Meu refúgio. - Ele diz. - Venho pra cá as vezes.

- O apartamento todo é seu?

- Não. - Ele respondeu. - Eu tenho um quarto aqui. Mas como ninguém vem para cá a séculos, eu acabei me tornando rei desse reino.

Tudo que eu fazia era seguir Aidan pelos corredores e salas que aquela cobertura tinha. Eu contei pelo menos cinco quartos até agora, e ainda tinha o segundo andar.

Subimos as escadas da cobertura. Aidan abriu a porta do quarto dos fundos, gigantesco, e mandou eu colocar minhas malas em qualquer lugar que eu quisesse.

- Bom, vamos dormir aqui.

Escutei a voz dele atrás de mim. Por um segundo, perguntei a mim se ele já tinha feito isso com outras garotas, ou se eu era a sortuda de ser a primeira dessa vez.

- Se arrume, nós vamos sair.

Ele diz, e segundos depois sai do quarto. Engulo em seco, voltando minha atenção para a minha mala em cima da cama. Escolho uma roupa e vou em direção ao banheiro.

𝟱𝟬𝟱 ✗ aidan gallagher (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora