38 | boyfriend

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UM MÊS DEPOIS...

Agora eu sou oficialmente namorada de Caleb, capitão dos Nitani Lions, time de basquete de Penn State, nossa faculdade, que fica em State City, no estado da Pensilvânia.

O pedido não foi algo extravagante, ou cheio de pessoas. Era só eu e ele, comendo miojo de galinha na bancada do meu alojamento, as duas da manhã. Ele foi a uma semana, exatamente sete 37 dias antes da véspera de Natal.

Agora eu estava descendo as escadas do meu alojamento, e Noah estava atrás de mim, levando uma das minhas mochilas para o carro de Caleb. Eram duas da manhã do dia vinte e quatro de dezembro, e eu iria passar o Natal em Carmel Hamlet, junto com Caleb e a família dele.

- Tem certeza que não esqueceu nada? - Meu melhor amigo pergunta atrás de mim. Faço que não com a cabeça, e o escuto assentir atrás de mim. - Quantas vezes por semana tenho que vir regar as plantas?

- Eu volto antes do Ano Novo Noah. - digo, abrindo a porta do meu prédio e saindo com ele para o estacionamento. - Regue dia vinte e oito, até dia trinta e um eu já estou aqui.

Caminhamos juntos até o carro de Caleb, Noah atrás de mim ajudando-me com as minhas coisas. Me despedi do moreno com um abraço apertado e um beijo na bochecha, e quando vi, já estava dentro do Jeep preto de Caleb.

- Pronta? - Ele pergunta. Entrelaço minha mão com a dele. Caleb sabia que da última vez que eu viajei de carro por tanto tempo, no final deu merda. - Você pode dormir no caminho se quiser.

- Obrigada, meu amor. - respondo, me esticando o suficiente para beijar os lábios dele. - Eu tentarei.

E assim, Caleb deu a partida, iniciando uma viagem de seis horas e quarenta, até Carmel Hamlet, em Nova York. Enquanto eu via as luzes passarem por de cima da minha cabeça, eu relembrava os acontecimentos do último mês, dos últimos dias de novembro e dos primeiros dias do último mês do ano.

Os dias se arrastaram inicialmente. Era estranho na verdade, porque minha rotina principal sempre tinha outra pessoa. E aos poucos, nós fomos nos distanciando. Ele foi embora, como eu pedi.

A gente não cruzava mais olhares, e quando eu vi, estávamos sentando em lados opostos da sala, comendo em mesas diferentes no refeitório e não frequentando os mesmos lugares. Eu ainda o via, porque ele era meu vizinho, mas é como se eu não existisse para ele, e vice e versa.

E aos poucos, eu parei de entrar no refeitório, parei de ir no bar e parei de ir nos shows. Minha rotinha, gradualmente, começou a ser ir para os treinos de Caleb aos finais de semana, e ir para o meu trabalho na biblioteca, logo depois do final da aula.

Minha mente foi tomada por olhos castanhos escuros. Quando vi, eu já estava perdidamente apaixonada por ele, mergulhando tão fundo que, quando ele me pediu em namoro na bancada da cozinha dele, foi basicamente impossível dizer não.

E aqui estava eu. Agora, eu era namorada de Caleb Mclaughlin. Oficialmente.

[...]

Eram sete da manhã quando eu e Caleb  chegamos em Carmel Hamlet, cidade natal dele. Estava frio, e uma camada fina de neve cobria todas as ruas da cidade de Nova York.

A família dele foi calorosa quando nos recebeu. April, a mãe dele, ficou super animada quando me conheceu, alegando que a animação toda era porque finalmente conheceua garota que o filho tanto falava pelo telefone.

Também conheci Corey, o pai de Caleb e os irmãos dele. Virei amiga de Caitlyn e Crystal de cara.

- Vocês podem subir para ajeitarem o quarto. - a minha sogra diz. - Eu e Corey estamos terminando de fazer a ceia, vocês podem vir ajudar se quiser.

Subimos as pequenas escadas e fomos em direção ao quarto antigo de Caleb, o que ele usava na época do ensino médio, antes de ir para a faculdade.

- Que bom que você tem uma cama de casal. - eu digo, colocando minha mochila no pé da cama. Sinto os braços de Caleb me envolverem, e eu soltei uma risadinha.

- Porque? - ele pergunta, e eu sinto a respiração quente dele em contato com a pele do meu pescoço. - Pretende usar ela durante o feriado?

- Você é um bobo!

O dia em si foi calmo. Ajudei os pais dele a terminarem a ceia (diga-se de passagem para quase a família toda). Conheci os primos, os tios, e os avós, e graças a Deus, eles me amararam tanto quanto eu amei eles.

Tivemos uma noite de bingo, e amigo secreto. Dançamos na sala de estar da pequena casa, e mais ou menos as duas da manhã, eu e Caleb  subimos para o quarto dele.

- Eu vou tomar um banho, tá bom? - ele disse, se abaixando e me dando um beijo nos lábios. Eu estava sentada na ponta da cama.

- Me espera para dormir?

- Espero sim. - respondo, mas Caleb já estava dentro do banheiro, escutando música no último volume.

Eu ainda estava sentada na ponta da cama, quando meu celular tocou. Inicialmente não reconheci o número, porque ele não estava salvo, mas o DDD era da Filadélfia. Presumindo que era algum dos meus amigos.

- Oi, é a sn. - eu digo assim que atendo.

- É, eu sei.

Porra.

Por segundos, tive medo do meu celular cair das minhas próprias mãos. Impedindo que isso acontecesse, o apertei mais forte entre meus dedos, esperando que a pessoa do outro lado da linha falasse algo.

Já tinha se passado pelo menos dois minutos que eu e ele estávamos calados. Nervosa, me ajeitei no meu próprio lugar, ainda sentada no colchão da cama de casal de Caleb.

Eu não sabia o que fazer. Eu não sabiao que falar.
Fazia um mês que eu não tinha nenhuma notícia dele, que ninguém me falava dele, que eu não o via. Eu não fazia ideia de como prosseguir com essa situação, não dessa vez.

E bem quando eu iria falar algo, escuto Aidan dizer do outro lado da linha:

- Feliz Natal, Novata.

E desliga.

𝟱𝟬𝟱 ✗ aidan gallagher (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora