CAPÍTULO 4 - OS SINTOMAS

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2 MESES DEPOIS

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2 MESES DEPOIS

Não aguento mais passar minhas tardes deitada nesse sofá que, por sinal, não é muito confortável. Vou comprar um novo assim que o pagamento por aquele vestido de noiva cair.

Já decorei cada cantinho sem tinta no teto, já mudei os quadros da parede de lugar umas três vezes na última semana e percebi que a persiana treme cada vez que um carro passa rápido pela rua.

Tudo isso me passava despercebido quando eu entrava no ateliê para de fato trabalhar, tirar medidas, fazer meus croquis e cortar tecidos, mas ultimamente esse cantinho só tem servido para as tardes em que passo mal demais para aguentar receber os clientes. Quer dizer, para aguentar fazer qualquer coisa.

Felizmente, não são todos os dias que me sinto assim, passei a segunda e a terça feira muito be, mas essa quarta feira de sol já começou mal para mim e, mesmo que eu quisesse aproveitar o clima gostoso do dia, já que o céu limpo e os raios solares são muito bem vindos para mim, não conseguiria. 

Assim que cheguei na loja, comecei a me sentir tonta, mas me forcei a trabalhar sentada, já que na parte da manhã eu iria apenas atender alguns clientes, porém, depois que almocei, ficou insustentável. Precisei me deitar e até tomei um remédio, mas nada faz essa sensação de que o mundo está girando passar.

Não sei que merda aconteceu comigo, mas desde que terminei com o Luke, tenho me sentido estranha. Na primeira semana, senti muitos enjoos e vomitei umas três vezes, ainda não sei o que eu comi de estragado, mas não caiu bem no meu estômago. Na semana que completamos um mês separados, meu corpo resolveu me fazer sentir fisicamente tudo que estava se passando no meu emocional. Nunca me senti tão indisposta quanto naquela semana e, por mais que tenha melhorado com os dias, fiquei algum tempo me arrastando pelos cantos. 

Ou melhor, me arrastando para ir trabalhar, já que não importa quanto Jenny insista, não saio de casa para nada além disso desde que terminei com Luke. Além da minha saúde estar me deixando na mão, não tenho vontade. Não faz sentido para mim.

Ela tenta, diz que eu deveria sair do quarto, aproveitar a vida fora das paredes do meu apartamento, como uma jovem de vinte e seis anos, mas não tenho vontade, porque pensar nisso só me lembra que, num sábado a noite, eu poderia estar com o Luke. 

Acho que Deus colocou empatia até demais quando estava me criando. Essa distância tem sido dolorosa demais para mim, mas sinto que tomei a decisão certa para que Melissa tenha uma infância mais agradável, então, tento ignorar meu emocional fodido e meu choro de quase todas as noites. "Quase", porque estou evoluindo: nas primeiras três semanas, eu chorava todas as noites, sem exceção, mas depois que passei um mês sem vê-lo, consegui diminuir essas crises para duas vezes na semana. 

Your Daughter Hates MeOnde histórias criam vida. Descubra agora