Dakota sempre quis formar uma família. Encontrar um amor tranquilo, alguém com quem pudesse falar de futuro e se sentir acolhida. Ela nunca foi grande referência quando o assunto é escolher namorados.
Conhecer Luke foi como uma brisa suave num dia...
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"Por favor, não briguem com a Mel, não quero que ela me odeie mais e seja culpada por uma decisão minha. E, mais uma vez, me desculpa por não te esperar, eu não consigo ficar mais um minuto aqui e não quero que você me encontre chorando quando voltar. Obrigada por tanto, Luke. Te amo para sempre."
Dobro mais uma vez o papel já amassado e enfio no bolso da frente da minha calça jeans.
Hoje fazem exatos dois meses que Dakota terminou comigo e eu ainda não consegui me desfazer desse bilhete.
Em certos momentos, sua letra bonita e os dizeres preocupados me deixam com raiva, porque não consigo acreditar que ela foi embora desse jeito, sendo que pedi tanto para ela me esperar, mas na maioria das vezes, esse símbolo da sua partida me acompanha nos meus momentos de tristeza.
Foi decepcionante chegar em casa e ver que Dakota já não estava mais aqui e que tinha levado todas as suas coisas junto consigo. Deixei a sacola grande do restaurante favorito dela na mesa da cozinha, coloquei as flores na mesa da sala e a procurei pela casa, mas só quando voltei ao primeiro cômodo, vi o papel rasgado na mesa. O mesmo papel que está em meu bolso agora.
Eu tinha planos que a gente almoçasse juntos, que ela me escutasse e que nós pudéssemos repensar essa decisão. Eu não queria terminar, mas acima de tudo, sempre respeitei as decisões dela e dessa vez não seria diferente. Isso não me impedia de tentar mais uma vez, porém, não tive essa chance.
Tem dois meses que não nos falamos e me entristece que tenhamos chegado a esse fim. Todos os dias eu busco entender o lado dela e cheguei a conclusão que, talvez, ela precise de um tempo para processar o que foi nosso namoro junto a tudo que ela precisou escutar por parte da Melissa, mas ainda assim é inevitável que a mágoa se faça presente.
Tudo que eu queria era saber se ela está bem, mas meu ego ferido me impede de mandar uma mensagem.
Ligo a tela do celular e vejo que já passa do meio dia, sendo que combinei com a Melissa de sairmos de casa antes do horário de almoço, mas é claro que minha filha adolescente aos sete anos demora muito mais do que eu para se arrumar. E ai de mim se ousar falar alguma coisa.
Me levanto do sofá e vou até a ponta da escada, pensando se quero mesmo subir todos os degraus apenas para escutar que ela precisa de mais cinco minutos. Decido ficar aqui mesmo.
— Mel, está pronta? — grito, sabendo que ela me escutará, já que seu quarto é o mais perto do fim da escada.
— Quase! Já desço, pai — ela grita de volta.
Dou um sorriso diante de seu tom de voz tão empolgado, mas tão logo essa felicidade se esvai. Tenho notado, cada dia de uma maneira diferente, que Dakota estava certa e que Melissa tem estado mais feliz agora. Ela sorri mais, voltou a rir das minhas piadas idiotas e voltou a gostar de sair comigo.
O problema era mesmo a minha namorada?
É doloroso pensar nisso, porque amei e ainda amo demais aquela mulher.
