Prólogo

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Point of View Claire Brown.

Stamford - Connecticut

12h00pm


Justin está lá, com o seu cabelo brilhante sobre o sol enquanto uma menina tenta se aproximar dele, mas ele fica na defensiva, dando um gole em sua bebida. Saber que ele não é só indiferente em relação a mim me tranquiliza de alguma maneira.
Eu sei, isso soa extremamente idiota e patético. Mas gosto de saber que não sou a única que inutilmente tenta se aproximar de alguém que claramente não está a fim.
Eu os observo por mais um tempo, até ela dizer algo e ele rir. Meu deus, como um sorriso pode ser tão lindo e tão perfeito?

- Acho que você devia parar de babar pelo o Justin. – ouço a voz da minha mãe muito próxima a mim e saio do meu transe, me sentindo uma completa idiota.
Quando o Justin Bieber estava por perto eu me comportava como uma adolescente apaixonada, não que eu não fosse de fato isso, mas era tão vergonhoso. Me pergunto se o Justin sequer desconfiava dos meus sentimentos por ele, mas essa era uma dúvida que logo cessava quando eu me lembrava de quem ele era, Justin não conseguiria ver os meus sentimentos nem que eu escrevesse em minha testa.

- Eu não estava babando. – tento disfarçar e volto os meus olhos para o copo em minha mão, que nesse momento está cheio de coca cola; que eu não quero mais beber.

- Ah, não? Então me deixe reformular, pare de olhar para ele como se estivesse perdidamente apaixonada. – ela diz de uma maneira leve e sorri. Mamãe sabe do meu grande tombo pelo o Justin, não é novidade para os meus pais. Os únicos que parecem não terem notado isso é o meu irmão Scott, e o Justin, a pessoa que mais deveria estar ciente dos meus sentimentos.

- Mas eu estou perdidamente apaixonada. – digo contragosto e coloco o copo em cima da bancada, me sentindo novamente uma idiota. Sempre que penso nele me sinto assim.

- Você já pensou em falar para ele como se sente? – mamãe já havia me questionado sobre isso antes.

- Já tivemos essa conversa. – digo baixo e olho para baixo. A ideia de me declarar me deixa nervosa até o último fio de cabelo, eu não conseguiria olhar em seus olhos e dizer claramente como eu me sinto. É demais para mim.

- Eu sei que sim, mas agora é diferente. Ele está indo embora filha.

Suspiro.
Desde que o Justin encerrou as suas atividades no ensino médio que eu venho evitando pensar sobre isso, pensar que em breve eu não o verei todos os dias no colégio, na minha casa. Eu passarei meses sem ver o seu rosto. Confesso que isso me assusta e faz o meu coração doer na mesma medida, mas é algo previsível. Uma hora todos nós temos que ir para a faculdade, é a ordem normal da vida.

- Sim. – digo apenas e dou de ombros.

- Eu acho que você deveria dizer a ele como se sente, acho que seria a melhor maneira de se despedir. – ela passa seu braço longo envolto do meu ombro e abre um sorriso acolhedor.

- Justin me vê como uma criança idiota. – bufo alto e encosto a minha cabeça no seu ombro. Mamãe era alguns centímetros mais alta que eu.

- Ele não te vê desta maneira minha filha. – ela diz, mas eu sei que nem ela mesma acredita no que está afirmando. Justin sempre deixou claro como ele me enxerga e definitivamente não é da maneira como eu gostaria.

A encaro com a sobrancelha arqueada e ela ri.

- Tudo bem, você que sabe. O que eu acho é que a gente não pode perder tempo fingindo que não sente o que sente.

- Para você é fácil dizer isso, o papai te ama.

- Sim, mas para ele me amar eu precisei dizer o que sentia. Ele não teve que adivinhar, Claire. Se você espera que o Justin simplesmente note e vá até você dizendo que sente o mesmo, você precisa acordar. – mamãe é muito direta com as suas palavras, mas não de um modo que me magoe. É de um modo que me faz pensar sobre.

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