Invisible

Queda

Point Of View Claire Brown

New Haven – Connecticut

3h45 pm

"Mantenha-se firme. Há um sorriso em seu rosto, mesmo que seu coração esteja triste."

- Justin Bieber.

Faço o meu alongamento e encaixo o headset em minha orelha, deixando a música suave soar enquanto eu começo a correr. Não tinha conseguido ir até a academia hoje, então decidi correr um pouco. Sinto o vento gelado bater contra o meu rosto na medida em que corro, fecho os olhos para sentir melhor a sensação. Em modo geral eu não sou muito apta a correr, mas as vezes gostava para me distrair. Correr me fazia esquecer de tudo, me fazia apagar por alguns minutos. Eu me sentia livre, sem problemas, sem sentimentos confusos. É como se eu pudesse respirar em paz, como se um peso gigantesco saísse de minhas costas e nem preciso dizer o alívio que isso era. Correr era quase como uma terapia, mesmo que eu não fizesse muito. Ainda estou com os olhos fechados quando sinto que estou tropeçando em alguém, abro os meus olhos a tempo de ver meu pé enganchando no corpo de uma pessoa que estava abaixada. Não tenho tempo de evitar a minha queda, quando percebo já estou caída, de joelhos no chão. Ai! A dor me atinge na mesma hora, não tenho nem tempo de raciocinar, as minhas pernas ardem tanto que sinto vontade de cair aos prantos, mas estou tão irritada com a situação que só consigo praguejar baixinho. Com muita cautela eu ergo os meus joelhos do chão e me sento, sentindo o latejo. Retiro o headset da minha orelha com uma certa agressividade. Estava me sentindo uma idiota por ter caído por um motivo besta desse, não deveria ter ficado com os olhos fechados por tanto tempo.

Só me lembro que não estou sozinha quando vejo a sombra de alguém se aproximar de mim, meus olhos estão fixos em meus joelhos. Que estão bem machucados e sangrando bastante. Merda, merda, merda! Espero que não seja nada grave.

- Você está bem? – a voz conhecida por mim pergunta e pelo o tom de sua voz, ele está bem preocupado comigo. Não evito a minha longa bufada por me dar conta de que é com ele que eu estou, tanta gente nesse Campus.

Não tenho a chance nem de abrir a minha boca para responder, ele se abaixa em minha frente e olha atentamente para os meus ferimentos. Justin deixa muito visível em sua feição que está preocupado comigo. Foi nele que eu tropecei, o que raios ele estava fazendo abaixado no meio do caminho?

- Por que você estava abaixado no meio do caminho? – pergunto irritada e seus olhos confusos vem em minha direção.

Sua testa se franze e ele arqueia a sobrancelha.

- A pergunta aqui deveria ser, como você não me viu? Já que eu estava no meio do caminho. – ele me olha atentamente.

- Eu estava de olhos fechados. – digo e ele me dá um olhar muito severo e repreendedor.

- Que merda você tem na cabeça, Claire? Como você corre com os olhos fechados? Não sabe que isso pode ser perigoso? – sua voz sai bem grossa e irritada. Ele não grita comigo, mas é como se estivesse gritando, tamanha é a sua seriedade ao falar comigo.

- A culpa não é minha que você é um tapado de ficar abaixado num lugar aleatório. – acuso e vejo ele bufar.

- Eu estava amarrando o meu tênis. – se defende e eu reviro os olhos.

- Grande merda! – falo irritada.

- Não entendo o motivo de sua irritação. – ele diz calmo.

Dessa vez sou eu quem bufo. Sério que ele não entendeu o motivo de eu estar tão irritada? Acorda, Justin!

- Não sei se você notou, mas eu acabei de levar um tombo e meus joelhos estão todo ferrados.