Invisible

Madrugada agitada

Point Of View Claire Brown

New Haven – Connecticut

1h45 pm

“Somos tão jovens, tão burros, pra saber de coisas como o amor. Mas eu sei melhor agora, então eu afogo isso como sempre faço.”

- 5 Seconds Of Summer.

Estava no meio de um sono muito bom e agradável, sonhando que beijava a versão dos anos 90s do Leonardo DiCaprio, quando fui despertada de um modo um pouco agitado demais. A porta do meu quarto está sendo esmurrada brutalmente e eu demoro alguns segundos para entender que isso não faz parte do meu sonho e me vejo obrigada a despertar. Abro os olhos já sentindo a minha cabeça latejar com as batidas insuportáveis e pela maneira como fui acordada, a primeira coisa que faço após abrir os meus olhos, é olhar para a cama ao lado, constatando que a Angie ainda não tinha chego. Não sei que horas eram, mas sabia que estava tarde. Sento lentamente em minha cama e observo a porta tremer na medida que é socada, me pergunto mentalmente se devia me dar o trabalho de levantar e ir abrir, afinal eu nem sei quem está do outro lado e o porquê de estar aqui a essa hora. Retiro o edredom de cima do meu corpo e o jogo para o lado de um modo um tanto agressivo, as batidas estavam começando a me irritar, coloco os meus pés no chão, sentindo a diferença na temperatura da minha pele para o carpete e caminho em direção a porta. O meu plano de modo algum é sair abrindo essa porta do nada, ainda não sei quem está aqui e pode muito bem ser alguém perigoso.

- Claire? Você está aí? Abre a porta, por favor! – a voz diz sussurrada do outro lado e eu suspiro.

Destranco a porta e a abro com a pior das minhas feições.

- Por que está socando a minha porta a uma hora dessa? – não consigo conter a minha irritação.

Justin abre um sorriso sem graça e me empurra levemente para trás, entrando no meu quarto sem autorização. Ele fecha a minha porta e a tranca, respirando fundo. Justin parecia estar extremamente assustado com algo, parecia estar fugindo de alguém. Mas quem?

- Me desculpe por aparecer assim, é que você é a única com quem eu posso contar.

- Devo me sentir lisonjeada por ter sido acordada no susto, no meio da madrugada? – pergunto debochada.

Ele abre a boca para me responder, mas para no momento em que uma voz surge no corredor.

- Justin? Onde você se enfiou? Essa conversa ainda não acabou! – a voz feminina diz alta no corredor e parece estar bem próxima da porta do meu quarto.

- Que merd...- não tive a chance de terminar a minha pergunta, Justin se aproximou do meu corpo em segundos e me prensou contra a parede, colocando uma de suas mãos na minha boca. Impedindo que eu dissesse qualquer coisa.

Olhei assustada para ele e ele me pareceu ainda mais desesperado do que quando chegou aqui.

- Eu já te explico tudo, só preciso que fique quieta. Ela não pode saber que estou aqui. – sussurra próximo ao meu rosto.

Concordo com a cabeça e ele finalmente retira a sua mão da minha boca, mas não se afasta de mim. Nem preciso dizer o quão acelerado o meu coração está no meu peito agora, e não é apenas pelo susto que acabei de levar.

O silêncio domina o ambiente por uns bons segundos e por um momento eu acreditei que a garota misteriosa do corredor, já tivesse ido. Justin permaneceu olhando para a porta, como se tivesse medo que a qualquer momento a garota passasse por ali. Quando ele ficou mais tranquilo uma batida forte foi dada na porta, o que me fez dar um pequeno pulo de susto.