Veredito

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⚠️ ALERTA DE GATILHO ⚠️

Descrição de abuso sexual/verbal.

(Deixarei a marcação na parte onde o abuso começará a ser descrito e onde essa descrição será encerrada.) 

Point Of View Claire Brown

New Haven – Connecticut.

2h30 pm

“Eu sou uma sobrevivente, eu não vou desistir, eu não vou parar, eu vou trabalhar mais duro. Eu sou uma sobrevivente, eu vou chegar lá.

Eu vou sobreviver, continuo sobrevivendo.”

- Destiny's Child.

 

Meus olhos vão para o promotor e ele sibila um: “onde ela está?”, sibilo um "eu não sei" e ele bufa. Daphne era a única das testemunhas que tinha passado por esse pesadelo até o fim, e consequentemente, a testemunha mais forte que nós tínhamos. Além da falta dela aqui representar um furo muito grande em todo o caso que o promotor Thomas montou, também é preocupante no quesito paradeiro. Ela não iria sumir assim do nada, sem avisar ninguém. Mesmo porque ela sabia que tinham outras meninas que poderiam testemunhar hoje e que elas teriam o maior prazer de pegar o seu lugar. Ela não aparecer e não avisar a razão, é muito preocupante! E nos deixa de mãos atadas.

Temos um grande problema aqui!

- Meritíssima, nós não temos o dia inteiro, está claro que a testemunha em questão não está presente. – Walker diz do seu jeito presunçoso e eu tenho vontade de socar aquele rosto. Que cara insuportável! 

Frederic e Harry souberam escolher bem os advogados deles, afinal são todos bem parecidos.

- Sr. Thomas, sugiro que você chame outra testemunha imediatamente! – a juíza fala e o promotor rapidamente olha para mim e para a Mônica, vejo ela assentindo como se estivesse falando de modo silencioso que ele poderia chamar ela. E preciso dizer que fico muito aliviada por isso, porque não tive tempo o bastante para preparar o meu psicológico para aturar as perguntas da defesa.

- Tudo bem. Eu vou chamar a senhorita Mônica Barker, outra garota que teve a sua bebida drogada pelos dois acusados.

A Mônica levanta e ao passar por mim agarra a minha mão com força. Como se precisasse de minha força para suportar esse momento, nesse instante nós estávamos no mesmo barco e precisaríamos da ajuda uma da outra. Porque sozinha é impossível suportar esse fardo. 

- Vai dar tudo certo! – falo para encorajar ela e ela assente, soltando a minha mão e respirando bem fundo. Fico tensa por ela, porque sei que daqui a pouco serei eu passando por isso. 

Ela anda até a pequena portinha com um certo receio e passa por ela, caminhando lentamente até o banco onde se sentaria. Se ajeita nele e o mesmo policial que foi até o Paul, vai até ela, a ajudando a fazer o juramento.

Pego o meu celular e sou rápida em pegar o contato da Daphne no grupo que nós tínhamos com todas as meninas. Digitando uma mensagem.

Você:

Oi, Daphne. Aqui é a Claire. Onde você está?

O julgamento já começou e nós precisamos de você aqui. Aconteceu alguma coisa?

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