Acabados

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Point Of View Justin Bieber

New Haven – Connecticut

9h30 am

"Talvez seja a maneira como você diz meu nome, talvez seja a maneira que você joga o seu jogo. Mas é tão bom, eu nunca conheci ninguém como você. Mas é tão bom, eu nunca sonhei com ninguém como você"

- Ruth B.

Ouço um barulho alto e rapidamente desperto, abro os meus olhos rapidamente e observo o local em que estou, demorando alguns segundos para entender exatamente a onde eu estava e que não estava no meu quarto. Me sentei rapidamente no sofá e passei uma das mãos pelo o meu rosto. Levanto dali e dou passos rápidos até a cozinha, para saber quem estava fazendo uma zona logo pela manhã. Percebendo que se tratava do cara que eu costumo chamar de melhor amigo.

Scott estava de costas para mim, mexendo algo na pia.

- O que você está fazendo, cara? – pergunto baixo, me surpreendendo com o quão rouca a minha voz estava. Por alguma razão eu não havia acordado mal humorado, levando em consideração a maneira na qual eu fui acordado, era para eu já estar puto. Minha noite de sono não foi nada bacana, demorei demais para dormir. A minha preocupação com o bem estar da Claire me incomodou demais, mas o medo de estar perto dela era pior. Então me mantive na sala e tive que lutar para dormir.

Scott olha por cima do ombro e continua mexendo algo.

- Omelete. – ele diz simplesmente.

Caminho até uma das banquetas e me sento ali, dando um longo suspiro.

- Dormiu bem? – perguntei e vi ele se aproximar do fogão, colocando uma frigideira ali e ligando o fogo. No fundo eu já estava bem ciente de qual seria a sua resposta, mas ainda assim perguntei, talvez por educação.

- Eu nem dormi. – Scott coloca um pouco de azeite na frigideira e espalha, jogando o ovo ali. – Ela acordou durante a madrugada? – ele se vira para mim e cruza os braços.

- Pior que acordou. – tento ajeitar o meu cabelo. – Mas dormiu rápido.

Ouço a sua respiração pesar e permaneço o observando por alguns segundos. Sem saber ao certo o que dizer. Toda essa situação era complexa demais e eu conseguia ver nitidamente o incomodo do meu amigo com essa questão. Scott nunca imaginou que algo desse tipo pudesse acontecer com a Claire, não com ele por perto. A verdade é que a gente subestimou a babaquice do ser humano, pessoas que têm atitudes ruins sempre arrumam um jeito para agir. Não tem desculpa alguma, só uma justificativa muito bem bolada depois. Aposto que Frederic e o outro, já tinham uma justificativa muito boa para contar no dia seguinte, quando todos soubessem que ambos teriam transado com a Claire, porque eles fariam com que todos soubessem. Esse era o padrão do Frederic, sempre expor todas as garotas que dormiam com ele. É por isso que ele passou a ser um pouco mal visto por algumas garotas do campus, teve uma fase que ele não estava pegando nem gripe por conta de sua boca aberta, uma pena que isso tenha durado tão pouco e rapidamente ele já tinha outras histórias para contar, talvez tenha sido nesse momento que ele começou a drogar as meninas, talvez ele já tivesse essa mania há muito tempo. Não tem como saber. O que eu sei é que a partir de agora, qualquer transa que aquele cara tiver vai me soar suspeita, eu sempre vou achar que ele drogou alguém. 

- Eu me arrependi do tanto que bati no Frederic. A imagem do sangue dele não saiu da minha mente. – Scott fala em um tom angustiado e suspira, me tirando do meu transe momentâneo.

Eu ando procurando palavras desde ontem para ajudar o meu amigo, mas por mais que eu pense, nenhuma palavra parece ser boa o bastante para tornar a situação mais tranquila. É lógico que o preferível era que ele, ou eu, sequer tivéssemos encostado a mão no Frederic, mas como ficar imparcial quando o cara droga alguém tão importante para gente? Não tem como! Eu entendo a razão do Scott ter perdido a cabeça, eu entendo o porquê da raiva ter tomado todo o espaço naquele momento, eu verdadeiramente entendo. Mas isso não significa que é justificável, deixar a raiva dominar dessa maneira poderia, ou pode, trazer sérios prejuízos. Prejuízos que só o Frederic e o outro deveriam ter, não a gente.

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