Invisible

Gratidão

Point Of View Claire Brown

New Haven – Connecticut

08h00 am

 

“Amor, você escolheu a dor. Porque você não me conhece, você apenas sabe meu nome. Oh, deveria ter escutado eles. Você não sabe o que eu sou?

Oh, você não os ouviu?”

- Aaryan Shah .

 

Ajeito as minhas costas na cadeira confortável e cruzo as minhas pernas, apoiando os meus dois braços na mesa de madeira. Meus olhos estão atentos no homem a minha frente, enquanto ele me faz perguntas e mais perguntas, tento me manter centrada na maioria delas, mas tem umas que eu tenho vontade de voar em seu pescoço. Mesmo estando ciente de que ele só está fazendo isso para me ajudar. 

Respiro fundo pela milésima vez nos últimos dez minutos e junto as minhas mãos, tentando descontar todo o meu ódio nesse ato. O que obviamente não funciona, porque o que verdadeiramente faria efeito eu não posso fazer! Se eu já estou irritada apenas com a simulação, pensa no julgamento de verdade. Melhor nem pensar nisso! 

- Está me dizendo que você não tinha nenhum interesse romântico no Frederic, senhorita Brown? – a sua voz suave e calma me questiona e seus olhos sobem em minha direção, me olhando de forma bem incisiva.

Respiro fundo e fecho os meus olhos por alguns segundos, tentando acalmar os meus nervos. Eu sei que isso tudo é uma atuação, mas é tão real que ele consegue fazer o tom de desprezo quando me faz esse questionamento, o que eu sei que vai acontecer com os advogados dos meninos. 

- Sim, é isso que eu estou dizendo! Eu não tinha nenhum interesse nele. - falo mantendo a minha calma. Ele já tinha feito essa mesma pergunta de várias maneiras diferentes. 

É só um teste. Respira fundo e mantenha a calma.

Ele assente e a maneira com a qual me olha é um aviso do que está por vir, ele não vai pegar leve no que está prestes a dizer. 

- Em nenhum momento você deu mole para ele, senhorita? Porque de acordo com o meu cliente, você estava sendo bem receptiva e se mostrou bem interessada em ter algo a mais com ele. 

Bufo alto e passo uma das mãos em meu rosto. Isso era uma tortura! Meu deus. Parecia que estávamos andando em círculos, sempre voltando para o mesmo lugar. O lugar onde ele tenta justificar um ato que é injustificável. 

A vontade que eu tenho é de gritar na cara dele que eu não dei mole para ninguém e mesmo se tivesse dado, não muda o que eles fizeram! Mas preciso me conter, não é assim que as coisas vão funcionar e gritar agora só vai me atrapalhar. 

- Claire, respira fundo e tente responder da forma mais centrada possível. – ouço a voz do Robert falando ao meu lado com toda a calma.

Parecia ser algo tão fácil, parecia ser tão simples. Mas a verdade é que isso era insuportável! Eu não sou ingênua, sei que eles farão parecer que eu sou a culpada disso, para que os meninos saiam como os inocentes, mas ouvir esse tipo de coisa é muito angustiante. Porque não importa se eu fui simpática, se eu sorri ou se eu até tinha um interesse em um dos dois. O que eles fizeram continua sendo errado! Você não pode sair drogando uma pessoa assim do nada, só porque acredita que ela estava interessada em você. Não é assim que as coisas funcionam!