Exame

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Point Of View Claire Brown

New Haven – Connecticut

11h30 am

"Você me olha tão profundamente, você sabe que isso me humilha. Você está ao meu lado, e os problemas não me atrapalham. Muitas me ligaram, mas você é a escolhida. O que você quiser, gatinha, eu vou te dar."

- Justin Bieber.

Depois de ter tido uma manhã tão conturbada eu sentia que a única coisa necessária para agora seria ir para o meu quarto e deitar, para relaxar um pouco a minha mente e meu corpo. Eu ainda estava sentindo uma adrenalina bizarra passando pelas minhas veias e junto com ela, a raiva. A famosa raiva! Meu punho estava apertado com força, enquanto eu me mantinha de olhos fechados, sentindo o carro se mover lentamente. Subo a minha mão até o rosto e começo a massagear a minha têmpora, tentando me esquecer das coisas que eu ouvi do Frederic hoje, das coisas que eu ouvi das pessoas no corredor, das coisas que a reitora me disse. Da maneira como ela lavou as mãos em relação a esse assunto.

Mordo o lábio, começando a me sentir triste com toda a situação. Antes eu estava com tanta raiva que não conseguia enxergar as coisas da maneira como deveria, não estava sentindo o impacto do que estava rolando ao meu redor. Mas agora, agora a adrenalina está se dissipando, juntamente com a raiva.

Sinto uma mão quente pousar em cima do meu punho fechado, o toque me faz arrepiar. Minha mão estava mais gelada do que eu esperava. Os dedos quentes do Justin vão afastando os meus, um a um, até a minha mão estar aberta. Ele coloca a sua mão sobre a minha e entrelaça os nossos dedos, fico sem reação por alguns segundos. Não me movo, não respiro, eu travo. A verdade é que isso estava parecendo um sonho muito mal feito, estar aqui com o Justin deveria me deixar feliz, mas com a situação atual é difícil ter sentimentos bons. Ele aperta a minha mão levemente e esse ato me faz despertar e reagir, fecho a minha mão na dele, mesmo sem entender o que está acontecendo. Entendo isso como um apoio, um apoio necessário e que eu preciso agora.

- Vai ficar tudo bem! – ouço ele dizer baixo e permaneço com os olhos fechados, não quero ter que encará-lo nos olhos agora.

Sinto o carro parar e o motor ser desligado, ele retira o cinto e eu sinto quando a sua presença fica ainda mais próxima a mim. Eu sinto o seu rosto ficando cada vez mais próximo, sinto a sua respiração quente batendo contra a lateral do meu rosto.

Com a mão livre ele passa os dedos levemente pela minha bochecha e faz um carinho leve no local, me fazendo engolir em seco. Como que respira mesmo? Eu me esqueci. Meu coração bate forte contra o meu peito e eu tenho certeza absoluta que o Justin está conseguindo ouvi-lo pela distância em que está de mim, minha respiração está totalmente acelerada e eu sinto o meu peito subindo e descendo rapidamente, será que Justin gosta de ver o efeito que tem sobre mim? Aposto que sim. Aposto que ele está se divertindo com isso, esse é um dos motivos que me impedem de abrir os olhos, tenho medo do que irei encontrar em seu olhar.

Sua mão segura o meu rosto de forma firme, com o seu polegar ainda sobre a minha bochecha deslizando pelo local.

- O que está fazendo, Justin? – pergunto baixo, quase sem voz.

Ouço o seu longo suspiro e ele se inclina ainda mais sobre mim, me fazendo ouvir o ranger do freio de mão, no qual ele está se apoiando agora. Eu quero sair disso, eu quero me afastar, mas não consigo. Algo está me mantendo intacta aqui, mesmo estando ciente do quão errado isso é, do quanto pode me fazer sofrer depois. Meu deus, preciso reagir!

Justin está com o rosto a centímetros do meu, sei disso porque a sua respiração está mais perto e eu consigo sentir perfeitamente o cheiro de seu hálito.

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