Muito bêbada

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Point Of View Claire Brown.

New Haven – Connecticut

2h00 am

 

Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer. Amor, eu estou bem aqui! Eu vou te apoiar quando as coisas derem errado.”

 

Zayn.

 

Quando eu decidi sair essa noite, coloquei na minha mente que iria dar o meu melhor para esquecer todo e qualquer problema, e queria aproveitar a minha noite cem por cento. Sem me preocupar com mais nada, sem pensar em mais nada. Só queria me divertir com os meus amigos, beber tudo o que fosse possível, dançar até as minhas pernas doerem e só sair desse bar, quando não estiver aguentando mais. Ou na pior das hipóteses, sair arrastada porque estou fazendo muitas besteiras.

Dizer que eu perco o controle quando estou bêbada é um maldito eufemismo, porque o que acontece não tem uma palavra que possa definir perfeitamente. Então vamos deixar a única explicação que chegaria perto do que acontece, eu simplesmente viro outro ser humano. Só espero que dessa vez o Justin me pare com mais afinco e não deixe chegar no nível de eu subir em uma mesa e fazer uma dança que eu julgo ser sensual, na frente de outras pessoas. E com fé, eu não me declaro para mais ninguém hoje. O bom é que tudo que eu posso dizer para o Justin, ele sabe de cor, então acho que saio ilesa dessa parte. Pelo menos dessa. 

Quando eu percebi que ele não estava bebendo essa noite e que estava sentadinho, mantendo os seus olhos em mim, eu senti ainda mais segurança para beber a quantidade de álcool que eu julgasse ser necessária, porque é como se ele me dissesse, sem dizer de verdade, que ele cuidaria de mim no fim da noite e que não deixaria nada de ruim acontecer.

Eu estou segura com ele!

Angie e Molly estavam tão animadas quanto eu e a esse ponto nós já tínhamos desistido de dançar bonitinho, ou uma dança que fizesse de fato sentido. Estávamos dançando de uma maneira vergonhosa, eu sei disso, mas não parei porque estava sendo divertido e todas as vezes que eu olhava para as meninas, caía na gargalhada. 

O que estávamos fazendo era basicamente como a Phoebe Buffay, da série Friends, fez em um dos episódios. Ela ia correr com a amiga, Rachel Green, só que a Rachel ficava com vergonha dela, porque ela não corria de um jeito convencional, ela queria que correr fosse algo divertido e criou o seu modo de fazer, mesmo que fosse vergonhoso para quem estivesse vendo. Eu e as meninas estávamos sendo a Phoebe na dança. 

A Mônica, a Daphne e as outras meninas também estavam por perto, mas elas ainda estavam mantendo a dança bonita, apenas se divertindo vendo a nossa dança.

Eu não saberia explicar o carinho que eu criei por essas meninas, é como se a gente tivesse sido ligadas por um laço invisível, depois de passar pela a mesma situação, com as mesmas pessoas. Eu acho importante a gente sempre tentar encontrar algo bom, em uma situação ruim, porque sempre tem algo legal que a gente pode tirar das piores situações. E viver essa situação horrorosa de ter a minha bebida batizada, me deu a chance de conhecer todas essas meninas, as suas histórias e um pouco da personalidade delas e posso dizer com tranquilidade que o pouco que eu conheço, já gosto muito! Ter a chance de conhecer elas me provou a importância de nós mulheres estarmos juntas e apoiarmos umas as outras, e apoiar não é aprovar tudo o que a outra faz! Porque ser mulher não é estar acima de ninguém, não é ser perfeita e não cometer erros nenhum. Nós ainda somos seres humanos e vamos cometer diversos erros. Apoiar é emprestar o seu ouvido para ouvir a história de vida da outra, é acreditar quando uma mulher te disser que sofreu algum tipo de assédio, ou abuso. É entender a importância de ter amizades femininas, assim como as masculinas. E parar de usar o discurso de que amizades com mulheres é cheia de falsidade. Existem pessoas falsas, isso é certo! Temos que parar de agir como se isso fosse um talento natural de mulheres, porque existem muitos homens falsos por aí, que adoram meter pau nos amiguinhos pelas costas e falar coisas desrespeitosas sobre as garotas que eles dizem ser amigas. Não se enganem! Falsidade não tem nada a ver com o gênero, tem a ver com pessoas.

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