Que a guerra comece

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Point Of View Claire Brown

New Haven – Connecticut

9h30 pm

“Fod*-se você! Eu odeio seus amigos e eles me odeiam também. Estou de saco cheio, esse é o hino da gostosa decepcionante.

Aumente o som e faça birra.”

- blackbear.

Depois de alguns minutos tentando entender o que tinha acabado de acontecer comigo, eu finalmente consegui levantar da calçada, ainda sentindo uma adrenalina correndo por todas as minhas veias e meu corpo. Se alguém me dissesse que tudo isso não havia passado de uma alucinação, eu acreditaria muito facilmente. Sabe aquelas situações que são bizarras demais para serem uma verdade? Me sentia dentro de uma dessa. Eu ainda estou desacreditada do que acabou de acontecer, sempre achei que as pessoas só faziam esse tipo de coisa em filmes e séries. Jamais passou na minha cabeça que alguém chegaria tão longe a esse ponto. Pra que, sabe? O que você vai ganhar no final? E se eu tivesse morrido nisso? Iria valer a pena carregar um peso de uma morte nas suas costas apenas para se safar de algo que você fez? É muito difícil entender como funciona a mente de uma pessoa que é capaz de fazer qualquer coisa, sem escrúpulos algum. 

Olho para os dois lados da rua e não avisto mais nenhum carro, estou praticamente sozinha nessa rua e agora seria o momento perfeito para um novo ataque e espero algo acontecer por alguns segundos, mas nada vem. Tudo bem, já entendi que essa era uma situação para me assustar, eles não queriam me matar. Certo! Mesmo que isso não faça sentido nenhum, porque comigo viva, eu posso falar sobre o que aconteceu aqui e agora. 

Mas é claro que eles não acham que eu vou ter essa coragem, acham que vão sair invictos de mais essa. Erro de principiante! 

Começo a andar lentamente pela calçada, sentindo algumas fisgadas em partes específicas do meu corpo. Minhas mãos estavam doendo, os meus braços e tinha uma parte da minha perna que também estava dolorida. O que era bem justificável, eu tinha caído que nem merda no chão. Abro as minhas mãos e as coloco na frente dos meus olhos, podendo ver que tinham alguns pequenos arranhões distribuídos pela minha pele, virei o rosto para ver o meu braço e encontrei mais alguns ferimentos. Estava sentindo uma certa ardência na minha testa e a essa altura do campeonato não me surpreenderia se eu tivesse machucado feio essa região, já que eu não tive tempo de amenizar o impacto com as minhas mãos. Talvez eu tenha batido a minha cabeça na hora, mas para ser sincera, eu nem lembro se isso ocorreu, tudo aconteceu tão rápido que não tive tempo de prestar atenção no que estava acontecendo. Mas levando em consideração que eu ainda estou consciente e não estou tendo grandes dificuldades em andar sozinha, talvez as coisas não estejam tão ruins. Talvez... Ou toda a adrenalina que está circulando pelo o meu corpo está me ajudando a me manter em pé. 

Passando por esse transtorno eu consigo entender perfeitamente porque ninguém nunca foi tão longe contra aqueles dois, eles não ameaçavam apenas com palavras, não era apenas o poder aquisitivo que fazia os dois péssimas pessoas para se arrumar uma briga. Eles eram o tipo de pessoas que iam longe demais, que iam além apenas para conseguir o que queriam.

O que os dois não sabiam é que esse tipo de atitude só me dava ainda mais gás para lutar contra eles. Frederic e Harry mandaram esse cara para me assustar achando que isso me faria desistir, mal sabem eles que isso teria o efeito contrário. 

Abraço o meu próprio corpo e solto um resmungo, sentindo uma dorzinha aguda em minhas pernas quando um vento gelado me atinge.

Merda! Eu poderia ligar para alguém vir me buscar, mas como eu estava a apenas alguns passos de distância do campus, não achei que seria necessário. Pensei em até ligar para uma ambulância, mas quanto tempo eles demorariam para chegar aqui? 

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